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Depois de Brasília e Rio de Janeiro, o Centro Cultural Banco do Brasil traz para São Paulo a exposição interativa para comemorar os 10 anos de atuação do CCBB-SP
Trata-se da mais completa exposição já realizada no Brasil dedicada ao artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher (1898 – 1972). A mostra reúne 95 obras, entre gravuras originais e desenhos, incluindo todos os trabalhos mais conhecidos do artista e suas obras mais enigmáticas.
O acervo da coleção do Haags Gemeentemuseum, que mantém o Museu Escher, na cidade de Den Haag, na Holanda – ocupará todo o prédio do CCBB-SP, alternando com experiências interativas que exemplificam os princípios aplicados nas obras e de intervenções óticas. A abertura para convidados acontece no dia 18 de abril e para o público em geral a partir do dia 19. O horário para visitação é das 9h às 20h.
A exposição permitirá que o público passe por uma série de experiências que desvendam os efeitos óticos e de espelhamento que Escher utilizava em seus trabalhos, tais como: olhar por uma janela de uma casa e ver tudo em ordem e, em seguida, ver tudo flutuando por outra janela; ou ainda assistir um filme em 3D que possibilitará um divertido passeio por dentro das obras do artista gráfico. A expografia apresentará animações de algumas de suas gravuras.
Reunir tantos trabalhos do artista não foi fácil e, provavelmente, essa será a única oportunidade de apreciar tantas obras reunidas fora do museu. “As obras do Escher são muito raras e muito procuradas para exposições. Só existem três coleções no mundo. As gravuras são muito frágeis e o Haags Gemeentemuseum, que emprestou as obras originais, depois desta exposição, não poderá exibi-las por mais de quatro anos”, ressalta o curador da mostra coordenada pela “Art Unlimited, Pieter Tjabbes”.
Sobre a obra
Escher ficou mundialmente famoso por representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e as metamorfoses - padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes. Sua capacidade de gerar imagens com impressionantes efeitos de ilusões de óptica, com notável qualidade técnica e estética, respeitando as regras geométricas do desenho e da perspectiva, é uma de suas principais contribuições para as artes.
“Ele sempre fez questão de ressaltar que se considerava um artista gráfico. O questionamento de alguns críticos sobre sua obra ser ou não arte, para ele, era irrelevante. Escher era um gravador e desenhista com muito talento e muitos artistas já se inspiraram em obras ou temas de Escher”, ressalta o curador.
Foi depois de uma incursão à Espanha, onde teve contato com mosaicos mouros, que ele começou a desenvolver trabalhos se utilizando do preenchimento regular do plano. Escher achou muito interessante as formas como cada figura se entrelaçava a outra e se repetia, formando belos padrões geométricos. A partir de uma malha de polígonos, regulares ou não, Escher fazia mudanças, mas sem alterar a área do polígono original. Assim surgiam figuras de homens, peixes, aves, lagartos, todos envolvidos de tal forma que nenhum poderia mais se mexer. Tudo representado num plano bidimensional.
Destacam-se também os trabalhos do artista que exploram o espaço. Escher brincava com o fato de ter que representar o espaço, que é tridimensional, num plano bidimensional, como a folha de papel. Com isto ele criava figuras impossíveis, representações distorcidas, paradoxos.
“Escher utilizava princípios da matemática sem ser rígido na sua aplicação. Ele seria mais um matemático amador, que aplicava certos efeitos quase intuitivamente. Obras que mostram situações que parecem normais, mas com uma observação mais atenta comprovam ser impossíveis, são baseadas em modelos matemáticos, como a cinta de Möbius ou o triângulo de Penrose”, explica Pieter. Belvedere (1958), Subir e descer (1960) e Cascata (1961) são exemplos dessa aplicação.
Sobre as instalações interativas
Tudo na exposição foi pensado para que o público, de uma forma lúdica, atente para as dimensões visuais criadas por Escher. Um quebra-cabeça gigante, por exemplo, mostrará como ele se utilizava de imagens geométricas ou figurativas, unindo-as umas as outras, para criar gravuras que remetem ao infinito, comum em obras como em Menor e Menor (1956), o clássico Dia e Noite (1938) e Metamorphosis II (1940).
Assim como Escher adorava brincar com a percepção imediata das pessoas, apresentando um mundo dos sonhos, onde não existem direções certas, em cima ou embaixo (Outro mundo, 1947 e Relatividade, 1953), a mostra também recriará essa sensação se utilizando de alguns efeitos, como o de uma imagem plotada no chão que se completa no espelho curvado, numa inusitada mistura das três dimensões. "Adoramos o caos porque sentimos amor em produzir ordem", dizia o artista.
M.C. Escher “High and Low” litografia, 1947, 50.5 x 20.5 cm [divulgação]
Mostra interativa [divulgação]