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português
A Goma Oficina realizou workshop com imigrantes de diversas nacionalidades que conceberam e realizaram bandeiras coletivas que expressam a condição do imigrante, com as dificuldades de assimilação e inserção na realidade brasileira.
OFICINA, Goma. Fronteira livre. Intervenção para a 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo. Minha Cidade, São Paulo, ano 18, n. 208.03, Vitruvius, nov. 2017 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/18.208/6776>.
Fronteira Livre foi um processo que gerou intervenções em seis estações da linha vermelha do Metrô de São Paulo, para a 11a Bienal de Arquitetura: Em Projeto. Realizada por imigrantes, ativistas, arquitetos, assistentes sociais e artistas em colaboração, durante imersão de dez dias de oficina no CAMI - Centro de Apoio ao Imigrante em São Paulo.
A oficina consistiu em dinâmicas de grupo, divididas em três principais momentos: i) “história do eu”, ii) “história do nós”, iii) “história do agora”. Cada integrante do grupo compartilhou sua experiência pessoal com FRONTEIRA (tema da 10a Marcha da Imigração de São Paulo, realizada em 2016). A partir dessa troca e do encontro das histórias individuais, foram criadas narrativas coletivas, chamadas de “história do nós”. Dessa forma deslocou-se a perspectiva do indivíduo para a perspectiva do grupo, transformando as dificuldades isolada em empatia, empoderamento e superação coletiva.
A “história do agora” é a perspectiva atual, traduzida pelas faixas de intervenção a partir do resultado das discussões. De um lado a mensagem, do outro lado a estampa que a representa. Os padrões construtivos que compõe as estampas foram elaborados em um processo de tradução intersemiótica, que consiste em interpretar mensagens (palavras, sentimentos) e traduzí-las em meios não verbais. O exercício realizado sintetizou conceitos subjetivos como: invisibilidade, medo, voz, limite, rompimento em estampas geométricas, atribuindo significado simbólicos e sensíveis às frases:
1 Estamos aqui, nos escutem, 2 Ter força para continuar, 3 Sonhar: esperança amanhã, 4 Deixar medo de lado, 5 Criar coragem para caminhar e 6 Precisamos conhecer nossos direitos.
Transbordando o espaço expositivo da Bienal, o projeto foi para um equipamento público, intervindo nos grandes corredores que recebem 4.7 milhões de usuários por dia. Inseridas na comunicação visual do Metrô, as faixas-fronteiras demarcam o espaço subjetivo de quem cruza uma linha invisível e se encontra em uma situação de adversidade. Valendo-se da questão do deslocamento no território e da imigração como metáforas, o projeto propõe a reflexão acerca dos muros invisíveis na cidade: as barreiras culturais, sociais e econômicas.
Fronteira Livre pauta a necessidade de repensar os processos do projeto de arquitetura: suas formatações — no espaço e no tempo —, suas relações com os demais campos de atuação e com os diversos atores envolvidos. Compreende o Projeto como metodologia que alimenta a ação a partir da troca de conhecimentos individuais e coletivos: não se encerra no que denomina-se espaço construído, visível e sólido. Mas busca, a partir de metodologias participativas, construir um espaço no imaginário humano e consolidar cotidianos onde as diferenças possam ser assimiladas e valorizadas.
O projeto foi desenvolvido através de uma estreita colaboração entre Goma Oficina Plataforma Colaborativa, Alexander Eriksson Furunes (Arquiteto e pesquisador do Programa Norueguês de Pesquisa Artística) e CAMI Centro de Apoio e Pastoral do Imigrante. Em parceria com DAFAM - Diretório Acadêmico da FAU-Mackenzie, Lucy Bullivant (curadora e crítica de arquitetura), CPTM e Metrô de São Paulo.
O processo foi possível graças ao apoio financeiro do Ministério Norueguês dos Negócios Estrangeiros / Design e Arquitetura Noruega (DOGA) e do Programa Norueguês de Pesquisa Artística.
Grupo: Albertina Afonso Glosser, Aracely Tatiana, Mérida Urena, Jose Mpela Bolayenge, Gredy, Claudine Shindany Kumbi, Nataly Puente de la Vega Unda, Tomasa Nancy Salva Guarachi, Nila Jackeline Salva Guarachi, Soledad Requena e Carla Aguilar (CAMI) e Patrick Dieudonné. André Stefanini, Christian Salmeron, Ana David, Vitor Pena, Guilherme Tanaka e Lauro Rocha (Goma Oficina).
Coordenação: Maria Cau Levy, Gabriela Forjaz (Goma Oficina) e Alexander Eriksson Furunes
Oficina de vídeo fronteira cruzada
Grupo: Jennifer Xavier, Marina Bidoia Gerdullo, Gabriel Araujo Fernandes, Beatriz Mateus Faustino Saporito, Nayane alves de souza, Isabela Biscuola Pavão, Ana Clara Rodrigues Guerra, isabella previti, Beatriz Oliveira Paiva, Igor Vicente Gomes da Silva, Matheus Cano e Bruno Luiz Peixe.
Coordenação: Patrick, André Stefanini, Fernando Banzi e Renata Miranda
notas
NE – o presente trabalho envolve pesquisa, oficina e exposição e fazem parte da 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo. São Paulo, outubro e novembro de 2017. <https://11bienaldearquitetura.org.br>; <https://www.facebook.com/11bienaldearquitetura/?fref=mentions>.
NA – Os participantes da oficina são: Albertina Afonso Glosser, Aracely Merida Ureña, Jose Mpela Bolayenge, Gredy, Claudine Shindany, Nataly Puente, Tomasa Nancy Salva Guarachi, Nila Jackeline Salva Guarachi, Soledad Requena Carla Aparecida Aguilar, Maria Cau Levy Gabriela Forjaz, Alexander Furunes, Fernando Banzi Vitor Pena, Lauro Rocha, Akon Patrick André Stefanini Christian Salmeron, Ana David, Renata Miranda. O processo foi realizado pela parceria CAMI - Centro de Apoio e Pastoral do Migrante Goma Oficina e Alexander Eriksson Furunes. Com a colaboração de Jorge Dafam Lucy Bullivant Companhia do Metropolitano de São Paulo - Metrô e CPTM. Agradecimentos especiais ao Ateliê Vivo por terem apoiado o projeto e cedido seu espaço para a costura das faixas.
sobre o autor
Goma Oficina Plataforma Colaborativa é um coletivo de arquitetos e artistas associados, que desde 2010 trabalha com frentes interdisciplinares. Reconhecida pela gama de atuação diversa, principalmente pelo viés de um olhar crítico e artístico.