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Evandro Carlos Jardim criou uma escola de pensamento sobre arte e sobre o ensino de arte no Brasil. Há mais de 15 anos dá aula na Ateliê de Gravura do Sesc Pompeia, que montou a convite de Lina Bo Bardi. Mostra reúne 250 trabalhos de 40 artistas.
Responsável pelos projetos arquitetônicos do Masp e do Mam, a renomada arquiteta italiana Lina Bo Bardi idealizava, em 1977, o projeto de transformar a antiga fábrica no Sesc Pompeia. Para organizar o Ateliê de Gravura, parte das Oficinas de Criatividade, Lina convidou o gravurista e artista plástico paulistano Evandro Carlos Jardim, importante nome da gravura brasileira, que atuou como consultor do projeto e vem dando aulas no espaço ininterruptamente há mais de 15 anos.
Hoje, 30 anos depois, o Sesc Pompeia comemora seu trigésimo aniversário com a exposição do Ateliê de Gravuras do Sesc Pompeia, mostra que reúne gravuras de alunos do professor Jardim, reunidas em mais de 15 anos de aulas, aprendizados e discussões. O ateliê de Evandro Carlos Jardim é um dos mais concorridos da unidade. A mostra exibe, ainda, vídeos, entrevistas e depoimentos de críticos de arte, além de catálogos com textos.
Além da exibição dessas obras, o projeto contempla um ciclo de debates e uma palestra com grandes mestres da gravura convidados por Evandro Jardim, como Cláudio Mubarac, Marco Buti, Madalena Hashimoto e Ernesto Bonato. A exposição abre as portas no dia 15 de março, no espaço das Oficinas de Criatividade do Sesc Pompeia e pode ser visitada de terça a sexta, das 9h30 às 21h e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h.
A exposiçãoReúne cerca de 250 trabalhos de 40 artistas, todos alunos e ex-alunos de Evandro Carlos Jardim. São trabalhos de variadas técnicas da gravura em metal: ponta-seca, água-tinta, água-forte, la vie, maneira negra e processos mistos.
A exposição foi organizada pelo Sesc, junto com Jardim, para mostrar a produção dos trabalhos nestes 15 anos de atividades do ateliê de gravura do Pompeia. “A oficina foi montada por mim quando a Lina (Bo Bardi) adaptou a antiga fábrica para ser uma unidade do Sesc, e me convidou a desenhar um projeto para o ateliê de gravura”.
O gravurista Evandro Carlos Jardim tinha 18 anos quando conheceu o professor Pietro Maria Bardi e sua mulher, a arquiteta italiana Lina Bo Bardi. Durante todo o período de sua formação, o artista teve a oportunidade de frequentar o Masp (Museu de Arte de São Paulo), o que foi essencial em sua trajetória.
O Masp foi uma referência forte para o artista tanto pelo acervo como pelos cursos e oficinas que oferecia. Evandro considera um privilégio sua proximidade com o museu, nas décadas de 50 e 60, quando lá existia uma escola de arte contemporânea. Depois, quando passou a dar aulas na USP, o Mac (Museu de Arte Contemporânea) também desempenhou papel importante em sua vida.
“É exatamente essa vivência que tentamos levar para o Pompeia. Desde sua origem, o espaço foi conceituado não somente como um espaço físico para a prática da gravura, mas um lugar destinado à reflexão de cada participante. Estudamos a gravura e sua história”, explica Evandro Jardim sobre o Ateliê, que tem a característica de ser livre e é frequentado por professores universitários, alunos e interessados em geral. “Lá há uma transmissão espontânea de conhecimento. E o Sesc nos propicia essa experiência fundamental”.
O artista guarda uma recordação querida que faz questão de mencionar, seu mestre na arte da gravura, o artista catalão Francesc Domingo (1893-1974), que viveu no Brasil e de quem foi orientando. “Ele está presente na Oficina de Gravura do Pompeia, a partir das informações que ele nos passou, na década de 70, está toda a fundamentação do curso”, finaliza.
