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my city ISSN 1982-9922

abstracts

português
Com base em uma pesquisa que fora desdobrada de uma atividade acadêmica extracurricular, os autores revisitaram as informações outrora produzidas e desenvolveram uma proposta de guia para a região central de São Paulo. Parte sobre o bairro de Higienópolis

how to quote

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Sétimo percurso: Higienópolis. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 201.04, Vitruvius, abr. 2017 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.201/6502>.


Atual Centro Histórico e Cultural Mackenzie, Rua Itambé 143
Foto Abilio Guerra


Com base em uma atividade acadêmica da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo que visava apresentar regiões com significância histórica e arquitetônica para os estudantes ingressantes nesse curso – evento chamado de “Gincana dos Bixos” – um grupo de alunos responsáveis pela organização do mesmo em 2005 decidiu se organizar para transformar esse evento informal em uma pesquisa, com o intuito de publicá-la e servir como um manual introdutório da própria cidade ao acadêmico recém ingresso.

Esse texto produzido em conjunto teve êxito em uma publicação, patrocinada por um banco privado em 2005 e até hoje essa publicação orbita no Diretório Acadêmico da Faculdade de Arquitetura do Mackenzie como referência para a produção do evento.

Mais de uma década depois, dois de seus antigos organizadores desse evento decidiram se reencontrar para reescrever esse curto guia, mas não só para a região central da cidade, mas em outras regiões importantes nessa cidade e, ainda, com um comprometimento acadêmico mais rigoroso, uma pesquisa mais aprofundada e com ilustrações aquareladas dos edifícios desenvolvidas por um dos autores, a arquiteta Fernanda Grimberg Vaz de Campos.

O percurso sugerido aqui inicia-se na estação Santa Cecília do metro na Linha Vermelha, saída Largo Santa Cecília e seguir pela Rua Dona Veridiana até a Avenida Higienópolis à direita. Seguir a esquerda pela Rua Sabará, à esquerda na Rua Maranhão, retornar à Rua Sabará, à direita na Rua Piauí até a Praça Buenos Aires. Retornar pela Rua Piauí, seguir pela Rua Aracaju até a Avenida Higienópolis, à esquerda na Avenida Angélica até à direita na Rua Jaguaribe, retornando ao metrô.

Brevíssimo histórico da região

A região original, denominada posteriormente como Higienópolis, era determinada por 6 chácaras pertencentes a algumas das famílias mais ricas de São Paulo, que moravam na região entre a Avenida Paulista e o vale do Pacaembu, no final do século 19: Chácara Barão de Ramalho, Chácara Wanderley, Chácara Lane (atual campus do Mackenzie), Chácara Dona Veridiana da Silva Prado, Chácara Doutor Jaguaribe e Chácara Dona Angélica, que somavam mais de 1,6 milhão de m2 (160 ha).

Com a expansão acelerada de São Paulo, foi planejado o loteamento de algumas áreas da cidade que teriam infraestrutura oportuna e leis de zoneamento que regulariam o solo urbano em favor da ocupação dessas áreas pelas famílias ricas ou em ascensão financeira. Além do bairro de Higienópolis (que foi popularmente denominado assim por ser um bairro “higienizado”, sanitária e economicamente), outros bairros foram planejados para esse fim, como os Campos Elíseos, Vila Buarque e Cerqueira César.

Em 1895, o loteamento pioneiro que determinaria as primeiras ocupações do Bairro de Higienópolis, iniciou as vendas com o nome Boulevard Burchard. Em 1920, os últimos lotes da região ainda estavam sendo vendidos com alguma dificuldade e os casarões foram sendo construídos e desocupados com grande velocidade, pois as famílias mais ricas migravam para os loteamentos mais reservados, longe do centro, como Jardim América e o Bairro de Perdizes.

Grandes glebas sem restrições agressivas de zoneamento, pertencentes a homens de negócios e empresários, com uma cidade em franca expansão e novas tecnologias construtivas que permitiam a verticalização, constituem-se componentes fundamentais para entender a atual consolidação do primeiro bairro residencial verticalizado da história da cidade.

