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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
Neste artigo são analisadas duas versões para o projeto do Hospital do Pronto Socorro do Recife, a de 1951 e a de 1960, segundo seus arranjos espaciais e os princípios de planejamento hospitalar que os estruturaram.

english
In this article we analyse two project versions for the Emergency Hospital of Recife, from 1951 and 1960, according to the relationship between their spatial arrangements and the hospital planning principles that structured them.

español
En este artículo se analizan dos versiones del proyecto para el Hospital de Emergencias de Recife, el 1951 y 1960, de acuerdo con sus disposiciones espaciales y los principios de la planificación hospitalaria que los estructuraron.


how to quote

AMORIM, Luiz; RIBEIRO, Cecilia . O espaço hospitalar em dois tempos. O Pronto Socorro do Recife. Arquitextos, São Paulo, ano 17, n. 203.03, Vitruvius, abr. 2017 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/17.203/6524>.

1. Uma obra pública

No início da década de 1950, o Serviço de Pronto Socorro do Recife, criado em 1930 (1), funcionava de forma precária num imóvel adaptado, com equipamentos e estrutura obsoletos, e incapaz de atender à demanda de atendimento, inclusive de doentes vindo do interior. A necessidade de construir um novo hospital de pronto socorro era discutida por médicos, como Berilo Pernambucano, e jornalistas, como Aníbal Fernandes e Aderbal Jurema em suas colunas nos jornais Diário de Pernambuco e Diário da Noite (2).

A iniciativa de construir o hospital partiu de Barbosa Lima Sobrinho, então governador de Pernambuco, que em 1950, no final de seu mandato, encomendou um projeto ao médico Odair Pedroso (3), tal como consta em matéria publicada no Diário de Pernambuco: “A planta que está sendo feita em São Paulo pelo Dr. Odair Pedroso, uma das maiores autoridades sul-americanas em hospitais e logo que nos chegue às mãos abriremos concorrência pública para o início imediato” (4). A justificativa para o projeto, oferecida pelo Secretário de Saúde e Assistência Social, Nelson Chaves, era de que “as instalações são, porém muito precárias. Funciona o Hospital num prédio pequeno e adaptado, com defeitos graves e de correção difícil e onerosa. Por isso mesmo torna-se incontestável a necessidade de construir um novo hospital” (5).

Agamenon Magalhães assumiu o governo do Estado em 1º de fevereiro de 1951 e criou uma Comissão para propor diretrizes e apontar a melhor localização de três edifícios públicos que seriam construídos na sua gestão: a Biblioteca Pública, o Instituto de Educação e o Pronto Socorro. A Comissão era formada por Ayrton da Costa Carvalho (diretor do Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Dphan, atual Iphan, em Pernambuco), Edgar Amorim (Diretor de Obras da Prefeitura do Recife) e os arquitetos Paulo Magalhães e Acácio Gil Borsoi, recém-formados pela Faculdade Nacional de Arquitetura, no Rio de Janeiro, e recém-chegados ao Recife. Borsoi já era professor de pequenas composições do Curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes de Pernambuco e Magalhães, sobrinho do governador (6).

1.1. O início

O relatório da Comissão (7), de Ayrton da Costa Carvalho, foi entregue ao Governador no dia 9 de outubro de 1951 e publicado no Diário de Pernambuco no dia seguinte (8). Para a escolha da localização dos equipamentos a serem construídos pelo Estado foram levados em conta a proposta urbanística de Ulhôa Cintra “‘para orientação do estudo de um plano geral de remodelação e expansão da cidade do Recife’, os elementos colhidos no Recenseamento Geral de 1950, referentes à população das diversas zonas da capital, e dados estatísticos encontrados no boletim do Serviço de Pronto Socorro do Recife”, além de considerados a “contingencia do Estado” e o desejo de que fossem construídos “dentro do atual mandato administrativo”, sendo que para isso, deveriam ser “afastadas todas as soluções provocadoras de quaisquer delongas – resultantes de procedimento legal com desapropriação, desalojamento, demolição, aterro, prazos judiciais etc.” (9)

Para a localização do Instituto de Educação e da Biblioteca Pública, “pelas próprias finalidades culturais comuns”, foi sugerido ficarem no mesmo “’campus’”, localizado próximo do Parque 13 de maio (10). Já para o Hospital, recomendou-se sua localização junto à perimetral prevista nas propostas de Ulhôa Cintra, que viria a ser a Avenida do Canal, hoje Agamenon Magalhães, destacando assim, a importância do sistema viário para o seu acesso e a sua relação de equidistância com diversos bairros da cidade (11):

“Quanto ao Hospital de Pronto Socorro requer, por sua vez, situação central diversa, de onde as ambulâncias pudessem atingir, com a maior economia de tempo e despesa, qualquer zona da cidade e o mais rapidamente possível, com serviço autônomo de transporte e liberdade de itinerário – pelo que estaria, com acerto, situado, em posição equidistante do núcleo central da irradiação e da periferia da cidade – posição servida de múltiplas possibilidades de distribuição viária” (12).

