A Exposição "Fundos", de Lucia Koch, traz cinco obras da artista: Rusticchella (2014), Amostras de Arquitetura - série completa (2011), New Development (2011) e as recentes Sin Fin e SKY-X, esta uma intervenção permanente no espaço do Studio-X Rio.

Em suas fotografias ou nos trabalhos feitos em colaboração com arquitetos, Lucia opera com escalas de objeto e espaço arquitetônicos, propondo uma experiência transformada de espaço e lugar.

Rusticchella (2014) é uma fotografia da série Fundos, na qual imagens de pequenas embalagens ou caixas vazias são ampliadas até a dimensão da sala onde são instaladas, de maneira a criar uma extensão virtual do espaço.

Amostras de Arquitetura - série completa (2011), é um conjunto de 17 fotografias de interiores de caixas que se referem de alguma forma a um espaço arquitetônico reconhecível, na maior parte das vezes experimentado pela artista.

A obra New Development (2011), também da série Fundos, está documentada através de vídeo. Integrante da 11ª Bienal de Lyon, ela foi montada em um outdoor instalado no terreno de uma fábrica em ruínas, antecipando a destruição do edifício pela especulação imobiliária após a abertura da mostra.

Os dois trabalhos mais recentes são colaborações com os arquitetos Marcos Acayaba e estúdio SalviGiorgi, que produziram os Sin Fin (2016)- fundos infinitos para arquitetura - onde as maquetes da "Casa do Lucas" de Acayaba e "Escada-estante" de Beto Salvi e Tuti Giorgi, são postos em uma superfície curva pintada, sobre uma transição cromática criada para cada uma delas.

A exposição inclui ainda a instalação permanente SKY-X, em que a artista produz uma interferência cromática na claraboia, filtrando a luz ambiente do Studio-X Rio.

Sobre a artista

Lucia Koch começa a realizar intervenções em espaços domésticos nos anos 90, iniciando uma prática que algum tempo depois se estenderia também a espaços institucionais. Participou do projeto coletivo Arte Construtora, que aconteceu de 1992 a 1996, ocupando casas, parques, e uma ilha, com projetos concebidos para os espaços e situações encontrados. Seus trabalhos são estados alterados do lugar e respondem a um contexto e uma arquitetura dados, usando filtros que atuam sobre a luz própria de cada ambiente, e afetando o sujeito que o frequenta. Imprimindo gradientes de cor em materiais translúcidos ou recortando superfícies que são usadas em janelas, clarabóias ou fachadas, cria aparatos de comunicação entre dentro e fora, um sujeito e outro.

Hobra-A

A exposição "Hobra-A" apresenta os projetos desenvolvidos por Pedro Varella e Sjoerd ter Borg no contexto da Hobra - Residência Artística Holanda Brasil, que aconteceu por conta dos Jogos Olímpicos.

Ao longo de quase dois meses, a residência reuniu 21 artistas de múltiplas áreas – entre brasileiros, holandeses e radicados na Holanda – em uma experiência artística colaborativa. O primeiro mês foi de troca de ideias pela internet. Nos últimos vinte dias, a interação se aprofundou com a chegada dos representantes da Holanda ao Rio de Janeiro. Todos foram estimulados a produzir trabalhos em conjunto, um intercâmbio prolífico que resultou em 26 obras. Naturalmente, sendo um projeto com um caráter de integração, as criações investigam questões, conceitos e linguagens multidisciplinares.

Os trabalhos MAPA, O VISITANTE e VISÍVEL são resultado das três semanas de colaboração entre a dupla Pedro Varella e Sjoerd ter Borg, que se dedicou ao campo da arquitetura.

O processo foi capitaneado pelo TEMPO_FESTIVAL, o Festival Internacional de Artes Cênicas do Rio de Janeiro. Através dele, um time de curadores e um provocador foram convidados para acompanhar a residência. O Studio-X Rio foi convidado a apoiar o projeto na área da arquitetura, que teve seu diretor, Pedro Rivera, como curador.

Do lado holandês, a HOBRA é realizada pelo DutchCulture, agência consultora estratégica para cooperação internacional que cria atividades mundo afora. HOBRA é um esforço colaborativo de seis fundos culturais holandeses: Performing Arts Fund, Cultural Participation Fund, Mondriaan Fund, Netherlands Film Fund, Dutch Foundation for Literature e Creative Industries Fund NL.

Sobre os artistas

Pedro Varella, arquiteto formado pela FAU-UFRJ (2011) e mestre na área de teoria do projeto pelo PROARQ-UFRJ (2016). É sócio fundador do GRU.A (grupo de arquitetos) onde desenvolve projetos no campo da arquitetura e das artes visuais. Atualmente é professor na faculdade de arquitetura e urbanismo da universidade Santa Úrsula e no IED-RJ.

Sjoerd ter Borg, formado em Ciência Política pela Universidade de Amsterdã, com mestrado de Arquitetura de Interiores no Instituto Sandberg. Teve seu trabalho exposto no Museu Stedelijk e fez residência em documentário no verão de Nova York. Entre seus interesses de pesquisa estão cidades, gentrificação, arquitetura.

Protótipo Água Carioca

O escritório holandês Ooze Architects vem pesquisando o uso de sistemas naturais para o tratamento de águas servidas. E apresenta no Studio-X o projeto de um protótipo constrído no Sítio Roberto Burle Marx

Constructed Wetlands (“filtro orgânico”) são sistemas naturais para o tratamento de água com vegetação, construídos e controlados artificialmente. O escritório holandês Ooze Architects vem pesquisando sua implantação, com exemplos construídos e testados com sucesso na Inglaterra e Alemanha, entre outros lugares.

No Rio de Janeiro, o interesse despertado por essa investigação, apresentada em 2014 no Studio-X Rio, levou ao estabelecimento de uma parceria com o Sítio Roberto Burle Marx na sua nova fase. O resultado é a construção de um projeto piloto no local, conectado ao banheiro dos jardineiros e à casa de visitantes.

A exposição em cartaz no Studio-X Rio apresenta em detalhes o projeto e o processo de construção do protótipo, além de uma entrevista onde as ideias do Ooze sobre o projeto Água Carioca estão destacadas.

O protótipo pode ser visitado sob agendamento no Sítio Roberto Burle-Marx, onde a exposição de 2014 também foi remontada.