about the book

Com base na análise de representações visuais da várzea do Carmo – porção da várzea do rio Tamanduateí entre o núcleo antigo da cidade de São Paulo e o povoado do Brás –, o livro trata das transformações urbanas dessa região conhecida como Parque Dom Pedro II, analisando seu entorno, as pessoas, a infraestrutura, a ocupação do espaço e o comércio que ali existia entre as décadas de 1890 e 1960.

A obra de Vanessa Costa Ribeiro reúne mais de 200 imagens do parque Dom Pedro, de modo que, a partir da observação delas, o leitor é levado a reconstruir por meio do olhar a complexa trama de relações urbanas que permeavam a várzea e o parque entre os séculos 19 e 20. Mesmo que tais espaços tenham sido definidos coletivamente, isso se deu de maneira plural e diversa, já que as hierarquias que atravessavam a sociedade na época transparecem com clareza nas imagens reunidas, sinalizando uma várzea e um parque em constante disputa pelos diferentes segmentos sociais e agentes políticos da cidade.

“Por meio de análise de imagens, de bibliografia especializada e da realização de entrevistas com antigos moradores da várzea do Carmo, a autora desenvolve, nos capítulos que abordam distintas camadas de memória consolidadas sobre o logradouro, um estudo fundamental para trabalhos futuros sobre aspectos arquitetônicos, ideológicos e culturais da história da capital paulista”.
Danilo Santos de Miranda – Diretor Regional do Sesc São Paulo

Dividido em três grandes capítulos, e contendo mapas, anexos, cronologia e relação de descritores aplicados, a autora nos presenteia com um amplo estudo sobre representação espacial, humana e social, apontando ferramentas importantes para que mais análises do gênero sejam feitas por historiadores, pesquisadores, geógrafos, arquitetos, estudantes e interessados no tema.

Além disso, notícias de jornal, entrevistas, álbuns fotográficos privados, iconografia de viajantes, cartões-postais e pinturas também formam o corpo documental deste livro, permitindo que observemos os muitos parques Dom Pedro que a capital paulista experimentou, construiu e, infelizmente, também destruiu. De um pantanoso local de passagem a ser vencido, a várzea do Carmo tornou-se parte do desejo de europeizar a cidade, emulando os jardins românticos de Paris até tornar-se uma moldura privilegiada de um centro que concentrava os mais importantes arranha-céus da metrópole, que já seguia com fervor a verticalização norte-americana.

Sobre a autora

Vanessa Costa Ribeiro é mestre em história social pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de história com ênfase em cultura visual, pesquisando principalmente as temáticas sobre São Paulo, fotografia, imaginário urbano e educação em museus. Atualmente, coordena as equipes de assistentes de pesquisa, conservação e educação envolvidas no projeto expográfico para a reabertura do Museu do Ipiranga, prevista para o mês de setembro. É consultora em pesquisas de imaginário urbano, fotografia, organização de documentação museológica e estratégias digitais em museus, instituições culturais e teatros.

about the author

Vanessa Costa Ribeiro

how to quote

RIBEIRO, Vanessa Costa. Várzea do Carmo a Parque Dom Pedro II. De atributo natural a artefato. São Paulo, Edições Sesc SP, 2021.

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