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interview ISSN 2175-6708

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O enviado especial do portal Vitruvius na Bienal de Veneza, Adalberto da Silva Retto Júnior, entrevista o curador da exposição brasileira André Corrêa do Lago.

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RETTO JR., Adalberto. Entrevista com André Corrêa do Lago. Curador do Pavilhão Brasileiro comenta a XIV Bienal de Arquitetura de Veneza. Entrevista, São Paulo, ano 15, n. 058.02, Vitruvius, jun. 2014 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/15.058/5210>.


Adalberto da Silva Retto Júnior, correspondente Vitruvius, e André Corrêa do Lago, curador da participação brasileira na Mostra de Arquitetura da Bienal de Veneza
Foto divulgação


A ambiciosa tarefa do arquiteto Rem Koolhaas, curador geral da 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza (07 de junho a 23 de novembro de 2014), era a de colocar no centro da narrativa não uma mostra de obras de arquitetos, como frequentemente acontece nas bienais, mas apresentar história no lugar de biografias e temas, ao invés de estilos.

Pode-se afirmar que essa edição da Bienal intitulada Fundamentals não se limita a um simples percurso por espaços institucionais e pavilhões nacionais, dentro dos Jardins da Bienal, na Corderie ou em locais disseminados na cidade de Veneza. A sensação que se tem, de um lado, é aquela de uma salutar desorientação frente à escolha de não oferecer uma receita aos pavilhões nacionais, mas o tema – Absorbing modernity 1914-2014, que estimulou uma inédita observação sobre o papel dos 100 anos de modernidade vivenciados em diversas culturas locais. Do outro, é aquela de poder provocar reflexões sobre os elementos primários da arquitetura que compõem lugares que cotidianamente habitamos, em uma espécie de anulação dos parâmetros com os quais olhamos o espaço urbano.

Elements of architecture disposta no pavilhão principal dos Jardins da Bienal é uma mostra complexa, que introduz o visitante ao mundo do fazer arquitetônico. Do ponto de vista visual, os 14 elementos primários da arquitetura individualizados por Koolhaas são apresentados com ironia, em um confronto inevitável com a história, declinado na ótica não tão óbvia da metamorfose violenta.

Em uma abordagem enciclopédica, o curador geral envolveu os centros de pesquisas das universidades internacionais para interpretar cada elemento de maneira original. Sala após sala, histórias são contadas a partir de catálogos, pastas suspensas de arquivos, mostruários, em uma explícita inserção no mundo do escritório: histórias de pavimentos, de paredes, de coberturas, tetos, de portas, janelas, fachadas de todos os recantos, de varandas, de corredores, lareiras, banheiros, escada e de escadas móveis, de elevadores e rampas.

Vídeos, desenhos e projeções complementam e inserem os objetos às suas respectivas complexidades, e revelam infinitas experimentações artesanais e industriais, que fizeram com que cada um dos elementos estivesse envolvido na história do homem, afirmando que questões culturais e mudanças técnicas caminham a par e passo.

Absorbing Modernity 1914-2014, ao contrário, oferece a possibilidade de uma viagem pelos 100 anos de modernidade que permeiam a história da arquitetura dos 65 países representados na bienal este ano: são utopias, dificuldades, falências, colisões com as tradições e paisagens locais de diversas regiões do mundo.

O pavilhão do Bel Paese, que coloca a Itália como teatro dessa narrativa, explora duas ideias contrapostas: a Monditalia, que é a terceira parte da narração orquestrada por Rem Koolhaas como complemento da Fundamental, que entrelaça pela primeira vez as relações entre arquitetura, cinema e dança; e a outra intitulada Innesti, sob a curadoria do arquiteto milanês Cino Zucchi.

“Modernidade como Tradição”, coordenada pelo embaixador André Corrêa do Lago, foi o título/resposta da curadoria brasileira para a bienal. A exposição é desenvolvida a partir de um percurso organizado por temas, estruturados com placas de cobogós confeccionadas de isopor. Na entrada, as imagens de habitações do Parque Indígena do Xingu estão ao lado dos projetos de Lina Bo Bardi e Severiano Porto.

Já a segunda parte do percurso, assume claramente um viés evolutivo: “Colonial e Monarquia”; “Construções Vernaculares”, onde aparecem os casarões coloniais e favelas; “Eclético Brasileiro 1914”; “Depois de 1914”; “Em Busca de um Estilo Brasileiro: Antropofagia como valor”; “Nasce o Modernismo – 1928”, ilustrado pela Casa Modernista de Gregori Warchavchik; e “1943-1956 Autonomia e Maturidade”. A parte final, intitulada “Rumo à Modernidade como Tradição: 1956 a 2014” explicita a tese da curadoria, na qual a seleção dos projetos, na sua maioria de São Paulo e Rio de Janeiro, ilustram a hipótese dessa “continuidade”.

A bienal de Koolhaas, como ele assim denomina, assume claramente um viés autoral e nos remete a um universo muito próximo de alguns de seus livros: o “Delirious New York” e o “S, M, L, XL”. Entretanto, a seleção de 53 livros expostos na entrada do Pavilhão principal, iniciada com “The Ten Books on Architecture”, de Vitruvius, até o livro “Elements of Venice”, de Giulia Foscari, elaborado exclusivamente para essa bienal e que conta com o prefácio do próprio Koolhaas, são obras que explicitam uma outra abordagem de pesquisa sobre uma possível reconstrução da arquitetura, e porque não dizer, da cidade contemporânea.

A ausência de alguns clássicos da tratadística sobre a cidade, como a célebre pesquisa de Saverio Muratori, que nos anos de 1950 elabora uma estratificação da cidade de Veneza, é um claro sintoma da autonomia da arquitetura ou da escala arquitetônica no tratamento do urbano da cidade contemporânea. Após a célebre edição da Strada Novissima, que mudou o rumo do debate sobre a cidade, a 14ª Bienal de Veneza ratifica sua importância como uma das instituições culturais mais prestigiadas no mundo, despertando polêmicas e debates, além do interesse provocado em mais de 370.000 visitantes, provenientes de todos os continentes.

Pavilhão do Brasil, Bienal de Veneza
Foto Leonardo Finotti

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