Política e arquitetura
Política e arquitetura
Por um urbanismo do comum e ecofeminista
Josep Maria Montaner and Zaida Muxí Martinez
Olhares, São Paulo; 1ª edição, 2022
edition: português
paperback
244 p
15 x 21 cm
about the book
Uma reflexão sobre sua própria participação em administrações municipais de Barcelona e a análise de uma série de outras experiências em locais diversos são o ponto de partida de Josep Montaner e Zaida Muxi para revisar os postulados sociais e políticos da arquitetura e do urbanismo contemporaneous em Política e arquitetura: por um urbanismo do comum e ecofeminista. As ameaças trazidas pelas mudanças da dinâmica urbana e as possibilidades práticas de adaptar projetos habitacionais, urbanísticos, de convívio e produção aos interesses do bem comum são debatidos sob o prisma de novas maneiras de fazer política, que incluem as alternativas locais, os modelos participativos, o feminismo e a atenção ao ambiente como componentes centrais.
Trecho do prefácio de Raquel Rolnik
“O ponto de partida consiste em que o bem comum deve ser o valor primordial para uma alternativa local, que enfrente o poder hegemônico do neoliberalismo. Mas os autores perguntam: “É de fato uma alternativa real da esquerda e dos movimentos anticapitalistas capaz de confrontar a crise atual?”. Esta pergunta atravessa várias temáticas, que aparecem no livro, os desafios que a gestão da cidade real deve enfrentar: a tecnificação e a uberização, a turistificação, a crise habitacional, a gentrificação, os movimentos Nimby e as armadilhas da participação, os desafios de escala e da diversidade de sujeitos. Para cada uma dessas problemáticas – que são também capítulos do livro – são apresentadas as propostas para enfrentá-las, bem como tudo aquilo que apesar de ter sido proposto não foi possível de ser implementado – em função, entre outros motivos, da dependência de atribuições e competências de outros níveis de governo (da Generalitat de Catalunha e do Estado espanhol).”
Trecho do livro
“A faceta política na arquitetura está relacionada à maneira como ela se posiciona em relação às estratégias dos diferentes poderes que regulam nossa vida e em relação aos agentes sociais, à cidadania e, especialmente, aos setores que sofrem mais desigualdade. Ainda que seja pela negação, na prática, cada arquiteta ou arquiteto reflete uma posição política. E a visão política na arquitetura sempre tem a ver com o papel que se dá às pessoas, à participação e à intervenção dos cidadãos, com o tipo de tecnologia adotada e o respeito pelo contexto.
Se o predomínio do neoliberalismo impulsionou as figuras midiáticas dos arquitetos do poder (Norman Foster, Jean Nouvel, Santiago Calatrava), desde a crise da mudança de século, o ambientalismo tem ganhado relevância, tanto entre as figuras reconhecidas (Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal, Shigeru Ban, Anna Heringer) como entre as gerações jovens que se organizam de maneira mais coletiva e menos personalista.
Uma das alternativas emergentes é a da arquitetura e do urbanismo dos “comuns”, que vai além da tendência estatista e exclusivista do público e, em face do predomínio do individualismo e da financeirização de tudo, propõem recuperar os espaços de cooperação social na gestão dos recursos comuns, um controle de mão dupla, entre cidadãos e governo.”
about the authors
Josep Maria Montaner
Arquiteto, escritor e professor da Faculdade de Arquitetura de Barcelona. Foi professor convidado em várias universidades europeias e latino-americanas.
Zaida Muxí Martinez
Arquitecta por la Universidad de Buenos Aires. Ha obtenido su Doctorado por la Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Sevilla. Actualmente es profesora lectora de Urbanismo de la Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona.