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Mostra ocorre na Casa de Vidro Lina Bo Bardi. Waldick Jatoba assina a curadoria
O Rodrigo Silveira é designer e trabalha com madeira desde 2005. Tão interessado no processo quanto no resultado, ele apresenta a partir do dia 2 de outubro, a exposição “Tipologia de uma segunda vida”, com 12 peças que constroem uma narrativa que começa no tombamento de uma árvore e termina no objeto produzido, um móvel para sentar-se. “Eu entendi que o trabalho não começa na oficina, mas na floresta, na transformação de um ser poderoso em uma peça subserviente”, conta ele. A exposição convida para uma reflexão sobre o meio ambiente e a forma de extrativismo atual.
Favorável ao manejo florestal sustentável comunitário, em que os recursos naturais são utilizados de maneira planejada e racional, colaborando com a preservação ambiental, a renovação da floresta, e o benefício para as comunidades ao seu entorno, Rodrigo conta sua história por meio das obras. Acompanhando o processo de extrativismo, imagina a sensação de sofrimento da árvore no caminho em que vira um móvel: “Qualquer tipo de extração tem um preço, muitas vezes pouco palpável e é este cenário que tento representar na mostra. Começo com um pedaço de floresta no chão, uma prancha de madeira, que ‘vai se levantando’ na obra seguinte, e seguinte, até chegar no objeto final, que é um assento”.
Para o curador Waldick Jatoba, “a exposição explora o processo manual e o conceito por trás de toda criação de Rodrigo Silveira. Mais do que produzir o objeto em si, seu pensamento está no processo.”
Em 2015, o designer levou à semana de design de Milão no Palácio Litta uma cadeira com um encosto de três metros de altura, com a ideia de dar a real dimensão da árvore para quem visse o objeto. “Da Árvore à Cadeira” fez parte de um projeto contínuo de experimentação conceitual a partir da premissa “os móveis são feitos de árvore”. Com uma produção comercial pequena, propositalmente, de cinco a dez peças mensais, Rodrigo reafirma agora o caminho que escolheu seguir, artesanal e constante preocupação com a durabilidade de suas criações, tanto no que se refere à qualidade da produção, quanto à atemporalidade dos seus desenhos. “As pessoas esquecem a árvore por trás do objeto presente em sua sala, por exemplo. Acredito que de forma mais literal, como no caso dessa exposição, consiga educar de alguma maneira quem estiver presente.”
A exposição marca a reabertura da Casa de Vidro como espaço expositivo para mostras temporárias, que ficou fechada desde março de 2020, devido à pandemia, e integra a programação da Semana de Design de São Paulo, que vai de 3 a 10 de outubro. O mobiliário de Rodrigo Silveira está presente em importantes coleções particulares de arte e design, e desde 2017 integra o acervo permanente do Museu de Arte de São Paulo (MASP).
Para mais informações sobre o designer, clique aqui.
Foto divulgação