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drops ISSN 2175-6716

abstracts

português
A primeira edição Seminário de Arquitetura Moderna – SAMA discutiu a proteção do patrimônio arquitetônico moderno na região, focando sua atenção sobre a obra em risco de Severiano Mario Porto.

how to quote

CERETO, Marcos. Amazônia moderna. A criação do Seminário de Arquitetura Moderna na Amazônia – SAMA. Drops, São Paulo, ano 16, n. 102.01, Vitruvius, mar. 2016 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/17.102/5951>.



A Amazônia é um dos temas mais discutidos na atualidade. Curiosamente, sabe-se pouco sobre a modernidade amazônica pela falta de eventos específicos e consequente baixa produção científica. Com dimensões continentais e complicada logística aéreo-rodoviária, as capitais amazônicas são distantes e pouco conectadas. Além dessas particularidades, são novos os cursos de Arquitetura e Urbanismo nas universidades. A UFPA foge a regra e foi  pioneira na região com o início do curso em 1964. Novos cursos surgiram na década de 90 com a UFT (1993), Uema (1994) e UFMT (1995) e somente no novo milênio os cursos da Unifap (2004), UFRR (2006) e UFAM (2010). Acre e Rondônia ainda não possuem cursos em universidade pública. A Amazônia Legal abrange a Região Norte e os estados do Maranhão e Mato Grosso. Além do Brasil, parte da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Essa capilaridade do bioma indica caminhos promissores para o fomento à pesquisa e investigação conjunta com os países vizinhos.

O Seminário de Arquitetura Moderna na Amazônia – SAMA (1) surgiu pela necessidade do encontro, da aproximação, trocas e pela discussão sobre a divulgação e preservação do patrimônio moderno na Amazônia. Os seminários ocorrerão anualmente em formato itinerante, para incentivar e ampliar a participação dos pesquisadores das universidades e para construção de redes de pesquisa. Moderna por natureza, a Amazônia brasileira teve a sua ocupação impulsionada pela inauguração da nova capital com participação decisiva dos arquitetos peregrinos (2) que trouxeram a modernidade latente dos centros formadores para os distantes rincões com uma interpretação particular. Os cursos de Arquitetura e Urbanismo da Amazônia também foram formados por professores peregrinos e migrantes que concluíram sua formação no Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Belém, Recife e Rio Grande do Sul e construíram os novos cursos com uma variedade representativa e salutar dos diferentes centros de formação.

O primeiro seminário – I SAMA ocorreu nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro de 2016 na Ufam em Manaus com visitas técnicas, conferências, sessões temáticas e comunicações científicas. Entre as conferências, “Modernidades na Amazônia” de Hugo Segawa, professor da USP, “Arquitetura indígena” de José Afonso Botura Portocarrero, professor da UFMT, e “Intervenções no patrimônio moderno: duas casas de Severiano Porto” do arquiteto Roberto Moita. Nas comunicações científicas, sugestivas reflexões sobre a modernidade em Manaus, Barreirinha, Cuiabá, Boa Vista, Palmas, Belém, Macapá e Serra do Navio que introduziu novos protagonistas e também aprofundou o conhecimento nos reconhecidos. As sessões temáticas tiveram discussões sobre: o panorama da arquitetura moderna nos estados da Amazônia (com José Alberto Tostes (Unifap), Celma Chaves (UFPA), Ricardo Silveira Castor (UFMT), Patrícia Orfila Barros dos Reis (UFT), e Felipe Melo de Souza (UFRR); a vanguarda artística no Amazonas nos anos 1940-1970, com Luciane Páscoa (UEA), Marcio Aguiar (UFAM), e o artista plástico Anibal Turenko Beça; e a vanguarda arquitetônica no século 21, com os arquitetos Vitor Pessoa, Laurent Troost, Marcelo Borborema e Roberto Moita. A programação completa e mais detalhes do evento estão disponíveis no site do evento (3).

A última sessão do I SAMA teve como temática a Lei n. 312 de 18 de fevereiro de 2016 que dispõe sobre o Tombamento Estadual de 29 obras de Severiano Porto. O debate ocorreu no dia do aniversário do arquiteto e contou com a participação do deputado estadual Bosco Saraiva, autor da proposta, e dos arquitetos Pedro Paulo Cordeiro, coordenador da comissão do CAU/AM, e Almir de Oliveira, Superintendente do Iphan/AM. As obras tombadas pelo estado do Amazonas são: Aldeia SOS do Amazonas, Banco da Amazônia – Basa, Bosque Clube, Casa de Cultura em Manacapuru, Casa de Cultura em Itacoatiara, CPA em Balbina, CPRM, Condomínio Parque Residência, Reservatórios da Cosama, Vila Olímpica do Estado do Amazonas, DNPVN, Edifício Aracoara, Hotel em Silves, IBDF/Ibama, Igreja em Iranduba, Inpa, Olímpico Clube, Residência Robert Schuster, SENAI Carvalho Leal, Senai Distrito Industrial, Sesi Clube do Trabalhador, Sesi São Jorge, Sede da Suframa, Teleamazon – Av. Getulio Vargas, Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, Campus da Ufam, Escola de Enfermagem da Ufam, Fórum Henoch Reis e Vila Balbina.

No encerramento do seminário foi redigida e aprovada uma Carta Aberta do I SAMA com o lançamento da campanha #salvevilabalbina. O Centro de Proteção Ambiental em Balbina foi projetado por Severiano Porto, Mario Emílio Ribeiro e Luiz Monken e encontra-se em ruínas (4). A Direção do Campus Universitário de Palmas formalizou a proposta para sediar o II SAMA na UFT em 2017 e foi aprovado pelos presentes. A Unifap demonstrou interesse em receber o III SAMA na cidade de Serra do Navio em 2018. As conexões estão estabelecidas, as distâncias diminuíram e a Amazônia moderna existe.

notas

1
I SAMA – Seminário de Arquitetura Moderna na Amazônia, Universidade Federal do Amazonas, 17 a 19 de fevereiro de 2016.

2
Hugo Segawa cita “Arquitetos peregrinos, nômades e migrantes” em Arquiteturas do Brasil 1900-1990”publicado em 1999.

3
I Seminário de Arquitetura Moderna na Amazônia, website oficial <www.arquiteturamodernanaamazonia.weebly.com>.

4
Sobre a visita a Balbina, ver: PARTICIPANTES DO EVENTO, I SAMA. Carta aberta do I Seminário de Arquitetura Moderna na Amazônia – SAMA. Pela proteção da obra do arquiteto Severiano Mario Porto. Minha Cidade, São Paulo, ano 16, n. 188.02, Vitruvius, mar. 2016 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/16.188/5950>.

sobre o autor

Marcos Cereto, arquiteto, professor da UFAM e Coordenador do I SAMA.

Conferência Hugo Segawa
Foto Claudia Helena Campos Nascimento

Conferência José Afonso Portocarrero
Foto Claudia Helena Campos Nascimento

 

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