“Por satisfazer esses requisitos especiais de centralização, possibilitando e facilitando o duplo movimento centrifugo e centrípeto das ambulâncias, opinamos pela localização do Hospital de Pronto Socorro, (nosocômio e serviço), em terreno situado á meia altura da Perimetral de Primeira Ordem, (Plano Ulhoa Cintra), que segue o traçado do canal de saneamento Aurora Madalena, e cujos serviços marcham francamente.

Artéria com 80 m de largura, possibilitará o regimen [sic] de faixas de rolamento para transito lento e rápido, nos dois sentidos, cuja proximidade seria de grande utilidade para os serviços de irradiação do Pronto Socorro” (13).

Mesmo recebendo críticas, como a de Lauro Borba, da Comissão do Plano da Cidade – CPC (14), as sugestões do relatório foram acatadas e após a escolha da área onde seria implantado o Hospital, entre as ruas Joaquim Nabuco, da Baixa Verde e Travessa da Baixa Verde, no bairro do Derby, a área foi desapropriada por Cr$ 1.328.000,00, valor não atualizado (15).

Plano de Reforma do Recife – Sugestões de Dr. Ulhôa Cintra Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano
Imagem divulgação

1.2. Os hiatos e a retomada do projeto

Para o início das obras, que deveriam durar apenas três anos, foi aberto um crédito que incluía planejamento e projetos, além da montagem do canteiro de obras (16). O planejamento e os projetos referiam-se a: a) elaboração de documentação fotográfica do local; b) estudos e levantamentos planimétricos e altimétricos; c) anteprojeto e projeto de arquitetura; d) detalhes gerais; e) projeto de instalações; f) especificação de materiais, orçamento, fiscalização e a “instalação e manutenção de escritório destinado aos serviços de controle geral da obra” (17).

A construção, porém, foi interrompida por questões políticas e técnicas, em agosto de 1952, com o inesperado falecimento de Agamenon Magalhães e alegações de que o estado passava por dificuldades financeiras. No entanto, seu sucessor, o governador Etelvino Lins coloca a pedra de fundação da obra, em 1954.

Em 1959, já no governo de Cid Sampaio, pretendia-se retomar as obras do hospital, mas o projeto não era mais um consenso entre os arquitetos Magalhães e Borsoi. A população do Recife crescia vertiginosamente (18) e ganharam força as discussões em torno da cidade integrada à região. Seria necessário pensar em um grande equipamento como o hospital de pronto socorro para atender a uma população que ia além dos limites territoriais recifenses.

As discussões sobre o hospital moderno, seu projeto e concepção, que emergiram em São Paulo e no Rio de Janeiro, passaram a circular e tomar forma também no Recife. Destaca-se assim, a realização de cursos em que eram abordados novos modos de projetar hospitais. O de Germano Galler (19), na Escola de Belas Artes de Pernambuco e o I Curso de Projetos de Organização de Hospitais do Recife, realizado entre 8 e 17 de julho de 1956, promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de Pernambuco – IAB-PE, sob a presidência de Florismundo Lins (20). Em sua passagem pelo Recife, Galler, que veio a convite da “Escola de Belas Artes da Universidade do Recife, afim de dar algumas aulas na Cadeira de Grandes Composições de Arquitetura”, além das aulas ministradas, conheceu o Escritório Técnico da Cidade Universitária e visitou as obras da Faculdade de Medicina e do Hospital das Clinicas, bem como examinou as plantas do Hospital do Pronto Socorro em encontro com Carvalho, Magalhães e Borsoi, emitindo opinião sobre a qualidade do projeto.

O que se disputava era a ampliação do número de leitos e a descentralização de alguns serviços previstos para serem oferecidos pelo hospital. Paulo Magalhães já havia se deslocado para o Rio de Janeiro e depois para Brasília, e, em uma visita à cidade para discutir o novo projeto, mostrou a sua discordância com o aumento da capacidade de atendimento do hospital. Para o arquiteto, o Hospital de Pronto Socorro deveria ter 150 leitos e o serviço de urgência deveria ser prestado de forma descentralizada, ou seja, por outros hospitais ou ambulatórios. Argumentava que havia um reduzido corpo técnico de enfermagem (enfermeiras diplomadas) e existiam “áreas disponíveis de vários hospitais recifenses, como o do IAPETC [atual Hospital Getúlio Vargas] e o dos Usineiros [atual Hospital Barão de Lucena]’”, e que o seu aproveitamento reduziria o alto custo da construção do hospital (21).