Instituto Presbiteriano Mackenzie

Instituto Presbiteriano Mackenzie, Rua Itambé 143
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Fundada no Brasil em 1869 para desenvolver cursos de alfabetização, o Grupo de Missionários Presbiterianos George Alexander e Mary Ann Annesley adquiriram, em 1879 de Dona Maria Antônia da Silva Prado, o sítio onde foi fundado o atual campus dessa universidade, chamado na época como Chácara Lane.

Em 1890 houve a fundação do curso superior de Engenharia, viabilizada pela doação de importante quantia no testamento de um benfeitor inglês que nunca veio pessoalmente ao Brasil, de sobrenome “Mackenzie”, que foi homenageado dando nome a Instituição até os dias de hoje.

Destaque para o Prédio da Biblioteca George Alexander, com arquitetura de influência gótica fundada em 1926 e um prédio de 1893, contendo mais de 150.000 volumes.

Edifício não aberto para visitação pública oficial.

Iate Clube de Santos, antiga residência de Dona Veridiana Prado

Iate Clube de Santos, antiga Residência de Dona Veridiana Prado, Avenida Higienópolis 18
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Casa construída em 1884 para ser a residência de Dona Veridiana da Silva Prado, filha do Barão de Iguape, também denominada durante um tempo como Vila Maria, com projetos importados e referências da França.

Essa mansão foi, durante muitos anos, o ponto de encontro da elite paulistana e de intelectuais servindo de palco das discussões da Semana de 1922.

Foi objeto de projetos da reforma feita pelos herdeiros desta propriedade em dois momentos históricos: 1924, pelo escritório Ramos de Azevedo e, em 1947, com o projeto do arquiteto de origem francesa, Jacques Pilon.

Preservaram no seu interior obras de arte como a pintura “Aurora” de Almeida Junior e a escultura “Diana” de Victor Brecheret.

Pertenceu até há pouco tempo a família Prado, que passou a propriedade ao Iate Clube de Santos em 2008 e funciona atualmente para eventos da entidade e a serviço de buffets para festas particulares.

Edifício privado, não há visitação pública.

Edifício Lausanne

Edifício Lausanne, Avenida Higienópolis 101-111
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por Adolf Franz Heep em 1953 e concluído em 1958.

Contratado e executado pela Construtora Auxiliar, foram implantadas 62 unidades em uma área de 1.635m2 de terreno, gerando 13.960m2 de área construída.

O arquiteto foi um dos primeiros que teve oportunidade de gerar projetos com qualidade e acessíveis à classe média, popularizando boas soluções e acabamentos. Contudo, o resultado plástico foi tão bem aceito que o conceito de residência compacta, até para as classes mais abastadas, começou a ser respeitada.

Lembrando que no lote onde foi implantado esse edifício corresponde ao jardim do acesso principal da Vila Penteado (ref. a seguir), destacando-se no conjunto a solução dos brises móveis coloridos e um painel de tinta a óleo de Clóvis Graciano nas paredes que separam o hall social e o apartamento do zelador.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Edifícios Brasil Colônia, Brasil Império e Brasil República, Rua Maranhão 192, Rua Sabará 210, Avenida Higienópolis 195
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Edifícios Brasil Colônia, Brasil Império e Brasil República

Projetados originalmente por João Artacho Jurado em 1956 e incorporados por sua empresa, Construtora Monções, foram denominados em sua concepção como um único conjunto: “Edifício Dona Veridiana”.

Esse empresário projetista construía sobre valor fechado de construção. Contudo a oscilação diária da inflação na economia do País, entre 1957 e 1961, impediu que os empreendimentos desse período fossem concluídos por questões financeiras. Esses empreendimentos, entre outros, foram vendidos para o Grupo Ometo, do empresário Pedro Ometo, que assumiu a área, a carteira de clientes e todos os passivos do insucesso do projeto. Foram feitos cortes orçamentários e modificações de projeto à revelia do autor original.

De uma linguagem única, transformou-se num complexo arquitetônico com frente para três ruas do bairro e com térreo comercial integrando os três blocos que funcionam como edifícios independentes.

As alterações radicais contemplam a roupagem modernista, com janelas metálicas de correr e as varandas que foram incorporadas às salas e quartos. Manteve-se o projeto de 2 e 3 dormitórios com 134 unidades, somando 18.000m2 de área construída.

A mudança da construtora, na época, gerou uma grande dificuldade comercial na venda dos apartamentos, tendo em vista que os proprietários, junto com os apartamentos, adquirissem a marca ”Artacho Jurado” e respectiva identidade visual que se torna “moda” no período. Houve um número importante de cancelamento de contratos de vendas.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Edifício Prudência e Capitalização

Edifício Prudência e Capitalização, Avenida Higienópolis 235-265
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por Rino Levi e Roberto Cerqueira César em 1944, com paisagismo do térreo e azulejos de Burle Marx e encomendado pela empresa “Prudência e Capitalização”.

Foi um dos primeiros edifícios verticais num bairro que estava em consolidação com grandes casarões das importantes famílias de São Paulo daquela época. O local anteriormente abrigava a residência do arquiteto e engenheiro Maximiliano Hehl.

Considerando a transição feita nesse trecho da cidade durante o período, o edifício tinha a missão de quebrar o preconceito da nobreza pela dissociação entre habitação verticalizada e baixo poder aquisitivo.

Enfim, obteve-se êxito em seu objetivo: com arquitetura ímpar e plantas de apartamento extremamente generosas em espaços, contemplava detalhes de vanguarda na época, como equipamentos de aquecimento de água e condicionamento de ar centrais, além de um ambiente privativo para “cabine telefônica” na planta dos apartamentos.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Edifícios Lugano e Locarno

Edifícios Lugano e Locarno, Avenida Higienópolis 324-360
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por Adolf Franz Heep em 1958 e executado pela Construtora Auxiliar, da família Helcer em 1962.

No terreno de aproximadamente 3.500 m2, foram implantados dois edifícios com um total de 112 unidades residenciais, entre 141 e 188m2, somando 25.224m2 de área construída. 

O projeto se destaca pelo conceito de implantação em dois blocos, de maneira a criar uma continuidade geométrica e paisagística da Rua Itacolomi, via perpendicular à Avenida Higienópolis que termina defronte ao projeto em questão.

A distância entre os blocos resolveu todas as questões de insolação e ventilação necessárias de acordo com a legislação vigente.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Edifício Cinderela

Edifício Cinderela, Rua Maranhão 163, esquina com a Rua Sabará
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projeto de Artacho Jurado e construído pela sua empresa, Construtora Monções, entregue em 1956.

Foi o segundo edifício do projetista na região de Higienópolis, que serviu também como sua moradia pela junção de dois apartamentos tipo.

Planejado com subsolo, 2 blocos de 10 pavimentos conectados pelo térreo que abrigavam 2 apartamentos por andar, no total de 40 apartamentos.

Tendo em vista a exiguidade do lote, Artacho se utiliza dos térreos com grandes halls sociais, espaçosos e de fino acabamento em mármore, papéis de parede e elementos vazados exclusivos.

Segundo ele, a área comum tinha que ser o ponto de encontro dos condomínios, independentemente da escala do projeto.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Vila Penteado

Vila Penteado, Rua Maranhão 88
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetada pelo engenheiro sueco Carlos Ekman e construída em 1902 para ser a residência da família do Conde Armando Álvares Leite Penteado.

Na opinião de inúmeros pesquisadores é considerada o principal exemplar em arquitetura e decoração Art Nouveau do Brasil.

Depois de doado pela família à Universidade de São Paulo em 1949, o prédio tornou-se sede do Curso da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo até 1969, quando foi transferido para o novo edifício de Vilanova Artigas, na Cidade Universitária, então, recém implantada.

Desde 1973 é a atual sede de pós-graduação daquela mesma Faculdade.

Atenção para os murais internos do edifício.

Horário de funcionamento
Segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h

Edifício Piauí

Edifício Piauí, Rua Piauí 428
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por Artacho Jurado em 1949, construída por sua primeira empresa – a Anhanguera Construções (extinta após esta obra) – e incorporada pela Construtora Monções.

Foi o primeiro edifício desse projetista e de sua construtora na região que, claramente, norteou a sua produção arquitetônica em toda sua extensão.

Planejado com subsolo em meio nível, térreo elevado e 9 pavimentos e cobertura, onde residiu antes de se mudar para o Edifício Cinderela.

Destaca-se pela integração entre os níveis do acesso ao edifício e a calçada através do paisagismo.

