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drops ISSN 2175-6716

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Em crônica divertida, Ethel Leon comenta o hábito arraigado dentre os arquitetos de trajar roupas pretas, como atesta a foto divulgada pela imprensa dos ganhadores do Prêmio Pritzker 2017, os catalães Carme Pigem, Rafael Aranda e Ramón Vilalta.

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LEON, Ethel. Architects in Black. Cromofobia dos arquitetos aqui e acolá. Drops, São Paulo, ano 17, n. 114.01, Vitruvius, mar. 2017 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/17.114/6436>.


Filipe II da Espanha, retrato de Tiziano
Imagem divulgação [Wikimedia Commons]


Os websites e jornais de hoje mostram contraste muito curioso: o ultracolorido carnaval brasileiro ocupa o maior espaço, claro. Mas a pequena foto de uma mulher e dois homens chama atenção. Trata-se dos catalães Carme Pigem, Rafael Aranda e Ramón Vilalta, do estúdio RCR Arquitectes, vencedores do Prêmio Pritzker, que nos são mostrados vestidos de preto, os três.

Alguns detalhes brancos nas roupas e olhe lá!

Para mim foi curioso, porque na semana anterior ao Carnaval, participei da banca de doutorado de uma arquiteta no Mackenzie. A doutoranda e todos os meus colegas de banca trajavam vestes negras, eu não.

Como única não arquiteta da sessão, achei engraçado que eu me apresentasse com outras cores – verde, branco e vermelho. Comentamos o fato e rimos bastante da situação.

Mas hoje, vendo a foto dos premiados catalães, a cena me voltou à cabeça.

É certo que os arquitetos modernos e seus sucessores desenvolveram, muitos, espécie de cromofobia. Que a cor preta, denotando circunspecção e austeridade, instituída pelo menos desde a corte de Filipe II da Espanha, no século 16 (na foto em retrato de Tiziano), tenha passado a representar esta busca pela imaterialidade a que se propuseram tantos e tantos antepassados do trio catalão.

A roupa preta, certas marcas de lapiseiras, certos formatos de óculos denotam a adesão a um estado de espírito, a um penchant que rejeita a frivolidade. É o par perfeito para os cubos brancos dos museus modernos e a adoração da forma da bandeira japonesa.

Hoje, tenho certeza, os herdeiros dos modernos têm feito críticas de vários matizes (desculpem o trocadilho) a seus antepassados. Ou têm reconhecido que as arquiteturas miram outras preocupações que as afastam da austeridade formal, adotada, aliás, pelo vestuário burguês masculino do século 19.

Amigos queridos arquitetos, em pleno verão 2017, pré-carnavalesco, com essa tomada dionisíaca das ruas, não seria bom alterar os modelitos?

Mas, reconheço, todos da banca estavam muito mais elegantes do que eu!

sobre a autora

Ethel Leon é professora na área de história do design.

 

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114.01 crônica
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