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reviews online ISSN 2175-6694


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português
"Como não fazer uma tese", de Clovis Ultramari, é uma tentativa provocativa de auxiliar àqueles que estão em processo de doutoramento, tornando-se também, por meio de sua linguagem direta e irônica, uma leitura proveitosa também para seus orientadores.

english
Clovis Ultramari's new book, “Como não fazer uma tese”, is a provocative attempt to assist PhD candidates, and also, through their direct and ironic language, is a useful reading for professors, too.

español
El libro “Como não fazer uma tese”, de Clovis Ultramari, es un intento de instigar y ayudar a los que están en proceso de doctoramiento, convirtiéndose, a través de su lenguaje directo e irónico, una lectura útil también para sus supervisores.

how to quote

MASSUCHETTO JAZAR, Manoela. Para além dos manuais de estilo e sobrevivência. Resenhas Online, São Paulo, ano 16, n. 183.02, Vitruvius, mar. 2017 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/17.183/6449>.


Professores pesquisadores iniciam seus trabalhos de orientação sem um aprendizado ou prática anteriores. Orientados escrevem suas dissertações e teses em processos longos, acumulando uma experiência em algo que farão apenas uma vez. Manuais de estilo, revisões de normas técnicas e ensinamentos de metodologia científica são publicados, refraseados e atualizados. Todavia, alguns dizem, os problemas com a escrita científica são crescentes. Todavia, também, são poucas as produções que “abrem o coração” para explicitar questões da relação entre o orientando e o orientador, do medo de escrever, do medo de ousar, do prazer que deve existir no desenvolvimento de uma pesquisa e das oportunidades diversas que esse processo de elaboração de uma dissertação ou de uma tese permite.

O livro de Umberto Eco, Como se faz uma tese, avançou numa direção um pouco distinta da dos manuais e orientações. Entretanto, de modo geral, a grande produção que se tem nesse sentido é aquela voltada à elaboração da dissertação e tese como se fora um artefato: uma vez aprendida a técnica, não há como errar. A realidade vivida nos programas de pós-graduação confirma a fragilidade desse procedimento, necessário, mas não suficiente.

Poucos realmente iniciam seus mestrados e doutorados sabendo escrever um documento de pesquisa. Numa tentativa de minimizar as “não-teses”, o pesquisador junto ao Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da PUCPR, Clovis Ultramari, lançou seu novo livro, Como não fazer uma tese. Mas, desde o início, esclarece: “não me proponho a fazer um manual, mas sim um cordel de avisos que, para serem lidos, precisam chamar a atenção” (p. 9).

De fato, neste livro, Ultramari conquista seu leitor por meio de comentários espirituosos e exemplos descomplicados voltados àqueles que intentam elaborar uma boa tese – e àqueles que estão em meio a um processo de pesquisa. A conversa entre autor e leitor se estabelece de forma direta, e traz à tona as expectativas, os medos e os percalços presentes ao longo do processo de doutoramento, desde o ingresso no programa de pesquisa escolhido, até a tão esperada defesa final.

Nas palavras do autor: “Este livro intenciona contribuir para a realização de dissertações e teses, sobretudo nas áreas onde a palavra conta mais que o laboratório, a imagem ou a matemática e afins [...]. Outra intenção deste trabalho é a de ser uma leitura externa – estrangeira – àquilo que se entende como de interesse precípuo do orientando e diretamente relacionado ao seu campo de estudo: uma certa leitura que cada vez mais desaparece da formação dos novos acadêmicos, sempre no caminho de uma especialização cada vez mais tecnicista” (p. 3).

Além desse aspecto explícito da orientação de teses e dissertações, Como não fazer uma tese traz constantemente, ao longo de seus dezesseis capítulos, referências a grandes autores da literatura, ampliando o debate interdisciplinar, num claro propósito de incentivar no leitor a curiosidade por leituras em princípio mais distantes de seu tema principal de pesquisa. Ler, ler, e ler é, segundo Ultramari, o caminho para uma boa escrita, bem como fundamental para a elaboração de uma boa tese.

A obra foi lançada no final de 2016, em evento interdisciplinar intitulado “Escrever, Escrever, Escrever”, organizado na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Tal debate esteve voltado à importância da leitura, da escrita e da produção acadêmica. Contou com a presença dos pesquisadores Jelson Oliveira (Filosofia / PUCPR), Marcella Lopes Guimarães (Letras /UFPR), Rodrigo Firmino (Gestão Urbana / PUCPR) e José Carlos Fernandes (Comunicação / UFPR).  Neste debate sobre a obra, o tema comum foi a busca do prazer na escrita e na elaboração de uma tese. Uma perspectiva ilustrada na obra de Ultramari: “O pressuposto aqui adotado é que escrever uma tese é divertido, ou melhor, deve sê-lo. Vale-se aqui, pois, da lembrança da resposta do jovem e ensimesmado de Tomasi de Lampedusa, autor do conhecido Il Gatopardo, o qual respondeu aos intrigados familiares que lhe perguntavam o que estava fazendo ao escrever o dia todo: ‘estou me divertindo’, teria dito o italiano” (p. 4).

O livro é curto, fácil de ler e sobretudo divertido, provocativo e, como diz o autor, por vezes, irônico e cínico. O livro é também iconoclasta: em certo momento, ao citar Cervantes, Ultramari brinca com o excesso da leitura que pode nos deixar loucos. Ao final do livro Como não escrever uma tese, o leitor tende a se sentir relaxado para escrever seu próprio texto e também para ler as referências literárias, sobretudo clássicas, que Ultramari utiliza para justificar suas ideias.

A leitura é proveitosa para o orientando e para o orientador que se verão frente a descrições de situações por vezes impensáveis de serem narradas. O livro é não só útil como também prazeroso. O prefácio, assinado por José Carlos Fernandes, anuncia e sintetiza aquilo que o leitor pode esperar: “Se alguém acha que a literatura não ajuda a descascar uma tese, vai mudar de ideia na próxima página. As letras são uma mão na roda da ciência. Ultramari acompanha o leitor pelos labirintos da pesquisa, falando-lhe de Cervantes, de Edward Albee, de gente pouco familiar, mas que ficamos doidos para conhecer”.

sobre a autora

Manoela Massuchetto Jazaré arquiteta e urbanista, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da PUCPR.

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resenha do livro

Como não fazer uma tese

Como não fazer uma tese

Clovis Ultramari

2016

183.02
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original: português

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