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Obra, que será lançada no Instituto Tomie Ohtake, traz textos novos de Roberto e Marcelo Bratke
Quando Oswaldo Arthur Bratke (1907 – 1997) terminou o livro que reunia a sua obra, com textos de Hugo Segawa e Guilheme Mazza Dourado, edição de Vicente Wissenbach, não teve tempo de assistir ao seu lançamento, pois faleceu, um mês antes, em julho de 1997. Agora após 15 anos, a obra é reeditada, ganha versão em inglês e juntam-se ao de Carlos textos de Roberto e Marcelo Bratke (PW Editores, 404 páginas, capa dura, preço no dia do lançamento R$ 100,00).
Um dos principais nomes da arquitetura moderna brasileira, Oswaldo Bratke notabilizou-se pela contínua experimentação de técnicas construtivas e, sobretudo, por sua arquitetura residencial. Foi autor de mais de 500 casas, mas antes de tudo, afirma Segawa, era um inventor capaz de criar de uma cidade a uma cadeira. Assim, entre seus projetos estão duas cidades no Amapá – a Vila Amazonas e a Vila Serra do Navio (1955-60) e uma cadeira em madeira (1948), cujo protótipo, entre outros projetos do arquiteto, está no acervo do Centre Pompidou em Paris.
O livro reúne muitas de suas casas reconhecidas pela moldura estrutural, de lógica construtiva racional, mas flexibilizada pelos espaços fechados, abertos, semi-abertos e pelos materiais com diferentes texturas e efeitos de luz e sombra. Um dos exemplos de sua marcante linguagem está na moradia original da família e hoje Fundação Oscar Americano, aberta à visitação.
Muitas de suas residências, consideradas referências da arquitetura moderna paulista e posteriormente demolidas, têm sua memória preservada no livro. É o caso da casa de Ciccillo Matarazzo, em Ubatuba (1959/60), e da própria residência do arquiteto, no Morumbi (1951), destacada com menção especial na 1ª Bienal de São Paulo (1951), e na qual Bratke recebeu figuras ilustres, como Kenzo Tange, Walter Gropius e Alvar Aalto, Siegfried Giedion, além do convívio com muitos colegas brasileiros, entre os quais, José Zanini Caldas.
Entre os projetos de destaque reunidos na publicação estão ainda o Balneário em Águas de Lindóia (1952-59), com jardins desenhados por Burle Marx e murais e pisos criados por Lívio Abramo; Estações da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro (1960); Escola de Minas e Metalurgia da USP (1960/67); e seus três edifícios situados na confluência das ruas Major Sertório e Araújo em São Paulo. Em um deles, no Edifício ABC (1949), Bratke mantinha seu escritório, assim como muitos outros colegas, entre eles, Paulo Mendes da Rocha.
O livro traz também mais uma faceta do arquiteto, seu talento artístico, seu apurado desenho para cada projeto, além de suas obras em grafite, guache e lápis de cor sobre papel, feitas em diferentes cidades do mundo. Desde a publicação da primeira edição, os desenhos, as fotos originais e os demais registros gráficos profissionais de Oswaldo Arthur Bratke pertencem à Biblioteca da FAU-USP.