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Mesa-redonda com participação da curadora Maria Eduarda Marques, do crítico de arte Rodrigo Naves e do artista plástico Sérgio Sister

O Instituto Moreira Salles de São Paulo abre em 6 de dezembro (terça-feira), às 19h30, a exposição Mira Schendel, pintora, com 29 obras da artista plástica suíça radicada no Brasil. A curadoria é da historiadora Maria Eduarda Marques. A exposição, que ficou em cartaz no IMS-RJ de setembro a novembro deste ano, reúne alguns dos melhores exemplos da pintura de Mira Schendel (1919-1988), produzidos entre os anos de 1950 e 1980, pertencentes a acervos de coleções particulares e instituições. No dia 10 de dezembro (sábado), às 16h, será realizada uma mesa-redonda com a curadora Maria Eduarda Marques, o crítico de arte Rodrigo Naves e o artista plástico Sérgio Sister. A entrada é gratuita e os lugares são limitados.

Ao longo de sua carreira, Mira Schendel trabalhou com diferentes materiais e linguagens, sendo mais conhecidos seus trabalhos em papel, tais como as monotipias e os objetos gráficos. Mas a pintura sempre permeou sua trajetória artística. Na mostra, serão apresentadas obras que exemplificam as diversas fases da produção pictórica da artista. Entre as décadas de 1950 e 1960, Mira Schendel produziu naturezas-mortas e telas que podem ser relacionadas com a obra do pintor italiano Giorgio Morandi, bem como óleos e têmperas nos quais introduziu letras e palavras. Na mesma época, a artista realizou as chamadas pinturas matéricas, que apresentam texturas compactas, como massa, cimento e areia. Já nos anos 1980, Mira passou a produzir têmperas monocromáticas de superfície fosca e aveludada, sobre as quais aplicava figuras geométricas em folha de ouro ou traçava formas quase invisíveis com linhas tênues e leves incisões. A mostra também apresenta exemplos dos Sarrafos, obras que tensionam as fronteiras entre a pintura, a escultura e o desenho. Segundo a curadora Maria Eduarda Marques, em Mira Schendel, pintora, é possível perceber que muitos dos conteúdos que a artista desenvolveria em outros suportes (questões ligadas à fenomenologia, por exemplo) surgem primeiramente de suas experiências no campo da pintura.

Sobre o catálogo

Além da reprodução das obras expostas e texto da curadora Maria Eduarda Marques, o catálogo reúne uma seleção de textos históricos sobre a pintura de Mira Schendel dos críticos Mário Pedrosa, Mario Schenberg, Theon Spanudis, Rodrigo Naves e Ronaldo Brito, e depoimentos inéditos de três pintores contemporâneos: Marco Giannotti, Sérgio Sister e Paulo Pasta, cujos trabalhos dialogam com aspectos da produção de Mira.

Sobre artista

Myrrha Dagmar Dubb (Mira Schendel) nasce em 7 de junho de 1919, em Zurique, na Suíça. Após a separação de seus pais (ambos de origem judaica), muda-se para Milão, acompanhando a mãe e o padrasto. Ali, frequenta a escola de arte a partir de 1936 e estuda filosofia na Universidade Católica entre 1938 e 1940.

Com a Segunda Guerra Mundial, Mira interrompe os estudos e deixa a Itália. Em Sófia, na Bulgária conhece seu primeiro marido, Jossip Hargesheimer, com quem viaja para o Brasil em 1946. Mira se registra como Mirra Hargesheimer. A viagem termina em Porto Alegre, onde o casal fixa residência.

Nos anos 1950, Mira já vive um período de intensa atividade artística: pinta, faz escultura em cerâmica, dá aulas de pintura e de orientação artística, escreve e publica poesias, estuda filosofia por conta própria e faz restauro de imagens barrocas. Sua primeira exposição individual acontece na sede do jornal Correio do Povo, em 1950. No ano seguinte, Mira é selecionada para integrar a I Bienal de São Paulo. Em 1953, trabalha como desenhista na seção de serigrafia da Tipografia Mercantil e faz croquis para cartazes. Ainda em 1953, Mira e Jossip se separam. A artista muda-se para São Paulo. No ano seguinte, conhece Knut Schendel, com quem se casaria oficialmente em 1960, quando passa a usar o sobrenome do marido. As séries das Fachadas e das Geladeiras compõem a primeira exposição individual de Mira em São Paulo, no Museu de Arte Moderna, em outubro de 1954. Dois anos depois, nasce sua filha Ada Clara Schendel.

O início da década de 1960 representa um período de pesquisa e de produção intensas na pintura. Várias exposições individuais são dedicadas a sua obra, como a que acontece na galeria São Luiz, em 1963; e a da galeria Astreia, no ano seguinte. Paralelamente à pintura, Mira faz projetos gráficos de capas de livros para a Editora Herder, entre 1960 e 1964, e trabalha na série de desenhos Bordados, suas primeiras obras em papel de arroz, entre 1962 e 1964.

Em 1964, trabalha com têmpera sobre papel umedecido. No ano seguinte, Mira realiza a série das Bombas, apresentadas numa individual na galeria carioca Petite Galerie. Entre 1964 e 1966, Mira realiza a série de monotipias em papel de arroz, posteriormente trabalhando também com signos e sinais de pontuação em letraset. Em 1966, Mira desenvolve as séries Droguinhas e Trenzinhos. Por intermédio do crítico Guy Brett, essas duas séries são apresentadas na galeria londrina Signals Gallery, durante a mostra coletiva Soundings Two.

Em 1968, a convite do jornalista e crítico de arte Jayme Maurício, Mira participa da 34ª Bienal de Veneza, expondo seus objetos gráficos. O conjunto é também exposto na galeria Gromholt, em Oslo. Sua participação na X Bienal de São Paulo, em 1969, acontece com a instalação Ondas paradas de probabilidade.

Em 1974, Mira inicia a série dos datiloscritos, obras feitas com tipos datilografados, por vezes associados à caligrafia. Seu interesse pela Nova Fenomenologia a aproxima do filósofo alemão Hermann Schmitz, com quem Mira se encontra diversas vezes em viagens feitas a Kiel, na Alemanha.

Sua participação na XVI Bienal de São Paulo, em 1981, acontece com I Ching, série de 12 têmperas sobre madeira. Em 1982, expõe pinturas em têmpera e ouro na Paulo Figueiredo Galeria de Arte, em São Paulo. Em 1983, retoma a figuração com a série Mais ou menos frutas, exposta no ano seguinte, também na Paulo Figueiredo Galeria de Arte.

Os Sarrafos, o último conjunto de obras finalizado por Mira, são compostos por 12 têmperas realizadas em 1987. Foram expostos na galeria paulistana Gabinete de Arte Raquel Arnaud e, no Rio de Janeiro, na galeria Sérgio Milliet/Funarte.

Mira morre em São Paulo, no dia 24 de julho de 1988, deixando inconclusa uma nova série das pinturas matéricas, feitas com pó de tijolo e cola. Apenas três dessas obras foram terminadas.

Sem título, 1953. Óleo sobre tela, 27 x 35 cm. Foto: Jorge Bastos/ © Ada Schendel

Sem título, 1953. Óleo sobre tela, 27 x 35 cm. Foto: Jorge Bastos/ © Ada Schendel

Mira Schendel, pintora. Instituto Moreira Salles, 2011, 132 p. ISBN 978-85-86707-71-1

Mira Schendel, pintora. Instituto Moreira Salles, 2011, 132 p. ISBN 978-85-86707-71-1

Mira Schendel

happens
from 07/12/2011
to 11/03/2012

opening
6 de dezembro, às 19h30

more
mesa-redonda: 10 de dezembro, às 16h (entrada gratuita e lugares limitados)

where
Instituto Moreira Salles São Paulo
Rua Piauí 844, 1º andar – Higienópolis
São Paulo SP
de terça a sexta-feira, das 13h às 19h; sábados e domingos, das 13h às 18h
fone (11) 3825.2560

source
Nathalia Pazini – Instituto Moreira Salles – São Paulo
São Paulo SP Brasil

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