about the book

Contrariamente à concepção corrente, os portugueses inquestionavelmente planejaram e construíram novas vilas e aldeias no Brasil-colônia. Essas novas aglomerações urbanas supervisionadas, que eram também núcleos civilizatórios, na sua maioria foram criadas no sertão brasileiro, uma área imensa que no século XVIII ganhava uma importância cada vez maior e que a administração real portuguesa esperava controlar por meio de um plano diretor de largo alcance.

A importância desses núcleos urbanos para a história do Brasil não deveria ser subestimada. Muito pertinentemente, este livro demonstra que os novos núcleos-modelo portugueses foram muito mais que meros exercícios de estética: eles evoluíram para um programa amplo que visava a reformar a própria cultura brasileira. As ruas e edificações foram regulamentadas, mas isso não foi tudo: esperava-se que as pessoas que iam viver ali ajustassem o seu modus vivendi aos novos padrões. Dessarte, o alto grau de retilinearidade que caracterizava aquelas composições arquitetônicas era considerado um símbolo de beleza e sofisticação, bem como de “civilidade e progresso”. Reproduzir as formas e maneiras da “Europa refinada”, tida como modelo ideal, era o objetivo dos portugueses. Até que grau eles conseguiram realizar isso constitui o objeto do presente texto e das várias dúzias de plantas e mapas inclusos.

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Roberta Marx Delson

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DELSON, Roberta Marx. Novas vilas para o Brasil-Colônia. Planejamento espacial e social no sec XVIII. Brasília, Edições Alva, 1997.

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