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Editado por Edições de Janeiro, o livro narra pela primeira vez a história do Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, conhecido como Pedregulho e localizado em São Cristóvão, subúrbio do Rio de Janeiro.
“O Pedregulho é, pois, simbólico – o seu próprio nome agreste atesta a vitória do amor e do engenho num meio hostil e a sua existência mesma é uma interpelação e um desafio”, Lucio Costa.
A Edições de Janeiro, em parceria com a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e a Secretaria Municipal de Cultura, lança um livro para narrar pela primeira vez a história do Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, conhecido como Pedregulho e localizado em São Cristóvão, subúrbio do Rio de Janeiro. O empreendimento é um ícone da arquitetura moderna brasileira e a concretização de um sonho que nasceu no Departamento de Habitação Popular da Prefeitura do Rio, na década de 1940. Fruto do empenho e parceria da engenheira e urbanista Carmen Portinho e do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, o Pedregulho representa até os dias de hoje um projeto inovador e emblemático.
O livro, bilíngue e ricamente ilustrado com fotografias, jornais, plantas e outros documentos inéditos, conta toda a trajetória do empreendimento, desde a sua construção, passando pelos longos períodos de deterioração e abandono, até os dias de hoje, quando é finalizado um importante processo de recuperação no conjunto. O livro é assinado pelo arquiteto e urbanista Alfredo Britto, com colaboração da historiadora Flavia Brito do Nascimento e do jornalista Renato Lemos e tem o prefácio assinado por Augusto Ivan de Freitas Pinheiro.
A obra aborda todos os detalhes da construção do conjunto do Pedregulho, projetado em 1946 por Affonso Eduardo Reidy, um dos mais importantes nomes da arquitetura moderna brasileira, em parceria com a engenheira e urbanista Carmen Portinho. Também são traçados os perfis dos principais profissionais envolvidos nesse empreendimento. As soluções propostas por Reidy nesta construção lhe conferiram fama internacional. Estruturalmente, o edifício apresenta linhas sinuosas que acompanham a topografia do terreno e uso da ventilação cruzada, ou seja, todos os apartamentos possuem janelas dos dois lados do edifício. Essa preocupação com a qualidade de vida do morador também é expressa no planejamento urbanístico do conjunto.
A intenção de manter a vista da Baía de Guanabara para todos os apartamentos levou Reidy a projetar uma grande construção sobre pilotis, que dribla o declive natural da área pelo uso de passarelas, e uma avenida posterior no topo do terreno, recursos que dispensam elevadores. O sinuoso edifício encaixa-se harmoniosamente nas suaves curvas do morro que lhe deu o apelido. Destacando-se do ambiente da Avenida Brasil, o Pedregulho foi idealizado com escola primária, ginásio esportivo, creche, lavanderia coletiva, mercado, playground e piscina. A ideia era fazer do lugar uma cidade para bem viver.
O arquiteto suíço Le Corbusier deu um nome para esse tipo de complexo arquitetônico: unidade de vizinhança, que seria, dentro da concepção arquitetônica e urbanística modernista, um bairro ideal. Sua primeira parte foi inaugurada em 1950: dois blocos residenciais com 56 apartamentos duplex de dois a quatro quartos, mercado, lavanderia e centro de saúde, somados aos jardins desenhados por Burle Marx e ao painel que Anísio Medeiros criou para o posto de saúde. Escola, piscina, vestiário e ginásio de saúde foram inaugurados em 1951.
Burle Marx também criou painéis para a escola que até hoje está em funcionamento no conjunto. Há também painéis de azulejos de Candido Portinari e Anísio Medeiros, no ginásio da escola e posto de saúde, respectivamente. O painel de Portinari, instalado em 1952, gerou uma polêmica entre o pintor e o prefeito da época, Mendes de Moraes. Afinal, o prefeito, sendo um general de carreira, não poderia aceitar que um comunista fizesse um painel de azulejos para uma construção encomendada e paga pela Prefeitura.
A originalidade da expressão arquitetônica e urbanística do Pedregulho, aliada a seu propósito social, teve grande repercussão internacional com influências em vários países como Áustria, Alemanha, Hungria, Itália, República Tcheca e em Portugal, onde começaram a surgir projetos de habitação coletiva que indicavam referências às concepções de Reidy e Carmen Portinho.
Depois de décadas de abandono, o Conjunto renasce em um processo de restauração, iniciado em 2011 que, além de recuperar o patrimônio arquitetônico, devolve a autoestima aos seus moradores e resgata o espírito original deste projeto pioneiro e emblemático.
Sobre os autores
Alfredo Britto é arquiteto e urbanista, professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-RJ desde sua criação, em 2002, e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ (de 1973 a 2005). Sua empresa, a GAP (Grupo de Arquitetura e Planejamento), é responsável por projetos em diversas cidades do país, sendo muitos deles premiados. É autor do projeto de restauração do Conjunto Arquitetônico Tombado do Arquivo Nacional, premiado nacional e internacionalmente; e do Rio-Cidade Laranjeiras. Entre suas publicações, destaca-se o livro Arquitetura moderna no Rio de Janeiro (Ed. Pini, 1991), que recebeu o prêmio do IAB /RJ em 1992.
Flávia Brito do Nascimento é historiadora, arquiteta e urbanista pela UFRJ, mestre pela Escola de Engenharia de São Carlos da USP e doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Integrou a equipe técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e foi diretora de pesquisa do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro. Professora do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, é autora do livro Entre a estética e o hábito: o Departamento de Habitação Popular, 1946-1960 (Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 2008).
Renato Lemos é jornalista, trabalhou no Jornal o Brasil, O Globo e colabora com publicações por todo o país. É autor de livros como Inventores do Carnaval e O amanhã existe.
O livro tem fotografias de Cesar Barreto e Felipe Varanda e é uma Coedição e Realização de Marcela Bronstein Marketing + Produções.
Biblioteca Rio450
O livro foi selecionado por meio do Programa de Fomento à Cultura Carioca, da Secretaria Municipal de Cultura e faz parte da Biblioteca Rio450, coleção de livros que é um dos grandes legados das comemorações de 450 anos do Rio de Janeiro.
Reverenciar a história e o vasto arcabouço histórico cultural e paisagístico. Com esse propósito, foi idealizada a Biblioteca Rio450, que reúne títulos inéditos de pesquisadores e estudiosos sobre o Rio nas mais variadas áreas do conhecimento e republicações de algumas obras de referência que não eram reeditadas há mais de 50 anos. A Biblioteca Rio450 é uma das iniciativas do Comitê Rio450 que tiveram como inspiração as comemorações do IV Centenário, celebrado em 1965. São essas obras que vão ficar para as novas gerações de pesquisadores e de apaixonados pelo Rio de Janeiro.
A previsão é que sejam lançados quase 50 livros até o fim do calendário comemorativo dos 450 anos, que vai até março de 2016. A marca Rio450, que consta na capa das publicações da Biblioteca Rio450, reflete o entusiasmo do carioca com a sua Cidade e a sua história. Viva a Carioquice!
Patrocinadores
Patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da Secretaria Municipal de Cultura, empresas Concremat e Concrejato, copatrocínio da Control-lab Controle de Qualidade para Laboratórios e da CDA Metais.
Sobre o lançamento
terça-feira, 11 de agosto de 2015 às 19h30
Livraria da Travessa
Shopping Leblon
Av. Afrânio de Melo Franco 290 loja 205
Antes dos autógrafos, bate-papo com os autores Alfredo Britto, Flávia Brito e Augusto Ivan Freitas Pinheiro.
Ficha técnica
Pedregulho – O sonho pioneiro da habitação popular no Brasil, de autoria de Alfredo Britto, com Flávia Brito do Nascimento e Renato Lemos
ISBN 978-85-67854-68-7
25x29 cm, 84 pg, R$ 90,00
Pedregulho
Foto de Cesar Barreto [Divulgação]
Pedregulho
Foto de Felipe Varanda [Divulgação]