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Presença de uruguaios sinaliza importância do antropólogo naquele país, onde ele recriou o sistema universitário quando no exílio.

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Uruguai, Jose Mujica, e os ministros brasileiros da Cultura, Juca Ferreira, e da Educação, Fernando Haddad, alem do ministro de Educação e Cultura do Uruguai, Ricardo Ehrlich, inauguraram nesta segunda-feira, dia 6 de dezembro de 2010, o Memorial Darcy Ribeiro, na Universidade de Brasília (UnB). A construção do espaço, chamado pelo próprio Darcy como Beijódromo, é resultado de um convênio entre o Ministério da Cultura (MinC) e a Fundação Darcy Ribeiro (Fundar), com o investimento de R$ 8,5 milhões por parte do MinC.

“Nós estamos lembrando a memória de um grande brasileiro. Se queremos saudar a UnB, temos que saudar Darcy”, reverenciou Juca Ferreira, no começo de seu discurso. “Toda obra de Darcy estará disponível aqui, para todos”, lembrou.

“O Memorial é um presente para essa cidade que completou 50 anos e se tornou definitivamente a capital dos brasileiros e a UnB, universidade sonhada por Darcy e que ele ajudou a fundar”, acrescentou o ministro.

O presidente Lula elogiou a iniciativa. “Creio que a UnB e o MinC encontraram uma maneira muito feliz de manifestar a importância de Darcy para as ciências, para a universidade e para o Brasil”, disse Lula. Sobre a falta que o antropólogo faz para a sociedade brasileira, o presidente contou que “havia a ideia de que ia faltar Brasil para tantas ideias de Darcy. Brasil não vai faltar, ele que faz falta”.

Para o presidente do Uruguai, Jose Mujica, o antropólogo ainda está vivo. “Todo o homem é um animal social porque precisa do outro, da sociedade. Darcy lutou pela universidade, pelo mundo universitário, pela democracia. Creio que esses valores ainda estão vivos”. Mujica e Darcy tornaram-se amigos quando o antropólogo, então vice-presidente da República, foi deposto pelo regime militar e se exilou no Uruguai.

A inauguração do Memorial foi prestigiada, além de autoridades, pelo reitor da UnB, José Geraldo Sousa Junior, e pela comunidade acadêmica.

Memorial

O espaço foi projetado pelo arquiteto e parceiro de Darcy em diversos projetos, João Filgueiras Lima, o Lelé. Os que passam em frente enxergam um misto de nave espacial e oca indígena – referência ao fato de que Darcy estudou e conviveu com várias tribos brasileiras. Dispõe-se ali de biblioteca, espelho d’água, salas de aula e climatizador natural – em parte inspirado no sistema de circulação de ar próprio das ocas indígenas. Há também um espaço para descanso e apresentações, que o próprio antropólogo batizou de Beijódromo, já na concepção do local. Tudo isso distribuído em dois andares, numa área total de 2 mil m².

A biblioteca tem em seu acervo mais de 30 mil exemplares do professor e educador e de sua primeira esposa, a antropóloga Berta Gleizer Ribeiro, além de disponibilizar documentos pessoais, como cartas trocadas com Oscar Niemeyer e o filósofo francês Jean-Paul Sartre. Haverá também exposição de obras de arte brasileiras, que vão desde quadros de Portinari a artefatos indígenas.

Sobre Darcy Ribeiro

Darcy Ribeiro nasceu em 26 de outubro em 1922, em Montes Claros (MG). Começou sua vida profissional como antropólogo, passando à área educacional. Tornou-se ministro da Educação, em 1962, e, no ano seguinte, ministro-chefe da Casa Civil, ambos no governo João Goulart.

Em 1964, foi forçado pelos militares a sair do país. No exílio, engajou-se acadêmica e politicamente pelos países latinos por onde passou: Uruguai, Chile, Peru, Costa Rica, México e Venezuela.

No Uruguai, onde permaneceu por mais tempo, foi convidado, assim que chegou, a ser professor da Universidade da República. De la, fez viagens à Europa e a Cuba. Ainda no Uruguai, escreveu a Enciclopédia da cultura uruguaia e a primeira versão de O povo brasileiro. Este foi o período considerado por Darcy como o mais fecundo de sua vida.

De volta ao Brasil, Darcy foi vice-governador do Rio de Janeiro, em 1982, secretário de Cultura, coordenador do Programa Especial de Educação e senador da República, de 1991 até sua morte, em 1997. Também concretizou projetos na área ambiental, e, por sua intensa produção de livros, passou a ocupar, em 1993, a cadeira de número 11 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Nos últimos anos de vida, revelou-se um poeta.

Planejou os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), centros culturais e, em oito países, criou ou recriou universidades, além de deixar inúmeras obras traduzidas para diversos idiomas. Entre as instituições criadas por Darcy estão o Museu do Índio, no Rio de Janeiro, e a Universidade de Brasília. Entre as obras que idealizou estão a Biblioteca Pública Estadual do Rio, a Casa França-Brasil, a Casa Laura Alvim, o Centro Infantil de Cultura de Ipanema e o Sambódromo, que inicialmente também funcionava como uma grande escola primária, com 200 salas de aula, além do Memorial da América Latina, edificado em São Paulo com projeto de Oscar Niemeyer. Darcy contribuiu ainda para o tombamento de 96 quilômetros de praias e encostas do litoral fluminense, além de mais de mil casas do Rio Antigo.

Memorial Darcy Ribeiro, Brasília. Arquiteto João Filgueiras Lima, Lelé

Memorial Darcy Ribeiro, Brasília. Arquiteto João Filgueiras Lima, Lelé

Memorial Darcy Ribeiro é inaugurado em Brasília

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Imprensa do Ministério da Cultura
Brasília DF Brasil

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