In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.
Entre os trabalhos, divididos em seis segmentos, estão desenhos, gravuras e fotografias, que marcaram os mais de 40 anos de trajetória de Luise Weiss.
A partir do dia 13 de maio, o público da capital paulista poderá apreciar cerca de 130 trabalhos de uma das importantes artistas plásticas contemporâneas: Luise Weiss. A mostra intitulada “Labirinto e Memória: A poética visual de Luise Weiss”, ocupará o 1º andar da Caixa Cultural São Paulo, reunindo uma série de desenhos, gravuras efotografias, trabalhos que marcaram os 40 anos de trajetória da gravadora, pintora, fotógrafa e professora, desvendando todo o seu processo de criação e produção gráfica.
A exposição, que tem curadoria de Sergio Pizoli, receberá visitantes até o dia 23 de julho, sempre de terça a domingo, das 9h às 19h, com entrada gratuita. Vale ressaltar que Luise realizará ainda uma palestra, acompanhada do curador no dia 03 de junho (marcando o lançamento do catálogo da mostra), além de um workshop no dia 10 do mesmo mês.
Temas e Recortes
Os trabalhos selecionados pela curadoria foram divididos em seis segmentos temáticos, num recorte centrado em obras que têm o papel como suporte e a fotografia como ponto de partida: In Memoriam, No Mar, Vestígios (Pepi), Copo d'água, Cadernos de Artistae Silhuetas e Objetos. “O objetivo é levar ao público a percepção da unidade expositiva - elencada por vários discursos gráficos - onde cada obra é a reconstrução de vestígios da memória e transita entre o fazer e o lembrar”, explica o curador Sergio Pizoli.
In Memoriam - O segmento traz 16 pinturas em tela e madeira, 15 xilogravuras, 6 monotipias, 15 sobreposições fotográficas e 16 frotagens. “Certo dia tentei lembrar com detalhes e também representar o rosto do meu avô paterno. Notei as dificuldades da memória, as facilidades do esquecimento. Foi quando surgiu uma busca mais que arqueológica de familiares (fotografias, álbuns, cartões-postais, documentos, desenhos, livros etc.). Como resultado, os painéis, cobertos de retalhos de tecidos bordados, de camiseta, toalhas, luvas, enfim, desses elementos que contam histórias individuais, constituem a base da pintura”, explica Luise Weiss.
“Os retratos de época, elegantes, dão espaço para a recorrente reconstituição da imagem, aparente e silenciosa. As fotografias posam, de algum modo, como modelos, intensificadas no diálogo com a representação artística”, conclui o curador.
No Mar – São 17 gravuras, com uma proposta gráfica iniciadas com a retirada mínima de material da matriz em madeira para fazer surgir, xilografados na pele do papel, traços quase ilusórios de navios, portos, despedidas que, progressivamente, aumentam a incidência da luz.
Vestígios (Pepi) - Objetos e colagens fotográficas criadas a partir de uma caixinha de bitucas, guardada por um companheiro de batalha, em que Luise trabalha na procura e reflexão sobre o tio avô Pepi, morto na Primeira Guerra Mundial. Complementam o item, frames impressos com imagens desfocadas de um vídeo feito sobre a projeção das sombras destes recortes.
Copo d'água - A água é a metáfora entre a busca do sonho futuro e as histórias do passado na viagem imigrante dos avós, pelo mar. Trata-se de uma instalação com 30 recortes fotográficos, imersos na água.
Cadernos de Artista - O segmento reúne 10 peças únicas, quase objetos, onde a experimentação e a ousadia constroem representações móveis, a cada virar de página, de um mundo silenciado na memória, mais afetiva que histórica.
Silhuetas e Objetos – Dez recortes em madeira, realizados sobre as fotografias familiares. Complementam o item, frames impressos com imagens desfocadas de um vídeo feito sobre a projeção das sombras destes recortes.
LUISE WEISS
Gravadora, pintora, fotógrafa, professora. Gradua-se em artes plásticas, em 1977, pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, onde é aluna de Evandro Carlos Jardim (1935), Regina Silveira (1939) e Carmela Gross (1946). Entre 1977 e 1987 é professora do laboratório de desenho infantil e juvenil da Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp. Inicia sua carreira como professora universitária em 1984, lecionando na Faculdade de Artes Alcântara Machado - FAAM, e desde 1985 dá aulas na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Em 1990 é agraciada com a Bolsa Vitae pelo projeto Fragmentos. Mestre, em 1992, pela ECA/USP, conclui o doutoramento em 1998, na mesma universidade, com a tese Retratos Familiares: in Memorian. Em 2001 vai para a Áustria, terra de seus antepassados, e munida de fotografias antigas e fotografa alguns dos locais onde eles viveram. Realiza pinturas com base nessas fotografias, expostas em 2004. Em 2002 retoma o contato com a tia-avó Clara Weiss, que lhe fornece mais fotografias de família para a execução de suas obras. Começa, em 2003, a preparação do projeto de sua livre-docência na Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, onde desde 1997 é professora de gravura e desenho.