Construída na década de 1960 entre as ruas da Consolação e Augusta, a praça Franklin Roosevelt passou por um período de abandono, degradação e criminalidade, até chegar ao espaço revitalizado de hoje, que recebe moradores da área e visitantes diariamente.

A história, curiosidades e personagens desse espaço fazem parte do próximo episódio da série Arquiteturas, que vai ao ar em 9 de abril pelo SescTV. O programa, produzido pelo jornalista Paulo Markun e pelo cineasta Sérgio Roizenblit, começa às 21h.

Entre ao anos de 1968 e 1970,  a Praça Roosevelt foi construída e inaugurada. Tendo ao lado a Igreja da Consolação, a praça conecta o Minhocão (também foco de outro episódio da série Arquiteturas) com a Radial Leste. Ao mesmo tempo, a Roosevelt simbolizou a era das boates, bares, teatros e restaurantes instalados na área central. Nos anos 80, os estabelecimentos começam a sair dali ou fechar, o que acelerou a degradação da Praça Roosevelt e seu entorno. A área foi ocupada pela prostituição, moradores de rua procurando abrigo e usuários de drogas. Alguns moradores a consideravam quase uma extensão da Cracolândia, área na região da Luz que concentra centenas de usuários de crack em situação de vulnerabilidade.

As melhorias só vieram em 2010, quando foi lançado o edital para requalificação da praça. O projeto foi coordenado pelo arquiteto Rubens Reis, com contribuições dos escritórios Figueiredo Ferraz (projeto executivo) e Borelli & Merigo, responsável pela adaptação do projeto executivo ao projeto construído no local. A praça foi reinaugurada em setembro de 2012, ao custo de R$ 55 milhões. A nova praça, já com o ambiente mais adequado aos dias atuais, atraiu intensificou a presença dos skatistas, que, após nova intervenção, em novembro de 2014, possuem uma pista própria para prática do esporte.

Uma das entrevistadas do Programa, Marta Lilia Porta, é líder de associação de bairro e moradora do entorno da Praça Roosevelt. Ela se incomoda com o constante uso do local por grupos de manifestantes, que se reúnem lá para debates, assembleias e protestos. “Além de atrair muitas pessoas, os grupos trazem som e megafone. Toda essa agitação prejudica o sossego dos moradores dos prédios adjacentes à praça. Segundo ela, ali não mora nenhuma autoridade que justifique tamanho uso político do espaço da Praça Roosevelt”, comentou.

Já o comerciante Luis R. Barbieri, morador do centro de São Paulo, gosta muito de frequentar a Praça Roosevelt e o Minhocão aos domingos. Ele acha que a praça pode ser como uma praia para a cidade.