A exposição conta com curadoria de Glauco Campello e de Lauro Cavalcanti e foi organizada conjuntamente pela Fupam, FAU USP e Fundação Oscar Niemeyer.

A exposição Niemeyer: Geometria da Liberdade, inédita no Brasil, que acontece desde o último dia 23 de março no Museu de Arte de Macau (MAM), foi estruturada em uma plataforma extensa, cuja forma alude às curvas de uma de suas mais clássicas obras: a marquise do Parque do Ibirapuera, na capital paulista. Além desta curiosidade, a exposição também traz desenhos e croquis inéditos vinculando paisagens, curvas e mulheres.

A exposição com curadoria de Glauco Campello, arquiteto e ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e de Lauro Cavalcanti, diretor do Paço Imperial do Rio de Janeiro, foi organizada conjuntamente pela Fundação para Pesquisa em Arquitetura e Ambiente (FUPAM), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e a Fundação Oscar Niemeyer.

Segundo Pedro Taddei, presidente da FUPAM, o objetivo é que a exposição seja vista pelo maior número de pessoas em regiões do mundo que ainda não tiveram a oportunidade de apreciar de perto as obras do arquiteto. “Em muitos países, a popularização das suas obras e estilo único data de décadas, mas em outras, há inúmeras oportunidades de apresentá-las”. A exposição vai até ao dia 8 de maio no Museu de Arte de Macau.

Os organizadores esperam levar esta exposição a todos os países de língua portuguesa e também a outros museus e galerias que possam se interessar. De acordo com Taddei, outro destaque desta exposição é que pela primeira vez se contextualiza as obras de Niemeyer dentro dos movimentos da cultura brasileira, especialmente o modernismo e sua gene criativa.  “A liberdade das curvas propostas por Niemeyer se complementam às outras manifestações da cultura brasileira e também as paisagens do país. Esta contextualização está presente nesta exposição em Macau”.

Outra curiosidade da exposição, lembraTaddei, é que Macau recebe o maior dos nossos arquitetos fazendo o caminho inverso depois de 200 anos. “Quando D. João VI e a Família Real vieram para o Brasil em novembro de 1807, o governo do território de Macau, então possessão portuguesa, fizeram doações consideráveis, que foram enviadas ao Rio de Janeiro a bordo do navio Ulisses. Nele, também estavam arquitetos, engenheiros e artífices, acompanhados de materiais de construção, utensílios, sementes e mudas de plantas para a criação arquitetônica e paisagísticas das novas instalações reais. Os resultados dessa cooperação o Brasil exibe até hoje. São inúmeros frutos, plantas medicinais, aromáticas e utilitárias, assim como traços na arquitetura, pintura e escultura, vindos desta parte da China”.