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A Galeria Estação completa 10 anos e dá inicio às comemorações com a inédita exposição de telas do artista mineiro Amadeu Luciano Lorenzato. Durante a abertura ocorrerá o lançamento em São Paulo do livro “Lorenzato”, de Maria Angélica Melendi.
Com curadoria do professor Laymert Garcia dos Santos, a mostra traz 36 obras garimpadas em leilões e coleções particulares pela galerista Vilma Eid.
Ainda pouco conhecida do público paulistano, a pintura de Lorenzato é produto de uma técnica muito própria, de difícil definição e resultado arrebatador. Para o curador, durante décadas, ele foi considerado um artista regional, um naif, ou um primitivo, muito embora não se reconhecesse como tal e preferisse se auto-qualificar como atual. "Talvez sua obra tenha sido vista nesses registros porque Lorenzato era autodidata, não se incluía em nenhum ismo, inexistia para o mercado de arte brasileiro e não reivindicava nenhuma escola ou tradição", afirma Laymert. O fato de ser pobre e de ter exercido diversos ofícios pouco nobres, sobretudo o de pintor de parede, potencializavam a sua marginalidade. "No entanto, o homem e a obra não se conformam aos clichês. pois na modéstia de sua vida e no compromisso de sua arte reside a grandeza”, ressalta o curador.
Suas elaboradas figurações exploram temas e alegorias que vão dos retratos às paisagens – o céu, o campo, a cidade, as árvores -, revelando apuro na combinação de cores e uma síntese na articulação dos elementos pelo pincel. Segundo o professor, outra marca de Lorenzato está no acabamento de suas pinturas, com o uso do pente sobre a tela, nunca de forma uniforme ou repetitiva, sempre trazendo movimento e textura às obras. O escultor Amílcar de Castro, que estimava o trabalho do artista, costumava dizer que, além de pintar muito bem, Lorenzato penteava a pintura. O ato de trabalhar com o pente "provoca movimento e vibração ao todo e às partes, bem como ao fundo e às figuras". O resultado é uma variedade de céus povoando as telas. "Neles o ar circula, ora levando-os para longe, para o fundo, criando distância, ora interpondo-se entre os diversos planos de montanhas”, completa Laymert.
Sobre o artista
Amadeo Luciano Lorenzato (Belo Horizonte, 1900 – Belo Horizonte, 1995) foi pintor de paredes, pedreiro e artista plástico. Filho de imigrantes italianos, foi educado na capital mineira e tornou-se pintor de parede. Com a epidemia da gripe espanhola que castigou a capital nos anos 20, a família de Lorenzato retornou à Itália onde o jovem frequentou a primeira escola especializada, a Real Academia de Arte, de Vicenza. Foi durante este período que o jovem artista conheceu e se encantou pela obra dos mestres do primeiro Renascimento.
Em Roma conheceu o caricaturista holandês Cornelius Keesman, com quem viajou pela Europa passando pela Bélgica e França, onde expandiu seu interesse e conhecimento sobre arte. Em 1948, voltou ao Brasil com a mulher e o filho e se instalou em Petrópolis, onde trabalhou como pintor. A partir de 1950, Lorenzato passa a viver e trabalhar em Belo Horizonte, na construção civil. Exerceu o ofício até 1956, quando teve uma perna fraturada em um acidente de trabalho. A partir daí, passou a se dedicar à pintura artística, que exercitou até a morte, em 1995. Realizou diversas exposições individuais e coletivas em museus e galerias de Belo Horizonte e possui obras nos acervos da Fundação Clóvis Salgado e Museu de Arte da Pampulha.
informações
Lorenzato, a grandeza da modéstia,
na Galeria Estação
abertura: 11 de março, às 19h (convidados)
Período da exposição de 11 de março à 11 de maio 2014, de segunda a sexta, das 11h às 19h, sábados das 11h às 15h.
mais informações no site da galeria.
Abstração, Óleo sobre tela, 48 x 39,5 cm, 1987.
Pintura de Amadeu Luciano Lorenzato
Casas e Árvores,Óleo sobre eucatex, 60 x 46cm, 1971.
Pintura de Amadeu Luciano Lorenzato