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Arata Isozaki, renomado arquiteto japonês, foi laureado com edição de 2019 do Pritzker Architecture Prize, prêmio conhecido como a maior distinção da arquitetura.
Isozaki é o 46º ganhador do Pritzker e o oitavo oriundo do Japão. A cerimônia de premiação acontecerá na França, em maio deste ano, acompanhada de uma palestra pública em Paris.
Louvado como um visionário entre os arquitetos contemporâneos, a abordagem inovadora de Arata Isozaki tem sido reconhecida internacionalmente desde a década de 1960. O arquiteto japonês é elogiado por ter facilitado o diálogo entre o Oriente e o Ocidente, reinterpretando as influências globais dentro da arquitetura e apoiando o desenvolvimento das gerações mais jovens dentro do seu país.
Na ata da edição de 2019, o júri afirma que Isozaki possui “um profundo conhecimento da história e teoria arquitetônica, e abraçando a vanguarda, não se restringiu a reproduzir o status quo, mas buscou uma arquitetura significativa, que desafia categorizações estilísticas e está em constante evolução, sempre frescas em sua abordagem”.
Os primeiros sucessos de Isozaki na arquitetura ocorreram durante a era seguinte à ocupação aliada do Japão, quando o país tentou se reconstruir após as ruínas da Segunda Guerra Mundial. “Eu queria ver o mundo através dos meus próprios olhos, então viajei pelo mundo pelo menos dez vezes antes de completar trinta anos. Eu queria sentir a vida de pessoas em lugares diferentes e visitá-las extensivamente dentro do Japão, mas também no mundo islâmico, aldeias remotas nas montanhas da China, no Sudeste Asiático e nas cidades metropolitanas nos EUA. Eu estava tentando encontrar oportunidades para fazer isso, e com isso continuei questionando: o que é arquitetura?”, lembra o laureado.
Dispôs seus esforço para reconstruir materialmente sua cidade natal – Ōita Medical Hall (1959-60), Annex (1970-1972), Biblioteca Municipal de Ōita (1962-1966) – como também redefiniu o intercâmbio mútuo entre as sociedades oriental e ocidental, permitindo que a visão japonesa informasse o design europeu e americano, particularmente na década de 1980.
“Isozaki foi um dos primeiros arquitetos japoneses a construir fora do Japão durante uma época em que as civilizações ocidentais tradicionalmente influenciavam o Oriente, fazendo com que sua arquitetura – que foi influenciada por sua cidadania global – fosse realmente internacional”, comenta Tom Pritzker, presidente da Fundação Hyatt, que complementa: “Em um mundo global, a arquitetura precisa dessa comunicação.”
Seus edifícios parecem geometricamente simples, mas são cheios em teoria e intenção. O Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles (1981-1986) foi a primeira encomenda internacional do arquiteto. Embora controverso e geograficamente desafiador, o prédio vermelho de arenito indiano foi resolvido pela consciência eloquente de escala de Isozaki através de uma montagem de volumes, enquanto empregava a proporção áurea e a teoria yin yang, evocando a natureza complementar das relações ocidentais e orientais.
A abordagem vanguardista de Isozaki é fluída, ajustando-se em resposta às necessidades e influências de cada ambiente através de um conceito de tempo e forma inter-relacionados chamado “ma”. A conectividade entre a universalidade global e a identidade local torna-se aparente através de sua abrangente cultura transcultural, resultando em soluções interdisciplinares que refletem profunda sensibilidade a necessidades contextuais, ambientais e sociais específicas.
O Parque Cerâmico Mino (1996-2002), um museu de cerâmica situado em um vale em cascata, preserva a vegetação circundante, servindo como uma extensão da topografia através de terraços externos, decks de observação e mirantes. O Palau Sant Jordi de Barcelona (1983-1990), projetado para os Jogos Olímpicos de Verão de 1992, está posicionado parcialmente abaixo do solo para minimizar o perfil da instalação de 17.000 pessoas e manter como destaque a encosta de Montjuïc. O teto abobadado foi construído referenciando técnicas de abóbada catalã, enquanto as formas inclinadas foram inspiradas nas de templos budistas, usando materiais locais como acabamentos – tijolos, azulejos, zinco e travertino.
“Isozaki é pioneiro em entender que a necessidade de arquitetura é global e local, que essas duas forças são parte de um único desafio”, diz o juiz Stephen Breyer, presidente do júri. “Por muitos anos, ele tem tentado difundir a ideia que as todas as regiões do mundo com fortes tradições em arquitetura não devem se limitar a essa tradição, mas sim espalhar essas tradições ao mesmo tempo em que aprendem com o resto do mundo”.
O júri também observa o espírito de generosidade do laureado, já que ele promove e continua a promover arquitetos nos momentos difíceis de suas carreiras, que desde então se tornaram figuras importantes dentro da disciplina.
Arata Isozaki ultrapassou, até agora, seis décadas de atuação profissional, chegando a mais de cem obras construídas em toda a Ásia, Europa, América do Norte, Oriente Médio e Austrália. Outros trabalhos proeminentes incluem o Museu de Arte da Cidade de Kitakyushu (1972-1974, Fukuoka, Japão), o Edifício do Centro de Tsukuba (1979-1983 Ibaraki, Japão), a Torre de Arte Mito (1986-1990 Ibaraki, Japão), o Nara Centennial Hall (1992-1998 Nara, Japão), o Pala Alpitour (2002-2006 Torino, Itália), o Himalayas Center (2003-2013 Xangai, China), a Allianz Tower (2003-2014 Milão, Itália), o Centro de Convenções Nacional do Qatar (2004-2011 Doha, Qatar ) e o Shanghai Symphony Hall (2008-2014, Xangai, China).