Segundo o projetista, não formado em arquitetura e que se denominava decorador, fugir da padronização criando riqueza de desenhos, detalhes, conforto e acabamentos era uma maneira de gerar um objeto de consumo de luxo. Contudo, atrás desse edifício e de quase todos os projetos desenvolvidos para este fim, trata-se de uma “máscara” de luxo sobre pilotis modernos e a geometria do art deco.

Independente dos discursos e opiniões acadêmicas, o resultado é positivamente impressionante.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Edifício Ouro Verde

Edifício Ouro Verde, Rua Piauí 359, esquina com a Rua Sabará
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por Adolf Franz Heep, em 1952 e construído pela Otto Meinberg.

Um dos primeiros edifícios, fruto da parceria entre arquiteto e  construtora em apenas 533m2 de terreno, possui 22 apartamentos residenciais de 70 a 180 m2, que totalizam 3.970m2 de área construída.

Arquitetura evidentemente racionalista, chama atenção pelo agrupamento dos ambientes úmidos, coroamento recuado formando varandas para manutenção e ambas as fachadas de esquina equilibradas, imprimindo a integridade das arestas.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Edifício Itacolomi

Edifício Itacolomi, Rua Itacolomi 445
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado em 2008 pelo “GrupoSP” – escritório dirigido pelos arquitetos Álvaro Puntoni, João Sodré, João Yamamoto, André Nunes e Alexandre Mendes – está em execução até o momento dessa publicação. Incorporado pela empresa “Idea! Zarvos” está sendo construído pela Engeform.

Exemplar do modelo de arquitetura que a incorporadora acima tem reproduzido com especial êxito nas regiões oeste e sul da cidade de São Paulo, muitos deles também em parceria com esses arquitetos, destacam-se pela integração com o entorno através do desenho da fachada e pelas áreas de transição entre o público e o privado.

Com apartamentos duplex de 314 a 561m2 e cobertura “verde”, destacados pelo slogan da campanha expressa na publicidade das placas: “Talvez, o primeiro lançamento da Rua Itacolomi desde que o homem pisou na lua”.

Edifício privado em execução.

Parque Buenos Aires

Parque Buenos Aires, Avenida Angélica, altura do 1520
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Com mais de 25.000 m2, o espaço foi fundado como praça em 1913 pela Prefeitura de São Paulo denominando-se Praça Higienópolis. Alguns meses depois, fora renomeada para Praça Buenos Aires.

Em 1916, o arquiteto paisagista francês Bouvard, um dos responsáveis pelo processo de loteamento do bairro, com o intuito de aumentar as benfeitorias na região, coordenou a reforma dessa Praça deixando-a com maior massa arbórea, espelhos d’água, esculturas e outros equipamentos de infraestrutura.

Somente em 1987, após a consolidação da cidade, foi denominada como Parque.

Destaque para as inúmeras esculturas organizadas pelo paisagismo do espaço com obras de importantes artistas, como Caetano Fraccaroli e Roberto Vivas. 

Horário de funcionamento
Todos os dias, das 6h às 19h

Edifício Santo André

Parque Buenos Aires, Rua Piauí 752, esquina com a Avenida Angélica
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por Jacques Pilon em 1935, foi construído para ocupação da família de André Matarazzo.

Sua construção foi executada pela sociedade entre os dois empresários através da Pilon & Matarazzo Ltda.

Concebido com nível térreo abrigando uma loja e 7 pavimentos de uso residencial, foi o segundo edifício vertical a ser construído em Higienópolis contudo, o primeiro não ganhou capítulo à parte nessa obra por ter sido integralmente repaginado.

Trata-se do Condomínio Edifício Alagoas, na Rua Alagoas com a Avenida Angélica, de 1933.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Edifício Louveira

Edifício Louveira, Praça Vilaboim, Rua Piauí 1081
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por João Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi, em 1946.

Os arquitetos conceberam os volumes do conjunto em dois blocos, fugindo do modelo convencional da solução de planta em “L”. A solução adotada permitiu que a Praça Vilaboim tivesse sua perspectiva e massa arbórea compondo com o espaço entre os blocos, como uma extensão natural da área pública.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Vila Marta

Vila Marta, Travessa da Rua Piauí, altura do 1164
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado pelo arquiteto Augusto Rodrigues, em 1927, no estilo art deco.

Mantém alguns pontos comerciais em suas unidades projetadas para serem residências.

Apesar da qualidade de preservação que prejudica a integridade de algumas de suas casas, identificasse com clareza o estilo e elegância das fachadas, portas e janelas.

