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Mostra na galeria Luhring Augustine trará obras como Objetos Ativos e poemas concretos.
Para o artista mineiro Willys de Castro (1926-1988), uma leitura completa de uma obra de arte transcende o visual: a percepção deve envolver o corpo inteiro. Um dos fundadores do movimento neoconcreto, ao lado de nomes como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Lygia Pape, trabalhou na formulação de uma abordagem para a abstração geométrica centrada na experiência pessoal de quem vê o trabalho exposto. A partir de 4 de fevereiro, será possível vivenciar a obra do artista em Nova York, na galeria Luhring Augustine, na primeira individual do artista nos Estados Unidos. Willys de Castro é feita em parceria com a galeria Almeida e Dale e a Galeria Marília Razuk.
A mostra reúne 15 obras que cobrem os primeiros anos do artista, das pinturas aos famosos Objetos Ativos,pelos quais Willys de Castro se destaca como um dos mais inovadores artistas brasileiros, o que atualmente desperta a atenção da crítica internacional por sua originalidade e ineditismo.Ao pendurar os trabalhos em posição perpendicular à parede, o artista deu a eles uma dimensão escultural, borrando seu status de pintura e tornando sua apreensão de um só ponto de vista mais complicada.
Para entender totalmente o sistema de espelhos e balanços de Willys de Castro é preciso que o espectador se mova ao redor da obra, juntando imagens mentais de suas facetas distintas. Enquanto colegas próximos dele criaram obras que convidavam o público à manipulação física, Willys conseguiu destacar a subjetividade cada um e transformar um pouco o espectador em autor sem que fosse necessário mexer de fato na obra.
O curador, Gabriel Pérez-Barreiro, nota que poucos artistas exploraram o delicado relacionamento entre forma e percepção com mais profundidade que Willys de Castro. Seus feitos, modestos em escala, mas grandes em significado, sintetizam com exatidão uma das questões chave da arte do século 20: como criar formas simples com consequências complexas.
Seu desejo de expandir as fronteiras da pintura pode ser observado desde seu trabalho inicial com guaches e seus poemas concretos feitos nos anos 1950, que também integram a mostra nova-iorquina. Nesses trabalhos, formas geométricas sobrepostas parecem quebrar o plano bidimensional das composições, enquanto a linguagem apresenta um componente verbal externo que não pode ser separado do visual. Cada elemento é cuidadosamente planejado de acordo com uma lógica matemática, oferecendo valioso insight no meticuloso design estético do artista.
O artista
Nascido em Uberlândia, em Minas Gerais, Willys de Castro também fez cenários e figurinos para peças e estampas para tecidos. Seu trabalho faz parte de coleções permanentes de instituições em diversos países, como o Museu de Arte de São Paulo, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museum of Fine Arts de Houston, o Blanton Museum of Art de Austin e o Museum of Modern Art de Nova York, nos Estados Unidos.