In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.
Com curadoria de Agnaldo Farias, a mostra reúne desenhos, esculturas, fotografias, instalações e vídeos, um recorte da produção de duas décadas da artista visual.
Resgate da ancestralidade e registro do cotidiano compõe a temática dos trabalhos realizados pela artista Angella Conte que apresenta cerca de 20 obras inéditas, entre fotografia, instalações, colagem, vídeos e objetos. Intitulada Terra Nua a mostra acontece entre os 13 de maio e 29 de julho na Oficina Cultural Oswald de Andrade, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo gerenciada pela Poiesis.
Instalada em duas galerias, a exposição faz um recorte na produção da artista desde os anos 1990 até o dias de hoje. "O eixo principal da exposição é o recorte dos meus anos de trabalho, mas muitas obras tem como tema a imigração. Em 2015 fui pra Europa, vi a crise dos refugiados e quis trabalhar com isso, pois além de me marcar muito tem relação com a minha história e identidade", relata a artista vencedora do prêmio aquisição do 12º Salão Paulista (2007).
Entre os destaques da mostra está Precisou ser outros (2016) uma caixa de ferramentas presa em uma gaiola que faz referência ao avô italiano que veio ao Brasil para trabalhar em uma fábrica de móveis, mas, por ter perdido sua bagagem com ferramentas de trabalho e documentos, foi levado com a família para as fazendas de café juntamente com outros imigrantes. Já Terra Nua (2016), obra título da exposição, fala sobre sua avó portuguesa que, aos 16 anos, escondeu-se no porão de um navio rumo ao Brasil. Clandestina, sua bagagem se resumia a um realejo – instrumento musical.
Para o curador Agnaldo Farias, a artista busca dar significado ao cotidiano e mostrar o extraordinário em atos rotineiros. "Um modo de combater essa exaustão [do cotidiano] é colando-nos às práticas dos outros ou reinventando os espaços e objetos, seja vendo-os sobre outro ângulo, seja os sobrepondo em novas releituras e colagens. Daí as paisagens reconstruídas, as varandas iguais [da obra Coleção Varandas] que, vistas com vagar, revelam-se diferentes".
Sobre Angella Conte
Artista do interior de São Paulo, já apresentou seu trabalho em importantes instituições no Brasil e no exterior como Museu de Arte Moderna (Bahia e Rio de Janeiro), Museu de Arte Contemporânea da USP, Museu de Arte Contemporânea de Curitiba e instituições em Cuba, Alemanha, México, Espanha e Rússia. Vencedora do prêmio aquisição do 12º Salão Paulista em 2007, foi indicada ao prêmio Marcantonio Vilaça 2011 e fez residência artística em Borba, Coimbra e Lisboa em Portugal e Irlanda no Letrim Sculpture Centre.