Vale lembrar que a descentralização dos serviços de urgência havia sido defendida pelo seu pai, o médico Aggeu Magalhães, o primeiro Secretário de Saúde do Estado de Pernambuco, em 1946. Sua ideia consistia na criação de postos nos bairros, o que não foi adiante (22). No Plano de Desenvolvimento Local Integrado do Recife (PDLI), coordenado pelo arquiteto Wit-Olaf-Prochnik, também era criticada a concentração dos serviços de emergência no Hospital do Pronto Socorro, vista como “um problema de organização – funcional urbana e médica”, que, para além do urbano, era também metropolitano e regional (23).

As ideias de Paulo Magalhães não foram aceitas por Acácio Gil Borsoi, como também pelos médicos Murilo Paraíso, Bruno Maia (que foi diretor do Serviço de Pronto Socorro entre 1959 e 1963) e Berilo Pernambucano, que fizeram parte de reunião para tratar do assunto. Estes defendiam que o número de leitos do hospital deveria ser ampliado em relação ao previsto no projeto existente. E assim, o grupo fechou a questão e uma comissão de médicos foi instituída para a elaboração do programa para o novo projeto.

Essa comissão foi formada pelos médicos consultores Luiz Tavares de Barros, Bruno Maia, Berilo Pernambucano, Odacy Varejão, Nestor Cavalcanti e Benoni Pereira Sá. Esteve à frente do seu projeto o arquiteto Acácio Gil Borsoi, único membro da primeira equipe, e as arquitetas Maria Lucia Athayde e Lucia Nascimento, membros do quadro técnico do Departamento de Obras e Serviços Públicos do Estado de Pernambuco – DOFSP.

A construção do Hospital foi retomada em 16 de setembro de 1960. No entanto, não demoraria muito a ser novamente paralisada, tendo em vista a identificação de problemas na sua fundação. Com isso estabeleceu-se uma “pendência judiciária” entre o Estado e a firma contratante, só resolvida em 1965, já no governo de Paulo Guerra, com o ressarcimento do Estado e a contratação de outra firma (24).

O hospital foi inaugurado no dia 29 de janeiro de 1967, dois anos depois de reiniciada a sua construção. Apesar disso, ainda foram necessários mais dois anos para que dessem início ao seu funcionamento.

“A falta de instalação de equipamentos; a substituição da quase totalidade do piso (a cerâmica utilizada destacou); a necessidade de construção da torre de refrigeração; da implantação da casa da força; da instalação do gerador de emergência, além da inexistência de oficinas, depósitos de material, alojamentos e garagens, entre outras pendências, não davam condições de funcionamento” (25).

O Hospital de Pronto Socorro foi mais uma vez inaugurado, em 31 de dezembro de 1969, desta feita com a prestação dos seus serviços à população. Somente em 16 de dezembro de 1971, com a Lei 6.378, passou a ser chamado de Hospital da Restauração, uma antiga reivindicação de médicos e jornalistas, primeiro para que fosse dado um auxílio federal para as comemorações do tricentenário da restauração pernambucana (tal como aconteceu com Salvador que no mesmo período foi agraciada com um prêmio substancial para as comemorações do seu quarto centenário). Depois, para que parte da quantia recebida fosse destinada à construção do hospital, marcando assim, a data e a obra, e, finalmente, para que, segundo sugestão de Aníbal Fernandes, em 1953, o hospital se chamasse Hospital da Restauração (26).

2. O Hospital do Pronto Socorro do Recife

Hospital do Pronto Socorro
Imagem divulgação [Inventário do arquiteto Acácio Gil Borsoi]

O projeto (27) se fundamenta em princípios ordenadores da concepção hospitalar vigente à época, compilados em uma série de publicações (28) de autoria, na sua grande maioria, do médico Teófilo de Almeida, que ocupou a direção da Divisão de Organização Hospitalar – DOHdo Ministério da Educação e Saúde, entre 1941 e 1949 (29). É importante ressaltar a forte influência norte-americana na política de saúde nacional, observável na aplicação dos preceitos preconizados naquele país e nos documentos técnicos referidos, na elaboração de cursos, publicações e assistência técnica e na concessão de bolsas de estudo para brasileiros nos Estados Unidos (30). Destaca-se nesse momento a atuação do médico e engenheiro Ernesto de Souza Campos, interlocutor da Fundação Rockfeller no Brasil, Ministro da Educação e Saúde em 1946 e colaborador da DOH.

O Hospital do Pronto Socorro do Recife foi concebido segundo as recomendações estabelecidas nas publicações da DOH, que preconizavam a solução em monobloco como a mais adequada em áreas urbanas, por considerar que além de “ganhar espaço no solo” (31) e economizar terreno em áreas urbanas, permitia:

“1) Economia de construção e manutenção. 2) Facilidade dos transportes e portanto no movimento. 3) Concentração das tubulações hidráulicas, térmicas, de esgoto [sic], eletricidade, etc. 4) Possibilidade de bons serviços operatórios, de raios X, radium [sic], de fisioterapia e fisiodiagnóstico, de laboratórios, etc. 5) Possibilidade de ter na direção de cada serviço um técnico de grande valor, bem remunerado, o que não seria possível em serviços multiplicados. 6) Melhor disciplina interna e vigilância. 7) Melhores condições de isolamento por pavimento do que em pavilhões dispersos. 8) Maior afastamento do ruído, da poeira e da mosca [sic],  o que faz nos hotéis serem preferidos, apesar de mais caros, os pavimentos mais elevados. 9) Mais íntimo contacto [sic], e cooperação do pessoal técnico. 10) Facilidade de administração” (32).

Preconizava-se, também, a organização espacial fundamentada em uma rigorosa setorização das atividades, não apenas para garantir o seu funcionamento adequado, mas também para garantir que os preceitos profiláticos fossem atendidos por meio do controle rigoroso dos fluxos de usuários, materiais e equipamentos e do aproveitamento das condições naturais para garantir o conforto dos usuários e redução dos custos de manutenção. Os projetos deveriam prever as divisões, ou setores, (a) econômico-administrativa, (b) serviços auxiliares da administração, (c) dietética, (d) admissão e registos, (e) serviço social, (f) serviço clínico central, (g) clínicas, (h) auxiliar do diagnóstico e da terapêutica, (i) enfermagem e (j) ambulatórios. Por sua vez, cada setor seria composto por subsetores de acordo com as distintas especialidades e serviços.

O projeto segue tais preceitos. O subsolo abriga os serviços gerais e o térreo, o setor dedicado à dietética, onde são preparadas e distribuídas a alimentação dos internos, e o serviço clínico central – as clínicas, o setor auxiliar do diagnóstico e da terapêutica, além do ambulatório. A sobreloja abriga as unidades administrativas (econômico-administrativa, serviços auxiliares da administração e admissão e registos), de serviço social, atendimento de urgência, associado às diversas clínicas localizadas no pavimento térreo.

A torre é formada por seis pavimentos e terraço. O primeiro pavimento recebe o setor cirúrgico, imediatamente acima do atendimento de urgência, o que facilita o deslocamento do paciente. No mesmo pavimento encontra-se a unidade de isolamento para receber pacientes acometidos de graves doenças infectocontagiosas, devidamente separados e sem comunicação direta ou indireta entre o setor cirúrgico. A organização espacial do pavimento é exemplar no que concerne ao atendimento aos preceitos profiláticos, bem como antissépticos e assépticos, observado rito de higienização de acesso de médicos, enfermeiros e pacientes para as salas de cirurgia e o descarte de material cirúrgico, bem como a separação categórica de usuários (pacientes, médicos, enfermeiras e visitas) observada nos sistemas vertical e horizontal de acesso aos diversos setores, organizados de forma a permitir o acesso exclusivo de funcionários nos seus diversos escalões e permitir o acesso do público, de forma controlada, por apenas uma torre de circulação.

Os pavimentos superiores, do segundo ao sexto, abrigam o setor de internação, organizado nos formatos de enfermaria para 7 a 8 pacientes, quartos para dois pacientes e apartamento individual, sendo do segundo ao quinto destinados à enfermaria e o sexto para os quartos e apartamentos, estes últimos destinados aos pacientes particulares, ou seja, aqueles com recursos para retribuir ao estado o serviço de saúde prestado. Sua localização no último pavimento ressalta a distinção dos seus usuários, expressa na própria composição da edificação. O terraço, acessível exclusivamente por meio de escadas, abriga capela e barbearia.

