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Inovador no Brasil e exterior, material que acaba de ser patenteado tem as mesmas características do concreto convencional.

Em uma época em que a construção civil vivencia seu principal boom no Brasil, a sustentabilidade no processo construtivo torna-se cada vez mais necessária para minimizar os impactos ambientais causados pelo setor. Em São Carlos (230 Km de São Paulo), uma pesquisa do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP (IAU-USP) realizada em parceria com a Escola de Engenharia da USP (Eesc) descobriu uma forma de produzir concreto a partir da utilização de resíduos industriais. A tecnologia, denominada “concreto não estrutural”, foi patenteada em julho e está pronta para ser incorporada no mercado.

 Um dos pesquisadores responsáveis pela concepção e produção do concreto eco-friendly, professor Javier Mazariegos Pablos, explica que o novo material, até então inexistente no Brasil e no exterior, é resultado de uma combinação de areia de fundição aglomerada com argila e escória de aciaria ou de alto-forno, resíduos convencionalmente despejados em aterros industriais por companhias siderúrgicas e de fundição.

“A união desses materiais com o metacaulim, em suas respectivas proporções, permitiu a obtenção de um concreto mais resistente que o convencional. Conseguimos alcançar uma resistência de 56 MPa [megapascal], enquanto a resistência do concreto convencional varia entre 25 a 30 MPa”, revela Pablos.

Por ser não estrutural, o novo material descoberto pelos pesquisadores do IAU-USP não deve ser empregado em estruturas como pilares e vigas. Mas seu uso ainda é amplo, uma vez que a partir deste concreto é possível fabricar bloquetes, guias, grelhas, sarjetas, contrapisos, blocos para alvenaria de vedação e quaisquer outras peças de uso não estrutural. O professor do IAU-USP Eduvaldo Sichieri, co-autor da pesquisa, explica que a alta resistência do concreto não estrutural permite que ele também seja utilizado na pavimentação de vias, modalidade que exige resistência maior ou igual a 50 MPa.

Impactos

Outro benefício do concreto não estrutural é a obtenção do material a partir da encapsulação de resíduos sólidos, processo também conhecido como solidificação/estabilização (tecnologia S/S). Essa técnica permite que os resíduos que compõem o concreto não estrutural sofram um processo de desintoxicação ou restrição de sua capacidade de solubilização, tornando-os menos tóxicos ao meio ambiente. 

A redução dos impactos ambientais negativos não para por aí. Dados de 2009 do Concrete Centre apontavam uma produção mundial de concreto em torno de 24 bilhões de toneladas, sendo que entre 9% e 21% da massa do produto convencional é composta por cimento, material cuja produção envolve alta emissão de CO2 na atmosfera.

“A produção do concreto não estrutural, por outro lado, envolve o aproveitamento de resíduos sólidos industriais que são direcionados para a cadeia produtiva, aumentando sua eficiência e sustentabilidade. O impacto ambiental também é reduzido à medida que se recupera matéria e energia, visando maior preservação dos recursos naturais”, avalia Pablos.

Embora a nova tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores do IAU-USP reúna todos os aspectos para uma alta aceitação no mercado, Pablos acredita que ainda faltam políticas públicas que incentivem a utilização de materiais inovadores que saem das universidades. “Enquanto isso não acontece, esperamos que o mercado e o consumidor final se conscientizem sobre os benefícios de se usar um produto obtido de maneira sustentável e que ainda assim apresenta alta qualidade”, finaliza Pablos.

Professor Javier Mazariegos Pablos [divulgação]

Professor Javier Mazariegos Pablos [divulgação]

Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP cria concreto sustentável com resíduos industriais

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Thatiana Miloso - Ex-Libris Comunicação Integrada
São Paulo SP Brasil

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