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projects ISSN 2595-4245


abstracts

português
Aborda uma parceria formada entre setor público e privado para realizar o sonho de construir uma escola pública, com conceitos de arquitetura inovadora e padrões internacionais, sem a utilização de recursos públicos.

english
Approaches a partnership formed between the public and the private sectors with the objective of accomplishing the dream of building a public school, with concepts of a innovative architecture and international patterns, without public resources.

español
Enfoca una parceria formada entre los sectores público y privado para realizar el sueño de construir una escuela pública, con conceptos de una arquitectura inovadora y padrones internacionales, sin la utilización de recursos públicos.

how to quote

KNOB, Karine. Escola Vila Luiza. Projetos, São Paulo, ano 18, n. 210.03, Vitruvius, jun. 2018 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/18.210/7038>.


Trata-se de uma operação urbana que não envolveu recursos públicos, considerada uma manobra arrojada que tem como principal característica a interdisciplinaridade dos setores público e privado para enfrentar um novo cenário nacional, visando a melhoria da qualidade de vida na cidade em meio a maior crise econômica do Brasil nos últimos cem anos.

A partir da solicitação de uma empresa para a doação de uma área pública, localizada na principal Avenida da Cidade, com o objetivo de edificar um shopping center e a necessidade urgente de construção de uma escola municipal de educação infantil, em um bairro específico, foi criada a iniciativa que atendeu às demandas da administração pública: a empresa ganharia a área com a condição de construir a escola utilizando seus próprios recursos.

A partir dessa proposta, foi realizada a avaliação financeira da área solicitada pela empresa. Uma área sem potencial construtivo para o município. A avaliação definiu o valor do investimento mínimo que deveria ser implementado na obra da escola. O resultado foi a construção de uma escola com padrões internacionais e conceitos de sustentabilidade, conhecida como “Escola Modelo”, a partir do projeto elaborado por integrantes da equipe técnica do Município de Passo Fundo, porém, construído com recursos privados.

Destaca-se que a estratégia contribuiu com desenvolvimento urbano e trouxe mais qualidade de vida à população, além de superar os desafios do desenvolvimento com sustentabilidade socioambiental e econômica.

Uma escola pública brasileira, inovadora, com elementos de modernidade que realizem o sonho de uma criança. Utilizando padrões internacionais e elementos que não são comuns em Unidades escolares construídas por órgãos públicos.

Assim nasceu em Passo Fundo, cidade de 200.000 habitantes, na metade Norte do Rio Grande do Sul, uma escola que está sendo tratada como modelo para gestores públicos de todo o país.

Situada próximo ao coração da Cidade, a escola-modelo da Vila Luiza preenche um vazio urbano, existente há décadas, e traz consigo uma responsabilidade que vai além dos conceitos urbanísticos de ocupação e socialização. A escola tem capacidade pra uma demanda de até 500 crianças entre as idades de 0 (zero) a 6 (seis) anos atendendo uma necessidade social, e de direito da população.

Do alto da baixada do Bairro Vila Luiza é possível vislumbrar a construção colorida, que foi inserida na esquina entre as ruas Gervásio Annes e Ismael de Quadros, e chama a atenção de quem passa na região, que tem característica de ocupação aproximadamente 80% residências unifamiliares. Essa construção cravou sua fundação exatamente em frente a outro importante equipamento público, o posto de saúde do Bairro. Por esta razão a intenção da arquiteta Karine Knob, coordenadora do projeto, realizado pela Prefeitura de Passo Fundo, era que a edificação fosse aberta e permeável para o seu interior, e através de um pátio interno conseguiu garantir a segurança dos alunos. Além disso, era necessário que as suas fachadas provocassem um sentido de aproximação do edifício e apropriação dos espaços externos pela comunidade, portanto um elemento foi descartado: o muro. Substituído por outro elemento: uma praça retangular. Foi o presente que a comunidade ganhou, a praça, que se instalou na esquina e utiliza um quarto do terreno praticamente plano, recebeu equipamentos de academia para a prática de esporte, e espaços de lazer para a espera dos pais e de pacientes do posto de saúde.

O desafio do programa de necessidades, extenso, para dispor em um terreno com dimensões limitadas, foi superado com a distribuição dos ambientes em dois pavimentos e mais um pavimento técnico. Essa solução favoreceu a iluminação natural e ventilação cruzada nos espaços de permanência prolongada.

Internamente, largos corredores foram projetados com vista para o pátio interno. A configuração da planta baixa faz com que os corredores sejam uma importante barreira, para bloquear a incidência de sol direto nos ambientes de ensino. Essa estratégia também possibilitou a integração e permeabilidade visual entre o dentro e fora, fazendo com que essa transição ocorra de forma despercebida, “dentro dos corredores o usuário se sente naturalmente livre, mesmo sendo um espaço fechado”, explica a arquiteta.

Além das estratégias bioclimáticas, a escola modelo, têm concretado junto ao seu conceito funcional a importância da ótica sobre a sustentabilidade, e portanto sistemas como painéis fotovoltaicos e captação da água da chuva, fizeram parte das diretrizes de projeto, esses sistemas desempenham papel fundamental na educação ambiental desde os primeiros contatos com o mundo.

O formato da implantação abre possibilidades distintas para os fluxos internos, e a inovação dá asas para as brincadeiras através de um escorregador e uma rampa de escalada, ambos de concreto e resina, construídos em grande escala, que começam no terraço de esportes, do segundo pavimento, e terminam na cancha de areia do pátio interno, do pavimento térreo.

Perguntado às crianças sobre as características de uma escola dos sonhos, uma revelação inesperada acontece, a simplicidade é soberana à modernidade. Os sonhos traduzem espaços modestos e coloridos, alegres e divertidos, onde a imaginação é livre para criar os cenários mais diversos no universo de cada um.

Nesse caso, a modernidade toma um rumo discreto na escolha dos materiais, como o piso vinílico, que contribui com higiene, tem fácil manutenção e tratamento antirruídos, essa escolha possibilitou uma paginação irregular e lúdica, que quebra a monotonia dos longos corredores.

A arquitetura traduziu o conceito pedagógico de estimular a interatividade e apropriação, com os objetos e os espaços, para o desenvolvimento das capacidades intelectuais e motoras na primeira infância, e revelou um estilo contemporâneo que se identifica com o sistema pivotante, presente nos brises coloridos das fachadas externas, nas esquadrias dos corredores e nas grandes portas amarelas do refeitório, todos estes elementos podem ser manuseados pelos próprios alunos e possibilitam configurações variadas de acordo com o clima, com as atividades ou com qualquer outra influência.

O desejo, de um visionário político, em construir a chamada “Escola Modelo”, diferente das outras setenta escolas municipais, tornou realidade o sonho de crianças, que em meio a dificuldades tentam superar os desafios da inclusão, e que agora podem vislumbrar um presente com o fortalecimento social e construir um futuro cheio de esperança.

ficha técnica

nome do projeto
Escola Vila Luiza

local
Rua Ismael de Quadros, Bairro Vila Luiza, Passo Fundo RS

contratante
Prefeitura de Passo Fundo

datas
Início do projeto: fevereiro 2015
Conclusão da obra: fevereiro de 2017

áreas
Terreno: 1.806,21m²
Construída: 1.5832,81m²

arquitetura
Arquiteta Karine Knob

projetos complementares
Estrutural: Engenheiro João Vicente Sochan
Hidrossanitário: Engenheiro Ricardo André Colnaghi
Elétrico: Lazaretti Engenharia
Mobiliário: Arquiteta Larissa Rezende
Execução: Bolsa construção e incorporação e Grupo Comercial Zaffari
Fotos: Alex Borgman

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210.03 edifício escolar
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210

210.01 habitação unifamiliar

Casa em Cotia

210.02 projeto

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