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architectourism ISSN 1982-9930

Varanasi, Rio Ganges, Índia. Foto Victor Hugo Mori

abstracts

português
O artigo explora as primeiras impressões do autor sobre a cidade de Budapest, tanto no que se refere ao passado, quanto ao presente.

english
The paper presents first impressions about Budapest, both as regards the past, for the present.


how to quote

LIMA, Fabio Jose Martins de. Budapest, Hungria. Nas margens do Danúbio. Arquiteturismo, São Paulo, ano 07, n. 080.07, Vitruvius, out. 2013 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/07.080/4939>.


Budapest surpreende a cada momento, pela escala, monumentalidade e densidade do seu conjunto urbano enraizado em um passado distante. Acrescido a estes aspectos, a cordialidade e o bom humor dos seus moradores. A jornada para esta cidade monumental, patrimônio da humanidade, em viagem de trem, partiu da Estação Santa Lucia, em Venezia, com parada em Vienna, para troca de trens, e chegada à Estação Keleti, no centro urbano de Budapest, com duração total de cerca de 12 horas.

No caminhar pelas ruas a hospitalidade é evidente pelos olhares e pela gentileza nas informações. Pelo centro histórico, que se caracteriza por trama extremamente orgânica, atravessada pelo Danúbio – que é azul, verde, amarelo… multicolor, a depender da hora do dia –, sobressaem ainda os vestígios da cidade medieval fortificada.

Vários tempos dialogam nesta trama, em termos de contrastes mais ou menos bruscos, algumas vezes de maneira enérgica. Vale dizer que as origens são remotas, com os traços das primeiras ocupações atrelados ainda à antiga idade da Pedra, na qual as pessoas viviam nas duas margens do Danúbio, onde a cidade permanece e através das quais estende os seus limites.

Um dos mais significativos fatores para a expansão urbana foi a instalação de uma fortificação romana no que hoje é conhecido como Obuda. Na segunda metade do Século II antes de Cristo a base Romana de Aquincum, separada entre distritos civis e militares, florescia como a capital de Pannonia. Já no século V o país foi invadido pelos Hunos com a formação do reino que hoje constitui a Hungria. Já no ano 1000 foi organizado um estado no modelo feudal com a introdução do Cristianismo.

Neste período a construção do Castelo de Buda foi concluída, tendo a corte real se transferido para tal fortificação, que foi modernizada com anexo em linguagem gótica contemporânea. Em relação à cidade real Buda contrastava o próspero centro comercial de Pest. Na segunda metade do Século XV o palácio real e a cidade de Buda e também Visegrad, um distrito,  foram alçados como um centro de cultura renascentista. Em 1526, tanto Buda quanto Pest foram tomados pelos turcos que converteram muitas igrejas em mesquitas, além de terem construído casas de banho e reforçado as fortificações.

Obuda foi reconquistada em 1686, sendo que Buda e Pest assumiram, neste momento, o papel de casa dos Habsburg. Com a imperatriz Maria Theresa várias foram as conquistas de Buda e de Pest, que fortaleceram o aspecto econômico da região, com a atração de imigrantes alemães. A instalação de um campus universitário em Buda, em 1777, foi importante, porém, poucos anos depois, esta perde o seu título para Pest. Em 1849, a abertura da Ponte Chain, permitiu a ligação mais facilitada entre os distritos de Obuda, Buda e Pest. No seguimento, estes três assentamentos irão constituir uma única cidade com uma população de 150.000 habitantes, sendo que Budapest tornou-se, então, oficialmente a capital da Hungria, com um desenvolvimento rápido em escala de conjunto e importância.

Este apogeu da cidade coincide, em 1896, com as comemorações milenares da tradição húngara, momento no qual se inaugurou a primeira via férrea subterrânea continental na Europa. As grandes guerras que se seguiram, no curso do século 20, alteraram de modo brutal a dinâmica da região. Como resultado destes colapsos, Budapest sofreu severos problemas econômicos, que continuaram nos anos seguintes entre as guerras. A série de bombardeios, neste processo, sendo que ali foi instalado o próprio front da batalha contra os alemães, também contribuiu para a destruição da cidade.

