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interview ISSN 2175-6708

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John Gero, pesquisador de ciência da computação e da arquitetura, concedeu entrevista à arquiteta Gabriela Izar sobre seu método analítico de estudo morfológico, que se aproxima em certa medida dos estudos formais precursores do CAD.

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IZAR DOS SANTOS, Gabriela. Entrevista com John Gero. Entrevista, São Paulo, ano 17, n. 067.01, Vitruvius, set. 2016 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/17.067/6209>.



Foto divulgação [cortesia de autor]

Em julho de 2016 se completou um ano da realização do CAAD Futures na cidade de São Paulo. O evento, de abrangência internacional e multidisciplinar, é dedicado a atualizar a experimentação no âmbito dos processos digitais e da arquitetura assistida por computador (Computer-Aided Architectural Design). No contexto do pensamento orientado pelas mais recentes descobertas na área de programação orientada ao objeto, o CAAD Futures 2015 contou com renomados palestrantes e jovens pesquisadores, que compartilharam o interesse nas tecnologias emergentes.

Dentre os palestrantes, o professor John Gero, pesquisador de ciência da computação e da arquitetura nas universidades da Carolina do Norte (Charlote) e na George Mason University (Virginia), concedeu entrevista à arquiteta Gabriela Izar. Atualmente, John Gero dedica-se à pesquisa em ciência do design (1), design da computação, inteligência artificial, desenho assistido por computador, pesquisa cognitiva em arquitetura. Sua contribuição bibliográfica inclui dezenas de livros, centenas de papers, e a recente criação do editorial Design Science, cujo objetivo é o de veicular textos que aprofundam a discussão cientifica desse campo de estudo.

Em artigo intitulado “Medindo o índice de informações de plantas arquitetônicas” (2), Gero aplica o método de análise por mapeamento baseado na codificação das notações de plantas baixas da arquitetura de igrejas medievais. Sua análise morfológica e evolutiva, dissociada de aspectos iconográficos e históricos, objetiva demonstrar, por meio de gráficos gerados da codificação dos símbolos, que na passagem para o século treze, a catedral gótica agrega mais complexidade espacial em relação à catedral românica.

Sincronizado com a tendência diagramática e paramétrica da cultura do design contemporâneo, seu método analítico de estudo morfológico aproxima-se em certa medida dos estudos formais precursores do CAD, desenvolvidos na Inglaterra dos anos setenta, por Lionel March e Robin Forrest, matemáticos que também se dedicaram a revelar conteúdos sobre espaço e forma arquitetônica a partir da codificação da informação em símbolos gráficos associados a variáveis numéricas. Assim, o trabalho de Gero poderia ser considerado como um marco contemporâneo no eixo da matematização da arquitetura, tendência que se estabeleceu a partir do desenvolvimento da computação no segundo pós-guerra.

Essa entrevista é dirigida ao público de estudantes de arquitetura e ao público interessado em conhecer algumas das ideias de Gero imbricadas na sua abordagem do design como ciência, na sua investigação dos processos cognitivos acionados e imbricados no desenho computacional. Organizado em quatro tópicos, o depoimento de condensa e atualiza com notável clareza e didática alguns dos aspectos sobre o raciocínio espacial operado com símbolos, em particular o raciocínio implicado na cognição espacial que se estabelece a partir da criação do projeto arquitetônico mediado por notações e pela lógica dos diagramas.

Atuando dentro de um campo considerado suficientemente amplo para abarcar o trabalho artístico e científico, Gero entende que o papel do designer consiste em dar forma aos requisitos do cliente, sejam esses motivados por aspirações simbólicas ou pela necessidade estritamente prática. Dentro do processamento da lógica simbólica do projeto, o arquiteto ou designer seria capaz de produzir novos significados e estabelecer relações lógicas que comunicam e realizam a finalidade do design, assim como ampliam seu próprio raciocínio sobre o processo.

Para o leitor familiarizado com a pesquisa cognitiva em arquitetura, será possível rever algumas ideias de John Gero sobre o potencial criativo do computador, as possibilidades que emergiram com o desenho automatizado, o papel dos diagramas na criação e na representação da forma, temas de sua longa e ampla investigação sobre o que ele chama de ciência do design (design science).

notas

1
NT: Na língua portuguesa, as palavras design e designer estão associadas ao termo que qualifica a profissão e o profissional de desenho industrial (no Dicionário Houaiss: “a concepção de um produto (máquina, utensílio, mobiliário, embalagem, publicação etc.), especialmente no que se refere à sua forma física e funcionalidade). Na tradução da entrevista, optou-se por não traduzir o termo, com a intenção de manter o sentido mais amplo da disciplina do design, que, hoje, abarca não só a variada gama de atividades de projeto, como também pressupõe um modo específico de pensar, que envolve dar forma às exigências de um programa. Esse é o aspecto que parece mais próximo das ideias de John Gero, aqui apresentadas. A tradução do termo ‘designing’, usada por Gero com um sentido bastante amplo, buscou o termo equivalente na rubrica do Dicionário Houaiss, que significa: “intenção de fazer ou realizar no futuro, plano, descrição escrita e detalhada de um empreendimento a ser realizado, plano, delineamento”.

2
GERO, John; JUPP, Julie. Measuring the information content of architectural plans. In HIPPOLYTE, P.L.; MIRALLES, E. (org.). SIGraDi Caracas 2002, Ediciones Universidad Central de Venezuela, Caracas, 2002, p. 155-158 <http://mason.gmu.edu/~jgero/publications/2002/02oGeroJuppoSIGraDi.pdf>.

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