Vencedor do Prêmio Funarte de Arte Contemporânea de Artes Visuais, o artista expõe gigantografia de um dos ícones de São Paulo para discutir temas como o excesso de imagens e o voyerismo

Selecionada pelo programa Transatlântica e exposta em Madri no ano passado, durante o Festival Photoespaña no Instituto Cervantes, a gigantografia criada por Tuca Vieira ganha exposição em São Paulo. A partir de 19 de novembro, na Galeria Mario Schenberg da Funarte, V. se encontra na posição da seta apresenta a obra de mais de 5 metros da fachada posterior do Edifício Copan – menos conhecida do que a de brise-soleil e linhas curvas –, e detalhes selecionados e super-ampliados pelo artista.

Tuca Vieira propõe uma reflexão sobre temas contemporâneos como o excesso de imagens, voyerismo, mapeamento e tecnologia digital. “Tenho fascínio pela imagem do Copan e penso que o fotógrafo deve mostrar o que as pessoas não veem”, conta o fotógrafo, vencedor do Edital Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2013. “Na exposição, quis mostrar quantas fotografias podem haver dentro de uma só”, completa.

A gigantografia e? o resultado de uma composição de 105 fotografias digitais diferentes posteriormente fundidas em uma enorme imagem de mais de 5 metros em que se podem ver inu?meros detalhes invisi?veis a olho nu, como moradores trabalhando e objetos pessoais.

“O conceito de fragmentação e desconstrução esta? presente desde o princi?pio, já que o pro?prio edifi?cio e? uma construça?o e cada janela um fragmento”, diz Tuca. “Há um jogo de montagem e desmontagem dessa imagem, que é o próprio conceito do trabalho. Cabe ao observador compor e recompor o edifi?cio em sua imaginaça?o”.

O nome da mostra, V. se encontra na posição da seta, é uma referência ao mapa de localização luminoso logo a? entrada do edifício projetado na década de 50 pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

Tuca também participa da X Bienal de Arquitetura com a exposição O Espetáculo do Crescimento, no CCSP.

Sobre Tuca Vieira

Paulistano, trabalhou como fotojornalista de 2004 a 2009. Ganhou o Prêmio Porto Seguro, na categoria "São Paulo". Em 2011, realizou a exposição Berlinscapes, na Fauna Galeria, em São Paulo, e na 1500 Gallery, em Nova York. Desde 2002, desenvolve projetos pessoais relacionados com paisagens urbanas, arquitetura e urbanismo. Suas obras estão presentes nas coleções de grandes museus como MASP, Itaú Cultural e Kiyosato Museum of Photographic Arts (Japão), entre outros. Realizou exposições também em Brasília, Veneza, Londres, Madri, Berlim, Munique e Buenos Aires.