Rodrigo Brotero Lefèvre e a vanguarda da arquitetura no Brasil
Rodrigo Brotero Lefèvre e a vanguarda da arquitetura no Brasil
Miguel Antonio Buzzar
Edições Sesc SP, São Paulo; 1ª edição, 2019
edition: português
paperback
312 p
23 x 23 cm
illustrated
fullcolor
photos
drawings
ISBN
9788594930996
about the book
Ao preocupar-se com a valorização de saberes e com as condições de trabalho nos canteiros de obra, Lefèvre imprimiu às edificações uma visão de sociedade, cultura e economia à frente de seu tempo.
A partir das décadas de 1950 e 1960, no ambiente altamente politizado que foi o da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU USP, gerou-se um debate sobre a dimensão política da arquitetura. Parte desse contexto, o arquiteto paulista Rodrigo Brotero Lefèvre impregnou sua obra com questões da função social do arquiteto, assim como a reflexão sobre o lugar da arquitetura no processo de desenvolvimento do país.
Em Rodrigo Brotero Lefèvre e a vanguarda da arquitetura no Brasil, Miguel Antonio Buzzar apresenta a integralidade da arquitetura desenvolvida por Lefèvre, que ao longo da sua trajetória procurou traduzir em edificações – e no processo de erguê-las – uma visão de sociedade, cultura e economia à frente de seu tempo.
Formado em 1962 pela FAU USP, Lefèvre foi professor de história da arquitetura contemporânea nessa mesma faculdade até 1981. Lecionou também na FAU-Santos, na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, na FAU da PUC Campinas e na École Nationale Supérieure d’Architecture de Grenoble (França). Realizou diversas obras públicas, onde concretizou seu ideal de habitação social. Entre elas, a sede do DNER em Brasília, os ambulatórios do Hospital das Clínicas em São Paulo e estudos para um sistema de saneamento na Guiné-Bissau.
Arquitetura Nova e o ideal de habitação social
Juntamente com Sérgio Ferro e Flávio Império (1935-85), Lefèvre integrou o grupo Arquitetura Nova, que rompeu com a chamada Escola Paulista de arquitetura, liderada por Vilanova Artigas (1915-85), devido a divergências quanto ao papel social da arquitetura.
O grupo criticou, em especial, o projeto de modernização do país promovido pelo governo Juscelino Kubitschek e exemplificado pela construção de Brasília. As péssimas condições de trabalho nas obras da futura capital, representativas da construção civil no país, levaram os arquitetos a repensar os padrões de produção da arquitetura no Brasil, visando a superação das desigualdades.
Desta forma, os integrantes do grupo Arquitetura Nova pregavam relações menos hierarquizadas entre os profissionais no canteiro de obras e a incorporação de materiais típicos da construção popular, como a alvenaria de tijolos, aliados a elementos pré-fabricados, a fim de racionalizar e baratear a produção.
Ao mesmo tempo que o processo favorecia a atividade de autoconstrução, contribuindo para a emancipação das camadas populares que produziam suas próprias moradias, o resultado era esteticamente arrojado e condizente com os preceitos da arquitetura moderna.
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Miguel Antonio Buzzar