Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

newspaper

agenda cultural

Seleção contempla as diversas fases da produção de Larrain: o começo, fotografando nas ruas de Santiago, as viagens internacionais, o trabalho como correspondente internacional, o olhar amadurecido até sua precoce retirada em 1978

O IMS Paulista exibe, a partir de 27 de abril às 11h, uma retrospectiva de Sergio Larrain (1931-2012). A mostra traz um panorama da produção do fotógrafo chileno, conhecido por retratar a paisagem e, sobretudo, os habitantes de seu país e de tantos outros destinos por onde passou. A curadoria é de Agnès Sire, diretora artística da Fundação Henri Cartier-Bresson. No dia da inauguração (27), às 12h, a curadora realizará uma visita guiada pela mostra. O evento é gratuito e aberto ao público.

Intitulada Sergio Larrain: um retângulo na mão, a exposição apresenta mais de 140 fotografias, além de um vídeo feito pelo chileno e também desenhos, publicações, entre outros itens. A seleção contempla as diversas fases da produção de Larrain: o começo, fotografando crianças nas ruas de Santiago, as viagens internacionais, o trabalho como correspondente internacional pela Magnum na década de 1960, o olhar amadurecido de volta à terra natal, até sua precoce retirada, em 1978, quando opta por uma vida de isolamento.

A mostra foi exibida no Festival de Arles em 2013 e depois seguiu para diversas cidades chilenas e para Buenos Aires até chegar ao IMS Rio, no ano passado, desembarcando agora, em versão ampliada, no IMS Paulista. Nas exposições do IMS, a retrospectiva ganhou uma sala que recupera a atuação de Larrain na revista O Cruzeiro Internacional, entre 1957 e 1960. A pesquisa e a seleção das reportagens foi feita por Miguel Del Castillo, curador da biblioteca de fotografia do IMS Paulista, e Samuel Titan Jr., coordenador executivo cultural do IMS.

Lançada em 1957, O Cruzeiro Internacional era a versão internacional da revista ilustrada mais lida do Brasil de então, e foi publicada quinzenalmente pelos Diários Associados. Trazia reportagens e ensaios fotográficos, alguns traduzidos e outros feitos especialmente para a publicação, cujo objetivo era competir com a prestigiada Life no mercado latino-americano. A colaboração com o veículo foi um passo importante na carreira de Larrain, sendo seu primeiro emprego como fotógrafo freelance. Nesse período, o chileno desenvolveu seu estilo e o interesse pelo fotojornalismo, que o levaria, mais tarde, a se aproximar de Henri Cartier-Bresson (1908-2004) e se associar à famosa agência Magnum.

No acervo da revista, foram encontradas 12 reportagens de Larrain, seis delas com textos do próprio fotógrafo. As revistas originais, abertas nas páginas das matérias, e fac-símiles produzidos para a ocasião, serão exibidas na mostra. No conjunto, destaca-se o ensaio sobre Valparaíso, cidade chilena que ele viria a registrar diversas vezes, que posteriormente foi publicado no livro Valparaíso, lançado em 1991, com organização de Agnès Sire. Há também uma série de fotos coloridas, pouco vistas quando se exibe a produção do chileno, que costumava optar pelo preto e branco. Nessas imagens iniciais, já é possível identificar o estilo singular que marcaria a obra de Larrain.

“Suas fotos resistem a classificações: não se enquadram totalmente no novo fotojornalismo promovido pela Life ou mesmo pela Magnum, tampouco nos critérios fechados da fotografia moderna. Com ênfase no ser humano, seu ‘estilo’ era marcado por composições nada óbvias, em que o chão se faz muito presente, os horizontes aparecem muitas vezes inclinados, e figuras surgem desfocadas em primeiro plano, como a observar a foto que acontece atrás de si”, afirma Miguel Del Castillo.

Fotógrafo viajante, Larrain registrou inúmeros destinos com seu olhar singular. Na mostra, há imagens de países como França, Inglaterra, Peru, Bolívia e, claro, do Chile, que Larrain fotografou continuamente. Em seu país, registrou crianças de rua, cuja situação o deixava inquieto, a cidade de Santiago e a ilha de Chiloé. A série mais célebre, contudo, é sobre a cidade de Valparaíso, sua grande musa. É de lá a famosa foto das meninas descendo a escada na passagem Bavestrello, bem como a sequência feita no bordel Los Siete Espejos, retratando prostitutas, travestis e seus clientes, em surpreendentes planos e efeitos com os espelhos do local, que o fascinavam.

Seu trabalho mirava as particularidades de cada local, como pontua o escritor Roberto Bolaño (1953-2003), seu conterrâneo: “Tenho a impressão de que Larrain é o turista perfeito, o turista-medusa [...], a quem foi concedido um olhar que também é uma forma de se mover. Rápido, ágil, jovem e indefeso, Larrain observa a cidade que é um labirinto e, ao fazê-lo, também nos observa.”

Na mostra, também são exibidas publicações do fotógrafo chileno. Entre as obras, estão um exemplar fac-similar de El rectángulo en la mano (1963), fotolivro raro, com 17 fotografias e grampeado, e que dá nome à exposição. A seção também inclui exemplares de Sicile (1962) e Chili (1968), editados por uma coleção de viagem da Éditions Rencontre, e Una casa en la arena (1966), de Pablo Neruda – os três são ilustrados com fotos de Larrain –, além dos tardios Valparaíso e London 1958-1959, editado também por Sire, em colaboração com Martin Parr.

Entre as obras, também se destacam desenhos e fotografias tardias do artista, que as chamava de satori. São imagens de paisagens, interiores e naturezas-mortas, realizadas já durante seu exílio contemplativo.

Acompanha a mostra uma publicação em formato jornal, de distribuição gratuita, com textos de Agnès Sire, Jorge Schwartz, Miguel Del Castillo e Samuel Titan Jr., além de uma cronologia da vida do fotógrafo e uma carta que Larrain enviou ao sobrinho, ensinando os segredos de sua arte.

Sobre o fotógrafo

Sergio Larrain nasceu em 1931 na cidade de Santiago do Chile. De uma família da alta burguesia chilena, começou a estudar na Universidade de Michigan, nos EUA. Após uma viagem pela Europa e pelo Oriente Médio, decidiu atuar como fotógrafo freelance. Seu primeiro trabalho mais consistente foi para a revista O Cruzeiro Internacional, na qual publicou matérias entre 1957 e 1960. No fim da década de 1950, conheceu Henri Cartier-Bresson e se associou à famosa agência Magnum. No fim da década de 1960, ao entrar em contato com as ideias de filósofos orientais, começou a se afastar da prática da fotografia e da Magnum, realizando apenas fotos e publicações isoladas. A partir de 1978, passou a viver recluso no povoado de Tulahuén, no Chile, para se dedicar à meditação. Em fevereiro de 2012, faleceu em Tulahuén.

Sergio Larrain, Rua principal de Corleone, Sicília, Itália, 1959<br />Foto Sergio Larrain/Magnum Photos  [Website IMS Paulista]

Sergio Larrain, Rua principal de Corleone, Sicília, Itália, 1959
Foto Sergio Larrain/Magnum Photos [Website IMS Paulista]

Sergio Larrain: um retângulo na mão

happens
from 27/04/2019
to 25/08/2019

opening
27 de abril de 2019, sábado, às 11h

more
Visita guiada com Agnès Sire 27 de abril (sábado), às 12h Galeria 3 Entrada gratuita, sujeita a lotação

where
Instituto Moreira Salles São Paulo
Rua Piauí 844, 1º andar – Higienópolis
São Paulo SP
de terça a sexta-feira, das 13h às 19h; sábados e domingos, das 13h às 18h
fone (11) 3825.2560

source
Instituto Moreira Salles
São Paulo

share


© 2000–2025 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided