In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.
O I Seminário Internacional Urbicentros : Morte a Vida dos Centros Urbanos tem como objeto de debate as áreas centrais urbanas quase sempre coincidentes com os sítios históricos urbanos iniciais.
Apresentação
O I Seminário Internacional Urbicentros : Morte a Vida dos Centros Urbanos tem como objeto de debate as áreas centrais urbanas quase sempre coincidentes com os sítios históricos urbanos iniciais. São áreas que sofrem o processo de descentralização de atividades econômicas mas que seguem guardando importância econômica, política, histórica, cultural e uma forte significação simbólica para a construção das identidades locais.
Sujeitas a um discurso político típico de um planejamento estratégico que prima pela espetacularização, estes centros urbanos sofrem um processo de esvaziamento e degradação social. No entanto, a despeito da ideologia difundida, resistem com uma dinâmica própria de funcionamento e não podem mais ser tratados como uma parte isolada da cidade que sobrevive somente graças ao seu valor simbólico. É em defesa dessa vida (popular e democrática) das áreas centrais, que o Seminário prima pela integração dos estudos e teorias sobre centros históricos e a questão da produção da cidade como um todo, formando um corpo de conhecimentos mais amplo e multifacetado.
Sessão temática [1] Memória e planejamento
Apesar da lógica da fragmentação, da descontinuidade, da heterogeneidade e das transformações contínuas que passam as cidades, seus centros urbanos conservam, em geral, uma tipologia tradicional e compacta. No entanto, a descentralização demográfica e a dispersão física e especializada de usos urbanos que acompanham o incremento especulativo do consumo do solo, provocam seu esvaziamento e sua tematização refletindo, em muitas instâncias, os princípios de compartimentalização e localização funcionalistas de um planejamento urbano que anima um mercado imobiliário fortemente especulativo e debilmente regulado. Neste contexto e apesar da dificuldade de inverter estas tendências ou processos, acreditamos na necessidade de que sejam discutidas e pensadas propostas que incorporem a estas áreas, como afirmava Jane Jacobs em The Death and life of the great american cities [1961], uma diversidade de usos mais complexa e densa, propiciando uma sustentação mútua e constante, tanto econômica, como social. Nos vemos diante, portanto, de estruturas arquitetônicas restauradas porém mortas, porque depositárias de funções de pouco impacto social, convivendo com estruturas sociais precárias porém vivas, como as favelas ou ocupações informais que para alguns "contaminam" o valor histórico dos centros urbanos. Contaminação que, no entanto constituem, apesar do fracasso coletivo de agentes logísticos e políticos, como afirmava Koolhas, uma demonstração do persistente vigor da cidade.
Pensar os centros urbanos não é pensar uma parte da cidade como algo específico e separado da maneira de como se pensa a cidade.
Sessão temática [2] Cultura e identidade
Para observarmos as cidades contemporâneas e seus centros antigos, percebendo as dinâmicas que as movem, importa não só os contextos urbanos de organização espacial e relações sociais que induzem processos específicos, com destaque para a expansão das indústrias da cultura e a transformação da cultura popular, mas também as formas como as cidades reconstroem as suas imagens e os seus patrimônios, acionando-os como recursos próprios e configurando elementos de afirmação na economia e na comunicação globalizadas. Interessa-nos revelar a importância das práticas culturais no quadro da diversidade e da complexidade constitutivas das cidades na perspectiva da espacialidade de tais práticas, dos agentes e das zonas de intervenção entre os diferentes campos e públicos. Confrontar as representações identitárias e os imaginários das cidades contemporâneas. O vasto leque de visões que um centro antigo pode suscitar a partir das suas múltiplas características corresponde às imagens da cidade.
Todas as imagens traduzem modos de ver e estes são funções tanto daquilo que é visto quanto de quem vê. Cada parte da cidade pode difundir uma pluralidade de imagens, reais ou imaginárias, efêmeras ou duradouras, de consenso ou de conflitos. É a pluralidade de imagens que, ao originar práticas e representações, sempre desigualmente partilhadas pelos grupos sociais, acaba por delinear os contornos das identidades de objetos e espaços urbanos. Todos estes fatores se encontram na origem dos desafios que afetam as formas de organização urbana, as identidades e os discursos representacionais das cidades.
Sessão temática [3] Estrutura e ambiente
Fenômenos como o abandono e a deterioração das áreas centrais e, ao mesmo tempo a expansão extensiva e dispersa para as periferias, se enquadram dentro de um principio anti-ecológico, causando perdas de enormes potencialidades já existentes e avançando sempre sobre novos ambientes que poderiam ser mantidos naturais ou destinados à produção agrícola. Ao mesmo tempo, os custos sociais, materiais e ambientais dos enormes deslocamentos e das infra-estruturas para o atendimento de tão vastas áreas, aumentam excessivamente a "pegada ecológica" das nossas cidades, sem um aumento proporcional de sua qualidade de vida. O retorno à valorização de nossos centros urbanos tradicionais e a redução da dispersão e da segregação sócio-espacial, mais do que tudo, seria a inclusão da produção da cidade ao ciclo circular de produção e consumo (produzir - utilizar - reutilizar ou requalificar), em substituição ao nocivo ciclo linear (produzir - consumir - descartar). Também permitiria, de forma análoga ao sistema espacial isotrópico, uma democratização das acessibilidades, reorganizando e aumentando a eficiência urbana, tornando o funcionamento da cidade mais eficiente e, inclusive mais justo socialmente. Neste sentido, a reconsideração e valorização dos centros e dos espaços centrais tradicionais e históricos, não somente permitiria a conservação de bens culturais e tradicionais, mas também a possibilidade do resgate de áreas de grandes potencialidades no funcionamento sistêmico da cidade, com grandes possibilidades de contribuição à qualidade de vida e à redução dos custos materiais, ambientais.
Submissão de trabalhos Até 5 de abril de 2010
OrganizaçãoPPG-AU [UFBA, UFPB, UFRN, UFPE, UFAL]
“Talvez nos tenhamos tornado um povo tão displicente, que não mais nos importemos com o funcionamento real das coisas, mas apenas com a impressão exterior imediata e fácil que elas transmitem. Se for assim, há pouca esperança para nossas cidades e provavelmente para muitas coisas mais em nossa sociedade. Mas não acho que seja assim.” Jane Jacobs [1961].
JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Programação
30 de maio, domingo
20:00 hs aberturaPaulo Ormindo [Universidade Federal da Bahia]
31 de maio, segunda-feira
09:00 hs mesa redonda memória e planejamentoAna Fernandes [Universidade Federal da Bahia]Jean Yves Authier [Université Lumière Lyon 2]
14:00 hs comunicações
18:00 hs sarau cultural na comunidade alto do roger
1 de junho, terça-feira
09:00 hs mesa redonda cultura e identidadePaola Berenstein Jacques [Universidade Federal da Bahía] Henry-Pierre Jeudy [Centre National de la Recherche Scientifique, Paris]
14:00 hs comunicações
18:00 hs sarau cultural na antiga fábrica matarazzo
2 de junho, quarta-feira
09:00 hs mesa redonda estrutura e ambienteMarcelo Ferraz [Brasil Arquitetura]Maria Luisa Cerrillos [Agencia Española de Cooperación Internacional]
14:00 hs comunicações
18:00 hs sarau cultural na comunidade porto do capim
Coordenação geral
Elisabetta Romano (UFPB)
Francisco Xico Costa (UFBA)
Comissão Organizadora
Aluisio Braz (PPGAU UFPB)
Edson Ribeiro (UFPB)
Celso Guimarães (PPGEUA UFPB)
Dayse Luckwu Marins (UNIPE)
Geraldo Majela Gaudêncio Faria (PPGAU UFAL)
Gilberto Corso (PPGAU FAUFBA)
Jovanka Baracuhy (UFPB)
Liana Chaves (DINTER UFBA-UFPB)
Maria Angela Souza (MDU UFPE)
Mariana Bonates (UFCG)
Rubenilson Teixeira (PPGAU UFRN)
Instituição ExecutoraUniversidade Federal da Paraíba - Centro de Tecnologia PPGAU UFPB - Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo PPGEAU UFPB - Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana e Ambiental
Instituição Promotora Universidade Federal da Bahia - Faculdade de Arquitetura PPG-AU FAUFBA - Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo