O Festival do Minuto foi criado no Brasil em 1991 e inspirou a realização de festivais correlatos em mais de 50 países. Nestes 27 anos de existência, realizamos mais de 300 concursos e recebemos mais de 50 mil vídeos de todos os cantos do planeta.

Estamos sem patrocínio e curiosamente, nos últimos anos quem mais diz não os patrocinadores, somos nós mesmos. Não aceitamos as exigências malucas que diretores de marketing e de comunicação condicionam para aportarem dinheiro ao Festival.

As leis de incentivo refletem o que vemos em diversas áreas da administração pública no Brasil: a privatização do Estado. O dinheiro é público, mas quem o administra é o privado. São as diretorias de marketing, comunicação ou sustentabilidade que decidem qual produto cultural será viabilizado.

Assim, se produz certa domesticação do fazer artístico, já que a empresa e suas agências de propaganda interferem de forma ousada na narrativa da produção cultural. A empresa confunde produto cultural com os produtos que colocam na prateleira do supermercado, ou com suas ações de comunicação e sustentabilidade.

O mais curioso é que no Brasil temos exemplos excepcionais de boa gestão de dinheiro público, como o SESC.  Já o PROAC de SP tem aspectos bem positivos, quando direciona parte da verba a editais públicos. É uma pena que só uma pequena parte da verba é destinada aos editais (cerca de 40 milhões), enquanto a maior parte do bolo de 120 milhões fica na mão dos marqueteiros e comunicólogos das empresas.

O Festival do Minuto foi criado no Brasil em 1991 e inspirou a realização de festivais correlatos em mais de 50 países. Nestes 27 anos de existência, realizamos  mais de 300 concursos e recebemos mais de 50 mil vídeos de todos os cantos do planeta. Destacamos também o Minuto Educação, projeto destinado a formação de professores e alunos da rede pública de ensino.

Paralisaremos* nossas atividades e procuraremos outras formas de existir. Se vamos achar, não sabemos. De todo modo, é melhor que o Minuto Morra na Memória Coletiva com sua graça, irreverência e vitalidade do que VIVA como um MORTO VIVO.

Marcelo Masagão

Criador e curador do Festival do Minuto

*Os concursos Tema Livre e Animação iniciados foram interrompidos, mas os vídeos enviados serão premiados. Em breve os resultados.