Ainda não é padrão a utilização de soluções inovadoras nos canteiros de obra. Para a professora Ana Rocha Melhado, da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), é preciso haver uma quebra de paradigma, uma vez que se tornou uma máxima de que construir de modo sustentável é mais caro. "Para aproveitar a água da chuva, há necessidade de se investir em uma caixa d'água e uma válvula, o que aumenta os custos do projeto, mesmo que mínimo. No entanto, é preciso pensar o que se ganha reduzindo o consumo da água encanada a médio e longo prazos", acrescenta.

Coordenadora do curso de pós-graduação em Construções Sustentáveis da FAAP, a professora Ana Rocha Melhado acredita que os engenheiros e os arquitetos têm papel fundamental para transformar a cidade, melhorando os processos construtivos e trazendo melhores condições de vida para a sociedade. Mas, a professora faz um alerta: "O grande equilíbrio da construção sustentável está em reduzir o consumo de água e energia, otimizar a geração de resíduos sólidos, elaborar e implementar leis, normas e códigos visando garantir conforto e a oferta de qualidade de vida e saúde."

O curso de especialização da FAAP oferece ao mercado um programa baseado em quatro frentes: exigências normativas para projetar e construir; soluções para a redução de recursos na fase de operação e uso; soluções de projeto para o alcance de conforto término, lumínico e acústico; e soluções tecnológicas voltadas ao canteiro de obras de baixo impacto ambiental.

Divisor de Águas

A arquiteta e urbanista Angélica Hoffmann, que participou da segunda turma do curso, decidiu fazer o curso porque desejava um conhecimento mais aprofundado nesta área, após já ter participado de congressos e simpósios sobre o tema. "Foi um divisor de águas na minha vida, porque hoje tenho minha própria empresa, voltada ao desenvolvimento de projetos de sustentabilidade", diz.

A educação continuada é um importante caminho para o desenvolvimento profissional. "Diante do cenário das mudanças climáticas e do aumento do custo da energia, existe uma necessidade urgente para quem atua na área de ampliar as competências e habilidades sobre conceitos e metodologias voltadas aos princípios da sustentabilidade das construções", completa a professora Ana.

O curso de pós-graduação tem duração de 432 horas. Informações sobre o programa de aulas e o corpo docente estão disponíveis no site da FAAP. O curso tem início previsto para abril.