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architectourism ISSN 1982-9930


abstracts

português
Veja o ensaio da artista plástica Renata Soldato em que todas as imagens fotográficas mostram recortes da paisagem nova-iorquina pontuadas por caixas d’água, remetendo às interferências que os artistas da Land Art operam na natureza

english
See the essay composed by the artist Renata Soldato where all the photographic images show the New York landscape cut out by water tanks, referring to the interferences that the Land Art artists make in nature

español
Vea el ensayo de la artista plástica Renata Soldato en el que todas las imágenes fotográficas muestran el horizonte neoyorquino recortado por cajas de agua, remitiendo a las interferencias que los artistas de Land Art operan en la naturaleza


how to quote

SOLDATO, Renata. Objeto capturado - New York. Arquiteturismo, São Paulo, ano 02, n. 015.01, Vitruvius, maio 2008 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/02.015/1419>.


Land Art às avessas. Modo de operar antropológico. Artista, andarilha, turista. Crônica, documentário, obra. Fotografia. Para se compreender a série Objeto capturado – New York as possibilidades de abordagem são várias.

É da natureza da obra de arte ser multifacetada, mas aqui, o que mais intriga é a alternância de modos de operar da artista. Esses modos de operar, que são, é claro, próprias da personalidade da Renata Soldato, se manifestam na obra em dissonâncias que a aprofundam e enriquecem.

Todas as imagens fotográficas da série mostram recortes da paisagem nova-iorquina pontuadas por caixas d’água, o tal "objeto capturado". As caixas são interessantes do ponto de vista plástico e a presença delas imersas na paisagem urbana faz pensar nas interferências que os artistas da Land Art operam na natureza e, depois deles, nos artistas que criam para site specifics. A Renata "coloca" as caixas d’água no enquadramento das fotografias que tira de New York e comenta dessa maneira o entorno, alterando a percepção que temos da cidade.

Renata Soldato em seu ateliê, São Paulo


Estabeleço relações entre a vocação capitalista do site (aqui entendido como espaço físico) com a permanência silenciosa daquele objeto atemporal e desprendido... (caixas d’água de madeira que, em caso de incêndio, se desmancham para derramar sobre o prédio o seu conteúdo salvador). Ou entre o burburinho a rés do chão com o movimento ascendente do objeto que aponta o céu. Ou, tentando ser menos simbólica, entre as formas cambiantes dos prédios e essa outra que instaura uma cadência ao todo.

Conversando com ela me vem outra imagem, ela se descreve caminhando sozinha pelas ruas e andando de trem à espreita daquele objeto de formato tão peculiar. Ocorre a mim que a artista aqui tem um tanto de antropólogo e procura, através da observação de um elemento específico e entretecido à malha urbana, conhecer a cidade e o nova-iorquino que a habita. Ou mesmo a história da cidade, já que essas caixas são "de época". Pela parte entender o todo. Então pergunto, por quê as caixas d’água? A resposta enfatiza ainda a outra via pelo qual é possível acessar seu trabalho e lança luz sobre a face cronista da Renata Soldato.

As caixas parecem foguetes de antigos filmes B de ficção científica. Enquanto me volto mais uma vez para as fotografias mentalmente desenvolvo uma narrativa, imagino a cidade pós-terrorismo mantendo antigos foguetes de madeira em suas bases prontos para serem lançados para o espaço.

Pensando no contexto da produção plástica da Renata encontro um denominador comum entre as suas cerâmicas, os desenhos espaciais feito em arame, as charges para jornais, as pinturas e as fotografias: em toda sua produção encontro o comentário sutil que ironiza a vida levada a sério e a aproxima do absurdo. E essa constatação vai dar sentido pleno à prática que resultou nas imagens dessa exposição.

São frutos de um olhar que privilegia o comentário e aponta insistentemente para a tremenda fragilidade das nossas convicções.

[Patrícia Furlong, curadora]

sobre a autora

Renata Soldato nasceu no Rio de Janeiro e em 1977 foi morar dois anos nos EUA, onde estudou fotografia. Morou também em Moscou em dois períodos: na era Breznev e depois na era Gorbachev quando juntou grande acervo fotográfico. Mudou-se para Londres em 1981 voltando um ano depois para o Brasil, São Paulo, onde terminou a faculdade de Artes Plásticas. Atualmente trabalha em seu ateliê, no bairro de Pinheiros.

Renata Soldato em seu ateliê, São Paulo


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015.01 Fotografia
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