Edifícios privados, não abertos para visitações públicas.

Colégio Nossa Senhora de Sion

Colégio Nossa Senhora de Sion, Avenida Higienópolis 983
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por Domiziano Rossi no estilo eclético, teve a construção executada entre 1910 e 1926, por Ramos de Azevedo.

Antes de ser adquirido pelas religiosas fundadoras do colégio, no ano acima, abrigava o Hotel Higienópolis.

A capela é de 1940 e recebeu a mesma denominação do Colégio.

O complexo arquitetônico foi tombado pelo Condephaat em 1986.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Edifício Bretagne

Edifício Bretagne, Avenida Higienópolis 938
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por João Artacho Jurado, incorporado e construído pela por Construtora Monções, em 1959.

O projeto possui 18 andares com pé-direito de 3 metros e 173 apartamentos entre 107 e 195m2, sendo eleito pela revista londrina Wallpaper um dos melhores edifícios do mundo para se viver.

Projetista, já maduro com 47 anos e alinhado com as demandas do mercado imobiliário, criou com esse edifício a primeira abordagem, não só em São Paulo mas no Brasil, de condomínio clube, com piscinas e todas as áreas comuns aos condôminos que hoje tornou-se recorrentes nos projetos, como espaço gourmet (salões de chá), home theater (salas comuns de televisão), por exemplo.

Destaca-se por arquitetura e detalhamento primorosos a principal obra de seu autor, possuindo toda serralheria detalhada e desenvolvida pelo Liceu de Artes e Ofícios.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Prédio D. Pedro II

Prédio D. Pedro II, Avenida Higienópolis 720
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Em 1938, foi o primeiro edifício com mais de 2 andares na Avenida Higienópolis, construído em área que pertencia a residência da família “Nhonhô” Magalhães, edificação vizinha ainda existente.

O prédio em estilo eclético e com dono único foi durante muitos anos o escritório da Cia. Belgo Mineiro, passando posteriormente a ser o Convento das Irmãs de Santa Zita.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Edifício Apracs

Edifício Apracs, Avenida Higienópolis 578
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por João Artacho Jurado e com obras iniciadas pela Construtora Monções, denominava-se originalmente “Edifício das Acácias”.

Foi um dos projetos, assim como o “Edifício Dona Veridiana”, a serem vendidos para o Grupo Onore em 1956, que administrou e concluiu a obra.

A etapa avançada da obra, somada à pressão dos proprietários, fez com que o grupo comprador mantivesse boa parte das características do projeto original.

Projeto característico do autor – com implantação em “L”, térre comercial e mais 15 andares de uso residencial com 6 elevadores e apartamentos de 2 e 3 dormitórios – somando 16.000m2  de área construída.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Edifício Casa das Hortênsias

Edifício Casa das Hortênsias, Avenida Angélica 1106
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por João Artacho Jurado e com obras iniciadas pela Construtora Monções, denominava-se originalmente “Edifício Parque das Hortênsias”.

Também foi adquirido e concluído pelo grupo de Pedro Onore em 1956 e, dentre outros projetos, foi o que mais preservou a concepção original.

Térreo comercial e 15 andares de uso residencial com 7 elevadores e apartamentos de 2 e 3 dormitórios, somando 20.000m2 de área construída.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Paróquia Imaculado Coração de Maria

Paróquia Imaculado Coração de Maria, Rua Jaguaribe 735
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Obras iniciadas em 1897 e concluídas em 1899, possui qualidade excepcional de preservação das pinturas internas desenvolvidas por Arnaldo Mecozzi e Vicente Mecozzi, entre 1929 e 1935.

Horário de funcionamento:
Todos os dias – 6h15 às 11h / 14h30 às 19h40

Edifício São Vicente

Edifício São Vicente, Rua Sergipe 424
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por Salvador Cândia, em 1963.

Somente 22 apartamentos em 13 andares com 5.370 m2 de área construída em terreno alongado e determinante na geometria do edifício.

O acesso do edifício é ressaltado pela fachada de vidro da recepção e a vegetação adequada.

O edifício destaca-se pela similaridade de acabamentos que o arquiteto Oswaldo Bratke especificava há alguns anos antes.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Escola Panamericana de Arte

Escola Panamericana de Arte, Avenida Angélica 1900, esquina com a Rua Pará
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado por Zanettini Arquitetura Planejamento (Siegbert Zanettini e sua equipe), em 1998.