Projeto 1Opavimento (setor cirúrgico)
Imagem divulgação [Arquivo da SSEPE]


Projeto 3oao 5opavimento (enfermarias e quartos)
Imagem divulgação [Arquivo da SSEPE]


Fachadas Norte e Leste
Imagem divulgação [Arquivo da SSEPE]

Fachadas Norte e Leste
Imagem divulgação [Arquivo da SSEPE]

Cabem, ainda, duas observações. Primeiramente, a importância dada ao acesso direto de ambulâncias e veículos privados para o atendimento de emergência, solucionado por meio de viaduto sobre a Avenida Canal, futura Agamenon Magalhães. A pista elevada seria acessada, no sentido Nordeste, por meio de rampa circular sobre propriedade privada (o que exigiria desapropriações) e por rampa construída no terreno adquirido para o hospital, no sentido Sudoeste. Os acessos secundários se dariam pelas ruas laterais (Travessa da Baixa Verde e Rua Joaquim Nabuco). Desta forma, os acessos são distribuídos hierarquicamente, segundo os critérios de urgência de atendimento (doente), público e serviço.

Em segundo lugar, a afiliação da linguagem arquitetônica à formação de Borsoi e Magalhães no Rio de Janeiro. De fato, encontram-se no projeto soluções compositivas e elementos da arquitetura ricos à experiência arquitetônica de arquitetos radicados na capital federal, observáveis em edificações construídas, como o próprio Hospital Sul América, de Oscar Niemeyer.

3. O hospital da restauração

Perspectiva do Hospital da Restauração
Imagem divulgação [Diário de Pernambuco no Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano]

As fontes documentais sobre o segundo projeto são escassas, salvo alguns registros fotográficos, reportagens jornalísticas e referências em Veloso Costa (1971). Levantamentos arquitetônicos recentes de responsabilidade de Secretaria de Saúde foram utilizados para confirmar informações obtidas nos documentos consultados. Tais informações são sintetizadas no Quadro 1.

As distinções observadas entre os dois projetos são de três naturezas: a) programática, consequência do aumento da capacidade de atendimento de pacientes; b) financeira, observada na alteração do sistema de acesso de veículos para o atendimento de emergência, cujo viaduto e as respectivas alças foram abandonadas e reduzidas para rampas construídas no interior do próprio terreno do hospital; c) compositiva, evidente na simplificação da volumetria.

De fato, o segundo projeto é uma adequação da proposta inicial às novas condições, e não uma nova solução. A forma e a dimensão dos pisos referentes à torre e ao pódio permanecem praticamente inalterados. O subsolo presente na primeira versão, no entanto, é suprimido e a nova torre ganha um pavimento, alterando a proporção do conjunto. Observa-se, também, a alteração da área e da forma das torres de circulação vertical, agora ortogonais e maiores para abrigar as áreas de apoio e destinar os pavimentos exclusivamente para as enfermarias, apartamentos e salas de cirurgia. Com isso, os postos de enfermagem ficaram equidistantes das unidades de internamento – apartamentos ou enfermarias.

O setor de emergência passa a ocupar todo o primeiro pavimento (sobreloja no projeto original), como consequência do aumento da sua capacidade de atendimento. Também nota-se sua divisão nas áreas de emergência geral, localizada na metade sul da lâmina, e de emergência pediátrica, localizada ao norte. Tal especialização exigiu acessos independentes, ambos por meio de rampas, para permitir o acesso de veículos privados e ambulâncias.

Finalmente, merece destaque a decisão de transferir o setor de isolamento para o último pavimento e a construção, em 1974, de bloco térreo anexo para abrigar o serviço de ambulatório do hospital, projeto do arquiteto Gildo Montenegro, na época membro do quadro técnico do DOFSP. Com isso, são criadas as condições para o atendimento adequado à população.

Quanto à composição do conjunto, as esquadrias basculantes contínuas de iluminação e ventilação naturais das enfermarias e quartos, mas de quebra-sóis horizontais e verticais são adicionados para garantir melhores condições de conforto. Como consequência, obtêm-se um conjunto de maior homogeneidade e sobriedade, sem os destaques de componentes do programa – acomodação dos médicos, na sobreloja, ala de apartamento no sexto pavimento, capela no terraço e o auditório.

Quadro 1

4. Dois projetos para um hospital moderno

Fotografia do Hospital da Restauração
Foto divulgação [Acervo do Hospital da Restauração]

O projeto da principal unidade de atendimento de urgência de Pernambuco é um caso exemplar da relação entre os avanços nas ciências médicas e na arquitetura ao longo do século 20, mas também revela a práxis política nacional, plena de intermitências e atropelos. No caso do Pronto Socorro do Recife, deve-se ressaltar a tenacidade de gestores e profissionais para que viesse finalmente a ser edificado e se tornar um centro de referencia no atendimento de politraumatizados na região.

Enfermaria do Hospital da Restauração
Foto divulgação [Acervo do Hospital da Restauração]

O edifício foi a primeira obra púbica de relevância projetada por Acácio Gil Borsoi, jovem arquiteto que iniciava sua profícua carreira profissional. Também é dos poucos projetos desenvolvidos por Paulo Magalhães no Recife e, talvez, uma das únicas parcerias a reuni-los ao engenheiro Ayrton Carvalho, um dos principais expoentes nacionais da preservação do patrimônio nacional. Apesar do projeto por eles desenvolvido não ter sido construído em sua inteireza, é evidente que as principais soluções do complexo problema do edifício hospitalar permaneceram íntegras na obra, fruto da contribuição de Borsoi e das arquitetas Maria Lucia Athayde e Lucia Nascimento. É, portanto, um exemplar que representa a capacidade dos arquitetos de desenvolver uma concepção inovadora, tanto do ponto de vista do arranjo funcional, quanto da aplicação de conceitos e princípios compositivos associados à arquitetura moderna brasileira.

Emergência do Hospital da Restauração
Foto divulgação [Acervo do Hospital da Restauração]

Observa-se, ainda, que os autores seguiram as recomendações difundidas pelo Ministério da Educação e Saúde, fruto da intensa dedicação de gestores e médicos, como Teófilo de Almeida, autor de importantes documentos orientadores da organização e planejamento hospitalar no Brasil. Reconhece-se, também, a influência norte-americana em toda a política de planejamento da saúde no período e nas diretrizes e concepção de projetos hospitalares.

Quarto do Hospital da Restauração
Foto divulgação [Acervo do Hospital da Restauração]

Há muitos elementos da concepção e construção do Hospital que ainda não foram devidamente esclarecidos. No entanto, torna-se público um importante projeto hospitalar ainda desconhecido por aqueles interessados no patrimônio da saúde e na arquitetura moderna brasileira. Uma obra que, em 1956, recebeu o reconhecimento do arquiteto Germano Galler:

“Sobre o projeto do Pronto socorro [sic] do Recife já disse na presença dos drs. Berilo Pernambucano, Vieira Brasil, Laurenio Lima, Bruno Maia, Lauro Guedes Pereira e dos arquitetos Borsoi, Paulo Magalhães, Airton Costa Carvalho e Fernando Menezes, que considero muito bom. É possível que num exame mais demorado das plantas surgissem pequenos problemas de detalhes que de maneira nenhuma invalidaria o conjunto. Mas isso acontece em qualquer projeto, por mais bem estudado que seja. [...] Por outro lado o projeto apresenta alguns pontos altos, por onde se pode verificar que os seus autores entendem dos problemas de planejamento hospitalar” (36).

Refeitório do Hospital da Restauração
Foto divulgação [Acervo do Hospital da Restauração]

notas

NA – Os autores agradecem à FioCruz e ao CNPq pelo financiamento da investigação, aos arquitetos Gildo Montenegro e Waldecy Pinto, pela entrevista, e Ildefonso Fonseca, do Hospital da Restauração, por permitir o acesso ao rico material documental institucional.

NE – Esse artigo é uma versão revista de artigo publicado nos Anais do IV Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, ocorrido em Porto Alegre, nos dias 25 a 29 de julho de 2016.

1
Em 1913 foi criado o Posto de Assistência Pública, que era um serviço de urgência e socorro que atendia em domicílio, nas vias públicas e em sua sede na Avenida Conde da Boa Vista, porém sem internamento (caso necessitasse, o paciente seria enviado para o Hospital Pedro II). Em 1923, o Posto foi transferido para a Rua Fernandes Vieira, esquina com a Avenida Oswaldo Cruz, e passou a funcionar no palacete do Departamento de Saúde e Assistência, inaugurado por Sérgio Loreto. A área em que se construiu o palacete seria destinada, a princípio para a construção da maternidade que, após negociação foi instalada em terreno doado pelo estado no bairro do Derby, vizinho a onde também foi instalada a Faculdade de Medicina, no mesmo período. A partir de 1930, após reforma administrativa, o posto passou a ser chamado de Serviço de Pronto Socorro e a contar com unidade de internamento. Fontes: VELOSO COSTA, Pedro. Alguns aspectos históricos e médicos do Recife. Recife, UFPE, 1971; FERNANDES, Aníbal. O pronto socorro e seu engavetamento. Diário de Pernambuco, Recife, Quarta-feira, 26 ago. 1959, p. 4. <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=029033_13&PagFis=58480>.

