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drops ISSN 2175-6716

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Ruth Verde Zein comenta exposição “Harpias XXI”, com obras de Fanny Feigenson e Maria Augusta Justi Pisani, e textos de Ruth Verde Zein e Ana Gabriela Godinho Lima, ocorrido no Centro Histórico Mackenzie.

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ZEIN, Ruth Verde. Harpias de Maria Augusta Justi Pisani. Drops, São Paulo, ano 19, n. 131.03, Vitruvius, ago. 2018 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/19.131/7087>.


Harpias celebram mitos. Os gregos as chamavam de Erínias, os romanos de Fúrias. Personificam a compensação necessária, o reequilíbrio das forças naturais desajustadas pela delinquência. Sendo essa sua missão, nem mesmo os deuses podiam obstar suas ações, terríveis e justas.

Alecto apavorava os sonhos dos que praticavam delitos morais como a ira, a cólera e a soberba. Megera gritava aos ouvidos dos que perpetravam delitos passionais como rancor, inveja, cobiça e ciúme. Tisífone enlouquecia os que perdiam a humanidade ao cometer crimes de morte.

Entidades ctônicas, viviam nas profundezas de sua mãe Gaia, mas eram representadas por mulheres aladas e de aspecto extraordinário. Ésquilo descreve seus santuários como “o lugar para onde todos voltam”, a meio caminho dos templos das graças, as deusas do perdão.

Harpias celebram a imaginação da artista. Não são pássaros ou mulheres. Personificam os conflitos que brotam da profundeza da alma humana. Formidáveis, desvelam sonhos, gritos  e loucuras, se manifestam em torvelinhos e tempestades. Revoltam o ar porque são instrumentos de limpeza: removem os males da terra espiritual interior, permitindo que a força e a graça da criação artística os possa quintessenciar. Renascem em grandiosidade, imponência e beleza.

Essas harpias viscerais e catárticas, terríveis e justas, desgarram-se e entranham-se em panos. Vão se tecendo sobre os tecidos, acumulam-se qual miríades de labirintos, superpondo-se em camadas de tintas e linhas, cores e traços, formas e contornos. Estando assim postas, finalmente se libertam. De quem as criou, de si mesmas, e de quem as observa. Reveladas à plena luz racional do dia, seguirão sendo enigmas.

notas

NE – texto curatorial da exposição As mãos que restauram o tempo: um olhar fotográfico, curadoria de Luiz Antonio Lopes de Souza. Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 05 de julho a 06 de outubro de 2018. Visitação: terça a sexta, das 10h às 16h30; sábados, das 10h30 às 14h30. Informações: <http://bndigital.bn.gov.br/exposicoes/biblioteca-nacional-as-maos-que-restauram-o-tempo>.

sobre a autora

Ruth Verde Zein, arquiteta FAU USP, mestre e doutora, Propar UFRGS, professora na graduação e pós graduação em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foi membro do Comitê Organizador do X Seminário Docomomo Brasil, de 2013.

 

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131.03 exposição
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131

131.01 literatura

Pai

Wagner Schwartz

131.02 exposição

O feminino sombrio nas Harpias do século 21

Sobre a exposição de Fanny Feigenson e Maria Augusta Justi Pisani

Ana Gabriela Godinho Lima

131.04 julgamento

Sobre concursos e premiações

Ethel Leon

131.05 exposição

Sertão expandido

Sobre a exposição do artista plástico goiano Kboco

Maria Hirzman

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Kuno Dannien

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131.07 homenagem

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131.08 projeto

Trilogia do corte paulista e o corte livre

Sesc Paulista, Sesc 24 de Maio, Instituto Moreira Salles e o contraponto de Angelo Bucci

Felipe SS Rodrigues

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