Nos anos 1960 e 1970 a reconstrução foi desencadeada, com a abertura do tráfico com a Ponte Elisabeth, a extensão da rede subterrânea ferroviaria, a renovação do centro antigo, particularmente o quarteirão do castelo, incluindo a construção de hotéis monumentais neste quarteirão, o que permitiu o incremento do turismo e a atração de visitantes tanto do Leste quanto do Oeste europeu, bem como dos Estados Unidos. Nos dias atuais, com os seus dois milhões de habitantes, Budapest se destaca no panorama do Leste europeu.

Aspecto de mapa do centro urbano
Divulgação

As intervenções, no presente, revelam a opção pelo contraste, o que poderia ser um problema para a preservação da integridade do conjunto, não fosse o aspecto denso e monumental do centro histórico. Aqui se colocam primeiras impressões, apaixonadas impressões diga-se, deve ser ressaltado, tendo em vista a necessidade de outras aproximações, para permitir um aprofundamento sobre a realidade urbana, tanto no que se refere ao passado, quanto no que diz respeito ao presente.

Questões de método e metodologias que não devem faltar aos estudos referentes à história das cidades e do urbanismo. Neste sentido, a importância das interlocuções internacionais no âmbito da pesquisa acadêmica e não só nesta esfera… Com estas ressalvas, no tocante ao preenchimento das lacunas, no campo do restauro, na escala urbana, prevalece a opção pela continuidade, tanto em termos de altimetria, quanto da composição do conjunto.

Estas impressões podem ser constatadas pelo ir-e-vir, nos vários percursos sobre o centro histórico, seja nas próprias margens do Danúbio, seja pela trama edificada para além das suas margens. Passado e presente ressoam tempos diversos. No compasso desta fruição, sobressaem ainda pontes monumentais, antigas e modernas.

Em termos de transporte urbano, este se mostra eficiente com a integração de vários trajetos por meio de metrô, tram, trem, ônibus, tróleibus, plano inclinado, além das possibilidades individuais, desde a bicicleta, passando pelas motocicletas, aos vários tipos de carros. Faixas de pedestre e de bicicletas (que incluem skates, patins e patinetes) distinguem e abrigam este tipo de locomoção. Áreas exclusivas ou prioritárias para pedestres se inserem com dignidade.

No caso das ligações interregionais e continentais, estas podem ser feitas por trem, ônibus ou avião. A visita a Budapest foi motivada pela participação no evento “In Tech : International Conference on Innovative Technologies”, no qual apresentamos o trabalho intitulado “The Company Towns’ Cultural Heritage as a Subject of Comparative Analisis: Participation including People”. Esta participação soma-se às interlocuções internacionais desencadeadas na Itália, particularmente no âmbito da Università IUAV di Venezia, e da Università degli Studi di Padova.

Tais incursões permitem vislumbrar outros horizontes para as cidades brasileiras, na perspectiva da análise comparada, seja em termos de pensamentos e práticas, seja em termos da própria experiência cotidiana propiciada por centros urbanos distintos. E urge que busquemos outros referenciais, pelas cidades...

nota

NA
A visita a Budapest foi motivada pela participação no evento “In Tech : International Conference on Innovative Technologies”, no qual apresentamos o trabalho intitulado “The Company Towns’ Cultural Heritage as a Subject of Comparative Analisis: Participation including People”. Esta participação soma-se às interlocuções internacionais desencadeadas na Italia, particularmente no âmbito da Università IUAV di Venezia, e da Università degli Studi di Padova. Tais incursões permitem vislumbrar outros horizontes para as cidades brasileiras, na perspectiva da análise comparada, seja em termos de pensamentos e práticas, seja em termos da própria experiência cotidiana propiciada por centros urbanos distintos. Agradecimentos à Fapemig, CNPq, Capes.

sobre o autor

Fabio Jose Martins de Lima nasceu em Belo Horizonte, em 02 de setembro de 1961 e fotografa desde 1983. Professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora, a partir de 1999 é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (1989) com Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (1994) e Doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (2003). A partir de 2011, desenvolve Estágio Pós-Doutoral no IUAV Università di Venezia, com o apoio da CAPES, sob a orientaçao dos Professores Donatella Calabi e Guido Zucconi. Em Juiz de Fora coordena o grupo Urbanismomg que desenvolve atividades de pesquisa e extensão com o apoio do CNPq, Fapemig, Ministério das Cidades e Ministério da Cultura.

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