2
VELOSO COSTA, Pedro. Alguns aspectos históricos e médicos do Recife. Recife, UFPE, 1971.

3
Odair Pedroso foi o primeiro superintendente do Hospital das Clínicas de São Paulo, em 1943, e organizador e primeiro diretor do Hospital Geral da Santa Casa de Santos, entre 1945 e 1949. Antes do projeto do Pronto Socorro, já havia estado no Recife em fevereiro de 1949 para proferir “algumas palestras”. Fonte: Diversas. Diário de Pernambuco, Recife, Sexta-feira, 4 de fevereiro de 1949, p.6. <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=029033_12&PagFis=32828>.

4
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Novo hospital Pronto Socorro para o Recife. Diário de Pernambuco, Recife, Domingo, 22 out. 1950, p. 2. <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=029033_13&PagFis=3856>.

5
Idem.

6
É relevante ressaltar que Borsoi atuava como consultor do DPHAN e que dividia espaço na edificação ocupada pelo órgão com Paulo Magalhães. Esta proximidade talvez tenha contribuído para a formação da equipe responsável pelo projeto.

7
O relatório era composto dos seguintes itens: I – Considerações preliminares, II – Motivação geral, III – Estudo das localizações e IV – Concluindo.

8
DIARIO DE PERNAMBUCO. Localizados os futuros edifícios do Instituto de Educação, Biblioteca Pública e Hospital de Pronto Socôrro. Diario de Pernambuco, Recife, Quarta-feira, 10 out. 1951, p. 4-2. <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=029033_13&PagFis=8145> e <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=029033_13&PagFis=8143>.

9
Idem.

10
Idem.

11
O relator citou outras duas possíveis localizações como opções secundários, uma próximo à localização proposta para as duas outras instituições, que foi considerada boa, mas tinha como desvantagem o difícil acesso, e a outra que seria na área ocupada pelo Quartel dos bombeiros, na Avenida João de Barros.

12
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Localizados os futuros edifícios do Instituto de Educação, Biblioteca Pública e Hospital de Pronto Socôrro. Diario de Pernambuco, Recife, Quarta-feira, 10 de outubro de 1951, p. 4-2 <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=029033_13&PagFis=8145> e <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=029033_13&PagFis=8143>.

13
Idem.

14
Em artigo de jornal, Lauro Borba criticou o relatório e o fato de a Comissão do Plano da Cidade – CPC não ter sido consultada, o que foi respondido por Ayrton Carvalho dias depois em artigo do mesmo jornal. Ver: DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Sobre a localização dos novos edifícios da Biblioteca, Pronto Socorro e Instituto de Educação. Diário de Pernambuco, Recife, Sábado, 13 de outubro de 1951, p. 3 <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=029033_13&PagFis=8182>; DIÁRIO DE PERNAMBUCO. A localização dos novos prédios públicos. Diário de Pernambuco, Recife, Terça-feira, 16 de outubro de 1951, p. 2 <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=029033_13&PagFis=8215>.

15
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. O novo Hospital do Pronto Socorro. Diário de Pernambuco, Recife, Terça-feira, 6 maio 1952, p. 3-8 <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=029033_13&PagFis=10764> e <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=029033_13&PagFis=10769>.

16
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Abertura de um crédito especial para a construção do Hospital de Pronto Socorro do Recife. Diário de Pernambuco, Recife, Domingo, 11 maio 1952, p. 3 <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=029033_13&PagFis=10832>.

17
DIARIO DE PERNAMBUCO. Abertura de um crédito especial para a construção do Hospital de Pronto Socorro do Recife. Diario de Pernambuco, Recife, Domingo, 11 maio 1952, p. 3 <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=029033_13&PagFis=10832>.

18
O Recife vivia sob uma intensa urbanização e a sua população, que em entre 1900 (113.106 habitantes) e 1920 (238.843 habitantes), mais do que dobrou, entre as décadas de 1940 (348.424 habitantes) e 1950 (524.682 habitantes) teve um crescimento de mais de 50%, e entre 1950 e 1970 (1.084.459 habitantes), quase dobrou. Fonte: IBGE. Tabela 1.6 – População nos Censos Demográficos, segundo os municípios das capitais – 1872/2010 – Censo Demográfico 1872, 1890, 1900, 1920,1940, 1950, 1960,1970, 1980,1991, 2000 e 2010 <www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=6&uf=00>.

19
Germano Galler era arquiteto do Ministério da Educação e Saúde, com especialização em arquitetura hospitalar na Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, como bolsista do Departamento de Estado Americano. Quando veio ao Recife, já havia ministrado aulas no I Curso de Planejamento de Hospitais, realizado em São Paulo, em 1953. Odair Pedroso, o autor do primeiro projeto do Hospital do Pronto Socorro, também participou desse curso como professor.

20
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Vai ser realizado, no Recife, um curso de projeto e organização de hospitais.  Diário de Pernambuco, Recife, Domingo, 1 jul. 1956, p. 3-8 <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=029033_13&PagFis=34455> e <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=029033_13&PagFis=34460>.

21
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Estado sem condições para construir pronto socorro: arquiteto lança novo plano. Diário de Pernambuco, Recife, Terça-feira, 25 de agosto de 1959, p. 1-20 <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=029033_13&PagFis=58476> e <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=029033_13&PagFis=58472>.

22
MAGALHÃES FILHO, Ageu; KLEIN, Lisabel. Aggeu Magalhães: um pioneiro. Rio de Janeiro, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Casa de Oswaldo Cruz, 2000, p. 42; VELOSO COSTA, Pedro. Alguns aspectos históricos e médicos do Recife. Recife, UFPE, 1971, p. 134.

23
PROCHNIK, Wit-Olaf. Plano de Desenvolvimento Local Integrado – Estudo Preliminar. Recife,  Prefeitura Municipal do Recife, 1970, p. 4-159, 5-10.

24
VELOSO COSTA, Pedro. Alguns aspectos históricos e médicos do Recife. Recife, UFPE, 1971, p. 144.

25
FONSECA, Ildefonso. Salvando vidas: uma história do Hospital da Restauração. Recife, edição do autor, 2013, p. 19.

26
VELOSO COSTA, Pedro. Alguns aspectos históricos e médicos do Recife. Recife, UFPE, 1971.

27
O projeto arquitetônico foi identificado e registrado no arquivo da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco – SSEPE pelas arquitetas Carolina Brasileiro e Patrícia Menezes com parte da pesquisa Patrimônio da Saúde em Pernambuco, fruto de convênio entre a Fundação Oswaldo Cruz e a Universidade Federal de Pernambuco.

28
História e evolução dos hospitais, de Ernesto de Souza Campos; Iniciação da moderna organização hospitalar, de Teófilo de Almeida; Especialização na moderna organização hospitalar, de Teófilo de Almeida e Ernesto de Souza Campos; Aperfeiçoamento técnico na administração hospitalar, Teófilo de Almeida, A.F. Silva Jardim, Daniel V. Garcia, José Amélio; Conceitos básicos e planejamento da moderna assistência hospitalar, de Teófilo de Almeida, e Construção e modernização da rêde nacional de hospitais. Em 1965, esses livros foram reunidos numa publicação do Ministério da Saúde com o título de História e Evolução dos Hospitais. Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE. História e Evolução dos Hospitais. Rio de Janeiro, Ministério da Saúde/Divisão de Organização Hospitalar, 1965.

29
RIBEIRO, Cecilia. “Sistematização! Padronização! Especialização!”: o hospital-geral no Brasil nos anos de 1940. In: 11° Seminário Nacional do Docomomo Brasil. Anais... Recife, Docomomo_Br, 2016.

30
Sobre o assunto, ver: DEPARTMENT OF HEALTH, EDUCATION AND WELFARE. Design and construction of general hospitals. New York, Department of Health, Education and Welfare/ Public Health Service, 1953; IAB. Planejamento de hospitais. São Paulo, IAB, 1954.

31
CAMPOS, Ernesto de S. Evolução dos hospitais. In: Ministério da Saúde (Org.). História e evolução dos hospitais (volume 1). Rio de Janeiro, Ministério da Saúde, 1965, p. 51.

32
Idem.

33
DIARIO DE PERNAMBUCO. Material no valor de 135 milhões será adquirido para nôvo HPS. Diario de Pernambuco, Recife, Domingo, 3 de outubro de 1965, p. 12 <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=029033_14&PagFis=38708>.

34
Foto cedida pela Administração do Hospital da Restauração, com a indicação do ano de 1975 e no verso, o programa esquemático do hospital, por piso.

35
Informações que constam no quadro junto à entrada de visitas do Hospital da Restauração.

36
DIARIO DE PERNAMBUCO. Muito bom, o projeto do Pronto Socorro do Recife. Diario de Pernambuco, Recife, Domingo, 21 de outubro de 1956, p. 9 <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=029033_13&PagFis=36477>.

sobre os autores

Luiz Manuel do Eirado Amorim é arquiteto pela Universidade Federal de Pernambuco e PhD pela University College London. É Professor Titular do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, onde coordena o Laboratório de Estudos Avançados em Arquitetura (lA2).

Cecilia Ribeiro Pereira é arquiteta, mestre e doutora pelo Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU), da Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é bolsista de pós-doutorado júnior do CNPq, no Laboratório de Estudos Avançados em Arquitetura (lA2).

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