Para Guilherme Leite Cunha, técnico responsável pelas Oficinas de Criatividade do Sesc Pompeia, “mais do que o grande artista da gravura brasileira, Evandro Carlos Jardim criou uma escola de pensamento sobre arte e sobre o ensino de arte no Brasil. Suas reflexões acerca da gravura e das artes visuais influenciaram gerações de artistas e professores. Seu modo de ensinar, fundamentado no diálogo democrático, na apurada observação e reflexão sobre as obras, e no respeito às poéticas individuais, se consagrou através de seu trabalho e de seus discípulos nas principais faculdades de artes, como a Usp, Faap e Belas Artes”.
Ainda de acordo com Guilherme, “esses princípios também nortearam a criação das Oficinas de Criatividade do Sesc Pompeia, propiciando aos interessados, a partir do fazer e de projetos pessoais, a aquisição de conhecimento e de experiência estética. Assim, entendemos ser muito importante celebrar essa trajetória, a do artista, do professor e de seus alunos. E tornar visível para a população esse modo de ver a arte e seu ensino, modo ao mesmo tempo generoso e crítico”.
Diálogos e debates
No ciclo de debates, grandes nomes da gravura em diferentes suportes (xilogravura, fotogravura, linoleogravura e gravura sobre metal), dialogam e refletem ao lado de Evandro Carlos Jardim sobre formas de ver, pensar e praticar o ensino das artes da gravura em um espaço livre de circulação de ideias e criação artística. Os diálogos acontecem aos sábados, de 23 de março a 20 de abril, das 15h às 18h e as inscrições devem ser feitas no dia, com 30 minutos de antecedência, no espaço das Oficinas de Criatividade.
Diálogo entre Evandro Carlos Jardim + Madalena Hashimoto - 6/04, sábado, das 15h às 18h
Madalena Hashimoto é professora doutora pela Universidade de São Paulo (Fflch), gravadora e pesquisadora de pintura e gravura japonesa do período Edo (1603-1868), gravuras que eram intimamente associadas às peças do teatro kabuki e às cenas do cotidiano. É uma das maiores conhecedores de gravura japonesa no Brasil. Organizou em dois volumes uma seleção de 155 gravuras ukiyo-e (termo que, traduzido para o português, significa “pintura do mundo flutuante”), pertencentes ao acervo do IMS. 16 anos.
Diálogo entre Evandro Carlos Jardim + Ernesto Bonato - 13/04, sábado, das 15h às 18h
Ernesto Bonato é gravador, curador, professor e mestre em poéticas visuais pela Eca-Usp. Em 1998 e 1999, foi professor de xilogravura no Atelier de Gravura do Museu Lasar Segall. Fundou em 1993 o Atelier Piratininga, um dos principais ateliês de xilogravura do país.
Diálogo entre Evandro Carlos Jardim + Marco Buti - 20/04, sábado, das 15h às 18h.
Marco Francesco Buti é gravador, desenhista e professor do Depto. de Artes Plásticas da Eca-Usp. Foi professor do Instituto de Artes da Unicamp, sendo um dos responsáveis pela montagem do ateliê de gravura. Recebeu o prêmio de gravura, em 1997, da Associação Paulista de Críticos de Arte (Apca) e, em 1999, recebeu o prêmio Internazionale di Biella per l'Incisione, em Biella, Itália.
Diálogo entre Evandro Carlos Jardim + Cláudio Mubarac – 27/04, sábado, das 15h às 18h
Claudio Mubarac é gravador e professor da Eca-Usp. Estudou gravura com Evandro Carlos Jardim e com Regina Silveira . Foi professor de gravura na Faap e coordenador do Atelier Livre de Gravura do Museu Lasar Segall. Freqüentou, como bolsista, o Atelier Tamarind Institute, nos Estados Unidos, o London Print Workshop, na Inglaterra, e o Civitella Ranieri Center, na Itália. Recebeu, em 1999, o prêmio Faap - Cité des Arts, e o prêmio pela melhor delegação internacional, na 23ª Bienal Internacional de Artes Gráficas de Liubliana. 16 anos.
Palestra "A História da Estampa" - 16/3 (sábado) das 15h às 18h
Nessa palestra, Claudio Mubarac irá abordar a história da estampa. Desde sua origem nos primeiros meios de comunicação até a sua utilização na forma de produto artístico, simbólico e expressivo, se constituindo na gravura moderna. 16 anos.