Virginia Artigas
Virginia Artigas
Histórias de arte e política
Rosa Artigas
Terceiro Nome, São Paulo; 1ª edição, 2019
Prefácio de Paulo Markun
edition: português
paperback
288 p
23 x 23 cm
illustrated
fullcolor
drawings
ISBN
9788578162849
about the book
Virgínia Artigas, com papel e tinta, e Rosa Artigas, com as palavras, tecem uma história que, mais do que centrada na militância política e na atuação profissional de Virgínia como artista plástica, passa pela importância de sua presença na formação de jovens envolvidos com o movimento operário e a resistência durante a ditadura civil-militar brasileira.
Com seu marido, o arquiteto João Batista Vilanova Artigas, Virgínia viveu num momento doloroso da história brasileira. Depois de superar sua infância pobre e sua educação formal conturbada, lutou ao lado do marido e de companheiros contra a opressão e a brutalidade dessa época dramática. Sempre atenta aos acontecimentos, ela fez do desenho e da gravura as suas linguagens preferidas. Mas suas histórias, aqui reunidas e contadas por Rosa, sua filha, iluminam a vida dessa grande mulher, além de criarem um mosaico de fatos que dão significados muitas vezes inesperados ao cotidiano do século 20.
Um dos cenários principais das histórias são as duas casas projetadas por Artigas para ele e sua família. Tanto a primeira casa, de 1943 – a “casinha”, como a chamavam – como a segunda casa, construída no mesmo terreno, em 1949, pertencem ao patrimônio da cultura arquitetônica modernista de São Paulo e são tombadas pelo Condephaat e pelo Conpresp. Neste sentido, o livro também aborda a história e origem das casas, sua relação com o bairro do Campo Belo e com a cidade de São Paulo. Desvenda um cotidiano de 50 anos de vida nesses espaços tão especiais e interessantes para historiadores, arquitetos e designers. Ilumina a intimidade no interior das casas e o projeto bastante peculiar de modernidade vivido por seus moradores e frequentadores, ilustres personagens deste livro.
sobre Virgínia Camargo Artigas
Virgínia Camargo Artigas nasceu em São Carlos (SP, Brasil), em 27 de novembro de 1915, e faleceu em São Paulo, em 19 de setembro de 1990. Desde criança demonstrou interesse pelo desenho e pelas artes e, por meio deles, traçou seu caminho. Na juventude, entrou em contato com os artistas modernistas que, na década de 1940, se reuniam no palacete Santa Helena, em São Paulo. Foi entre eles que conheceu seu companheiro, o arquiteto João Vilanova Artigas, com quem também compartilhou a militância nos movimentos de resistência à ditadura Vargas e à ditadura civil-militar brasileira.
Sua produção artística desenvolveu-se estreitamente ligada à atuação como ilustradora nos movimentos populares. Virgínia desenhou para diversos jornais e revistas. Ilustrou folhetins literários encartados naquelas publicações e também colaborou com desenhos e cartazes para o movimento feminino. No começo dos anos 1960, produziu séries de xilogravuras e esculturas em terracota e dedicou-se à pintura. Participou de exposições, mas nunca circulou, de fato, no mercado de arte. Durante o regime militar, no pós-1964, sua família foi diretamente atingida pela repressão, dada a atuação de Vilanova Artigas nos meios intelectuais e o processo político movido contra ele na Universidade de São Paulo, que resultaram em sua prisão e exílio. Virgínia foi sua companheira em todo o processo, como também amiga e conselheira de muitos jovens que atuavam na resistência ao regime e que ainda hoje evocam a sua importância para a formação artística, política e intelectual que vivenciaram.
about the author
Rosa Artigas
Historiadora, professora na Escola da Cidade e doutoranda em história social no Departamento de História da FFLCH/USP. Foi diretora da Oficina da Palavra Casa Mário de Andrade da Secretaria de Estado da Cultura.