Fachadas soltas do alinhamento e transparentes, com o intuito estético de vitrine de pessoas e idéias, refletindo o conceito da Escola Panamericana de Arte.

Abriga mais de 2 mil alunos em 21 ateliês, em 5.300m2 de área construída.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Edifício Exclusive

Edifício Exclusive, Avenida Angélica, 2016
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Projetado, incorporado e construído pela Quota Construtora, comandada pelo empresário Jorj Petru Kalmam.

Após algumas incorporações comerciais na região, o empresário detectou a preferência da procura por escritórios com frente para o vale do Pacaembu e não para a Avenida Angélica.

Com essa informação, decidiu criar escritórios com uma unidade por andar voltados integralmente para o vale.

A fachada sem abertura à Avenida Angélica permitiu a instalação de um grande mosaico do artista contemporâneo Cláudio Tozzi.

Edifício privado, não aberto para visitação pública.

Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho

Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho e Museu do futebol, Praça Charles Miller s/n
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

Denominado também de Estádio do Pacaembu, projetado e construído pelo Escritório Técnico Ramos de Azevedo – Severo & Villares e Cia. Ltda., entre 1938 e 1940, em estilo art deco.

Em 1958, iniciaram-se as obras do clube e, em 1970, a concha acústica de concreto, projetada outrora para servir de palco às apresentações e discursos políticos, foi demolida para dar lugar a uma nova arquibancada denominada “tobogã” em função de sua geometria, dando espaço para mais 10.000 lugares.

Horário de funcionamento: consultar os horários dos jogos.

Museu do Futebol

Arquitetura de interiores do arquiteto Mauro Munhoz, em 2008.

Foi concebido dentro das instalações do Estádio Paulo Machado de Carvalho – o Pacaembú – e é inteiramente articulado com a Praça Charles Miller pelo desenho de acesso dos térreos, revelando a estrutura original da arquibancada do estádio.

Destaque para a escala urbana do ambiente e acabamento “brutalista” que explicita a essência dos materiais empregados que o museu traz em seu interior, especialmente do ferro e da madeira.

Horário de funcionamento

Terça-feira a domingo, das 9h às 17h

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo / Hospital Santa Isabel

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Rua Dona Veridiana 311 ou Rua Doutor Cesário Mota Junior, 112 – em frente à Rua Santa Isabel
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz de Campos

A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia tem registro de atuação em São Paulo desde 1560, migrando suas instalações durante os anos e estabelecendo-se, em 1884, no bairro da Santa Cecília.

Complexo arquitetônico projetado por Luigi Pucci em 1884, abriga nos dias atuais as atividades das duas instituições de saúde acima citadas, em estilo vitoriano inglês, e destaca-se pela conservação de suas instalações e a qualidade das intervenções necessárias ao funcionamento pleno de um hospital durante as décadas que funciona.

Atenção para um afresco de Clóvis Graciano, ao lado direito do saguão principal do Hospital Santa Isabel.

Para conhecer a Capela Nossa Senhora da Misericórdia, interna ao complexo, datada de 1900 e restaurada em 2004, bem como o pátio da Santa Casa com suas placas de homenagens a todos os beneméritos e doutores que ajudaram a construir e manter a Irmandade, há uma passagem pública interna à direita do Pronto Socorro do Hospital Santa Isabel.

Para acesso, observar placa com indicação: “Entrada 01 –  Pronto Socorro – Obstetrícia e Ginecologia”.

A Santa Casa de Misericórdia foi responsável pela criação do primeiro curso de medicina do Estado de São Paulo.

Edifício não aberto para visitação pública oficial.

bibliografia

Arquitetura – cronologia das artes em São Paulo 1975-1995, Volume 2. São Paulo, Centro Cultural São Paulo, 1996.

Mistérios da Cidade. Publicação especial do Morumbi Shopping.

BARBOSA, Marcelo Consiglio. Adolf Franz Hepp – Um Arquiteto Moderno. Tese de doutorado. Orientador Abílio Guerra. São Paulo, FAU Mackenzie, 2011.

FARIAS, Agnaldo. La arquitectura de Ruy Ohtake. Madrid, Celeste Edições, 1995.

FRANCO, Ruy Eduardo Debs. A obra de João Artacho Jurado. Dissertação de mestrado. Orientadora Gilda Collet Bruna. São Paulo, FAU Mackenzie, 2004.

GAGGETTI, Luiz Flavio. Características das Tipologias Arquitetônicas dos Edifícios Residenciais no Bairro de Higienópolis 1938/1965. Tese de Doutorado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, orientado pelo Dr. Roberto Righi, 2000.

HOMEM, Maria Cecília Naclerio. Higienópolis – Grandeza de um Bairro Paulistano. São Paulo: EDUSP e Universidade de São Paulo, 2011.

KUNII, Mariana Limeira. Salvador Cândia. TGI – Trabalho de Graduação Interdisciplinar da Faculdade de

Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, orientado por Monica Junqueira de Camargo.

LUCCHINI JR., Edson. Adolf Franz Heep: Edifícios Residenciais. Tese de Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, orientado pela Dra. Ruth Verde Zein, 2010.

MACEDO, Silvio Soares. Higienópolis e Arredores – Processo de Mutação de Paisagem Urbana. São Paulo: Universidade de São Paulo e PINI, 1987.

PORTO, Antonio Rodrigues. História da Cidade de São Paulo (através de suas ruas). São Paulo: Cartago, 1997.

SEGRE, Roberto. Edifícios Hoteleiros: Ruy Ohtake – Hotel Unique. São Paulo: C4, 2005.

XAVIER, Alberto; LEMOS, Carlos; CORONA, Eduardo. Arquitetura Moderna Paulistana. São Paulo: PINI, 1983.

Sites acessados entre Fevereiro e Setembro de 2012:

http://pt.wikipedia.org/

www.santacasasp.org.br

www.mackenzie.br

www.icsantos.com.br

www.gruposp.arq.br

www.zanettini.com.br

http://casa.abril.com.br/

www.patiohigienopolis.com.br

www.regiaose.org.br

www.museudofutebol.org.br

www.prefeitura.sp.gov.br

notas

NA – Com base em uma pesquisa que fora desdobrada de uma atividade acadêmica extracurricular, os autores revisitaram as informações outrora produzidas e desenvolveram uma proposta de guia para a região central da cidade de São Paulo. Agradecemos a todos os monitores e organizadores da Gincana dos Bixos, fomentada pelo Dafam, em toda a sua existência, há décadas. Em especial a todos que formam monitores e organizadores em tempo que os autores estiveram envolvidos nesse processo. A Jefferson Doki, pela imensurável importância à existência através do tempo à essa Gincana. A Luiz Benedito de Castro Telles, que revisou e criticou esse texto antes de ter nos deixado.

NE – Este é o sétimo de uma série de oito roteiros para passeios arquitetônicos na cidade de São Paulo. Os artigos da série são os seguintes:

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Primeiro percurso: centro histórico. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 193.02, Vitruvius, ago. 2016 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.193/6133>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Segundo percurso: centro novo. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 195.03, Vitruvius, out. 2016 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.195/6246>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Terceiro percurso: Bairro da Luz. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 196.07, Vitruvius, dez. 2016 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.196/6309>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Quarto percurso: Bom Retiro. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 198.03, Vitruvius, jan. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.198/6366>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Quinto percurso: Barra Funda. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 199.02, Vitruvius, fev. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.199/6413>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Sexto percurso: Avenida Paulista. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 200.06, Vitruvius, mar. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.200/6454>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Sétimo percurso: Higienópolis. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 201.04, Vitruvius, abr. 2018 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.201/6502>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Oitavo percurso: Parque da Juventude. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 202.06, Vitruvius, maio 2018 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.202/6545>.

sobre os autores

Hugo Louro e Silva é arquiteto e mestre em arquitetura e urbanismo pelo Mackenzie, com especialização em Negócios Imobiliários pela FGV-SP. É sócio diretor da Park Capital Empreendimentos e Participações Ltda. e leciona como professor na pós-graduação lato sensu da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Francisco Caparroz Bueno possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2008). Atualmente é mestrando da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Fernanda Grimberg Vaz de Campos é arquiteta (FAU Mackenzie, 2007), cursa mestrado em Artes Visuais na Unicamp e é correspondente do blog regional Urban Sketchers Brasil.

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