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A obra coordenada pelo professor José Joubert Lancha, “Os Quatro Livros da Arquitetura”, mantém-se fiel ao tratado original quanto a distribuição de texto e desenhos por página
Os Quatro Livros da Arquitetura de Andrea Palladio
O historiador e teórico de arte italiano Giulio Carlo Argan, citado na orelha do livro por Maria Irene Szmrecsanyi, ensina que, na Europa, a história crítica dos escritos e da obra construída de Palladio foi feita a partir de dois eixos: considerando-o como portentoso discípulo do mundo clássico, seu fiel seguidor, seu tradutor na arquitetura do acaso do Renascimento, ou como um inovador, capaz de absorver as lições clássicas dentro de uma interpretação subjetiva, constituindo-se, de fato, em um maneirista.
A primeira leitura traz um Palladio classicista, que se deslumbra com Roma Antiga ao estudá-la em profundidade, recuperando não só seus procedimentos técnicos mas, sobretudo, suas formas e proporções, a partir de Vitruvio, do desenho e do levantamento in loco de edifícios remanescentes no século XVI. A segunda mostra o profissional que percorreu detidamente Vitruvio e reverencia os feitos arquitetônicos romanos, tirando deles generalizações aplicadas às necessidades do período e às suas próprias práticas e estéticas ao resolver cada projeto. A primeira visão não deixa de ser correta, mas a outra, anticlássica, teria, segundo Argan, que foi prefeito de Roma, privilegiado o verdadeiro gênio de Palladio.
Ele é simultaneamente um teórico e um prático, um historiador e um crítico, que aprende melhor a ver e a pensar com Roma. As lições que traz consistem, sobretudo, em sua capacidade e maneira de buscar os princípios abstratos do que considerava belo, e de como construí-lo respeitando princípios vitruvianos permanentes da beleza, da utilidade ou da comodidade, e da estabilidade dos edifícios.
Argan, escrevendo em meados do século passado, vê Palladio com olhos do modernismo e o percebe como o teórico que se aproxima das formas puras, como um esteta que se emociona e quer emocionar pela visão, fazendo a geometria luzir sob o sol ou contornar-se entre claros e escuros. As visões de época são necessárias e preciosas para o avanço da historiografia, bem como da criação. Na pós-modernidade as fontes históricas foram repensadas procurando-se trabalhar a complexidade e a tradição, mas muitas vezes recorrendo ao historicismo, revestindo-as de citações gratuitas. Visto como um receitúario de rebuscamentos, o tratado de Palladio pode se tornar um entrave à arquitetura correta de problemas e soluções. O melhor ensinamento da história é que a continuidade e a mudança têm de se agregar para que a vida se renove.
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Equipe de tradutores:
Cesar Augusto de Oliveira Casella e Maria Augusta Bastos de Mattos; tradutor conjunto do segundo livro: Nora Cappello;
Tradutor dos trechos em latim:
Aristóteles Angheben Predebon
Os Quatro Livros da Arquitetura
Coordenação e revisão técnica: Joubert José Lancha
Introdução: Joubert José Lancha
Editora Hucitec
334 páginas
Formato: 20,5 X 20,5 cm