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Dirigido por André Guerreiro Lopes e Rodrigo Campos, a produção acompanha as transformações criativas da mente de Siron Franco, um dos maiores artistas visuais brasileiros

Em março, dia 27, às 22h, vai ao ar no SescTV o documentário Siron. Tempo Sobre Tela (2019), dirigido por André Guerreiro Lopes e Rodrigo Campos. A produção traz pensamentos, memórias e revelações em um arquivo pessoal inédito, que destaca a personalidade inquieta e a mente criadora do artista Gesseron Alves Franco – mais conhecido como Siron Franco, onde fronteiras entre realidade, memória e sonho do pintor, escultor, ilustrador, desenhista se dissolvem. A produção também pode ser assistida no site do canal, gratuitamente e sem necessidade de cadastro.

Segundo André Guerreiro Lopes, que dirigiu o documentário com Rodrigo, além das gravações feitas originalmente por eles, foram presenteados com o acesso a um acervo enorme de vídeos gravados pelo próprio artista ao longo de toda sua carreira, começando no fim dos anos 1960. "É como encontrar, por um lado, um mapa do tesouro" comenta André sobre o material em vídeo, "e por outro lado saber que isso vai te dar muito, muito trabalho. E nós decidimos ser obsessivos. Nós assistimos todo o material. Todo. Nos dividimos, e foi um processo de ir buscando o que a gente não sabia o que era.”, explica o diretor.

O filme traz imagens de arquivo de diferentes épocas e visita o ateliê do artista em distintas fases de sua vida, revelando suas percepções sobre o próprio processo, seu flanar pelas cidades e uma mente criadora e inquieta. Durante um de seus processos criativos Siron comenta que se lembra muito mais das coisas que pintou do que viveu. “A presença física de estar executando um trabalho, envolve o passado, o presente e o futuro. Quanto eu pinto, faço um exercício de liberdade de meu próprio pensamento”. Segundo o artista é uma forma de não deixar o que fez no passado dominar o presente.

“Quando eu sonho todos os meus sentidos estão abertos, vejo tudo”. É assim que Siron explica a origem de vários quadros dos anos 1970, que nasceram de sonhos e pesadelos do artista, que tinha muito medo de sofrer tortura. São comuns seus processos de criação a partir de sonhos em que figuras o perseguiam. Durante a noite, ele lembra de tudo como se fosse um teatro. E nos anos 1970 e 1980, suas ideias eram de quem pensava uma cena de teatro. Após fazer 70 desenhos e deu-se conta da perda de tempo e começou a criar direto na tela.

O artista pontua que seu trabalho começa a nascer depois da exaustão, pois ele provoca essa exaustão trabalhando e o inconsciente entra, mas sua criação nasce no cansaço. “É o momento em que meus olhos casados começam a ver outra coisa, vem uma inspiração”, afirma Siron.

Durante o documentário, o artista comenta sobre a experiência de fazer retratos e pinta um de Ferreira Gullar. “Ele parecia uma índia no começo. Eu fui pintando e ele se transformando”, diz Siron. O filme traz imagens desse encontro entre os dois artistas que falam sobre seus processos de criação e observação das obras de arte. Ferreira Gullar admite que considera Siron um dos maiores pintores brasileiros de todos os tempos, especialmente pelo fato de permanecer fiel às suas origens em Goiás. “Siron após ser famoso não quis mudar para outro país, ele é fiel ao povo brasileiro. Esse é o diferencial dele, e me dá uma alegria muito grande”, afirma Ferreira Gullar.

O filme fala ainda sobre o processo de criação do Monumento das Nações Indígenas; sobre a série Em Nome de Deus em que Siron comenta que eram pinturas soterradas por imagens como uma arqueologia ao contrário, uma experiência de vida e religião. Siron também comenta sobre uma série obras que foi inspirada na tragédia com o Césio 137, um acidente nuclear em Goiânia. A criação aconteceu por conta da catarse gerada pelo acidente.

Siron Franco

Gesseron Alves Franco (1947), conhecido como Siron Franco, nasceu em Goiás Velho, Goiás, no dia 26 de julho de 1947. Em 1950, sua família se muda para Goiânia. Em 1960 Siron inicia o estudo de pintura com D.J. Oliveira e Cleber Gouvêa. A partir de 1962 se dedica ao desenho e recebe suas primeiras encomendas como desenhista gráfico. Em 1967 começa a ser contratado para fazer seus primeiros trabalhos como retratista.

Em 1967 realizou sua primeira exposição individual de desenhos no Hotel Bandeirantes. Em 1968 expôs três obras na Segunda Bienal da Bahia: “Cavalo de Tróia”, “Fim de Todos” e “Morte aos Primogênitos”. Em 1969 realizou sua segunda exposição individual na Fundação Cultural de Brasília. Em 1970 mudou-se para São Paulo, onde frequentou o ateliê de Bernardo Cid e Wakter Levy, integrando o grupo que organizou a exposição “Surrealismo e Arte Fantástica”, na galeria Seta.

Em 1971, Siron Franco retorna para Goiânia. Nesse mesmo ano, faz uma exposição individual no Rio de Janeiro. Em 1972, realizou uma individual na Galeria Porta do Sol, em Brasília. Foi convidado a participar do Primeiro Salão Global Primavera, em Brasília, quando é premiado com uma viagem para o México. Em 1973 suas obras são expostas na 12ª Bienal de São Paulo, quando foi premiado como o Melhor Pintor do Ano.

Entre 1992 e 1997, Siron Franco ilustrou diversos livros, como “O Desafio do Branco”, de Antônio Carlos Osório, “O Forasteiro”, de Walmir Ayala, e “Contos que Valem uma Fábula: História de Animais Animados”, de Katia Canton.

Siron Franco, que teve sua obra representada em inúmeras coletivas em todo o mundo, foi um dos artistas brasileiros mais premiados em salões e bienais. Em 2015, participou da exposição coletiva “Onde Anda a Onda”, no Museu Nacional de Brasília. Em 2016, realizou uma mostra na Galeria da Villa, em Gramado, no Rio Grande do Sul, onde ele apresentou 36 pinturas sobre papel produzidas nos últimos 20 anos.

Sobre o SescTV

O SescTV é um canal de difusão cultural do Sesc em São Paulo, distribuído gratuitamente, que tem como missão ampliar a ação do Sesc para todo o Brasil. Sua programação é constituída por espetáculos, documentários, filmes e entrevistas. As atrações apresentam shows gravados ao vivo com variadas expressões da música e da dança contemporânea. Documentários sobre artes visuais, teatro e sociedade abordam nomes, fatos e ideias da cultura brasileira em conexão com temas universais. Ciclos temáticos de filmes e programas de entrevistas sobre literatura, cinema e outras linguagens artísticas também estão presentes na programação.

Serviço

O Universo Graciliano
Estreia: 27/3, sábado, às 22h.
Classificação indicativa: 10 anos.
Direção: André Guerreiro Lopes e Rodrigo Campos.
Produção: Pandora Filmes e Pacto Filmes.

<br />Foto divulgação


Foto divulgação

SescTV

source
Imprensa Sesc
São Paulo

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