Cidades em transformação
Cidades em transformação
Rio de Janeiro, Buenos Aires, Cidade do Cabo, Nova York, Londres, Havana
Ephim Shluger and Miriam Danowski (Orgs.)
Edições de Janeiro, Rio de Janeiro; 1ª edição, 2014
Autores dos artigos: Jorge Wilheim, Hugo Barreto, Rodolfo Torres e Luciane Gorgulho, Jorge Arraes e Alberto Silva, Washington Fajardo, Ana Carmem Alvarenga, Cezar Vasquez, Miguel Jurado, Alfredo Garay, Fernando Cavallieri, Laurine Platsky,
edition: português
paperback
304 p
26 x 21 cm
illustrated
fullcolor
photos
ISBN
978-85-67854-18-2
about the book
Autores dos artigos: Jorge Wilheim, Hugo Barreto, Rodolfo Torres e Luciane Gorgulho, Jorge Arraes e Alberto Silva, Washington Fajardo, Ana Carmem Alvarenga, Cezar Vasquez, Miguel Jurado, Alfredo Garay, Fernando Cavallieri, Laurine Platsky, Lance Jay Brown, Shawn Amsler, Achva B. Stein, Dan Epstein e Eduardo Gonzalez.
Este livro enfoca experiências de seis cidades portuárias (Nova York, Londres, Cidade do Cabo,Havana, Buenos Aires e Rio de Janeiro), que se dispuseram a enfrentar os desafios de renovação de seus centros históricos e de áreas portuárias, com o propósito de reverter os processos de esvaziamento e degradação. Em geral, essas dinâmicas foram resultado dos modelos de urbanização espraiada, com ênfase no automóvel privado e, também, dos processos de regionalização e globalização. A nova divisão internacional de trabalho deslocou os centros de produção e as trocas comerciais ganharam ímpeto, pela acelerada revolução dos meios de comunicação e de transporte, simultaneamente ao lento e irrevogável desaparecimento das fronteiras nacionais. Desenhou-se uma nova geografia das centralidades globais, enquanto outros centros antigos entraram em processos irreversíveis de estagnação.
A antiga urbe mercantil, transformada em cidade-metrópole industrial, viria a sofrer novas transformações, até tornar-se parte da rede de cidades globais. Se, por um lado, as taxas de seu crescimento populacional desaceleraram, alterando o perfil da população, ao mesmo tempo profundas mutações ocorreram em sua base econômica, com a prevalência do setor de prestação de serviços e com a oferta diferenciada de produtos em escala planetária, induzida por fluxos de capital financeiro e transferência de tecnologia. As cidades assumem o papel de protagonistas e passam a disputar entre si a primazia de atrair fluxos de investimentos institucionais e privados.
Convém observar que esses movimentos de renovação portuária emergem, tanto durante surtos de crescimento econômico, como durante ciclos de recessão econômica – neste caso, como medidas de políticas e programas de estímulo anticíclicos. Esses processos têm contribuído para a revalorização das áreas centrais das grandes cidades, tanto do ponto de vista econômico como do sociocultural, com a consequente adaptação dos antigos bens patrimoniais às novas funções, com a reutilização dos equipamentos e estruturas industriais subutilizados ou desativados, com o reaproveitamento de estruturas remanescentes de equipamentos de transporte ferroviário, armazéns e serviços portuários de carga e terminais de passageiros. Esse acervo patrimonial preexistente ganha expressão e importância numa nova etapa, em que as cidades e o seu downtown buscam recuperar a identidade histórica, relançada para novas funções, em sintonia com as novas dinâmicas urbanas do século XXI.
Na prática, podemos constatar a relação direta entre a redução de atividades econômicas em centros urbanos e a progressiva deterioração do seu tecido socioambiental. Por outro lado, ações de requalificação urbana, ao recuperar seus bairros tradicionais para novas funções, podem reverter declínio nesse processo e irradiar seus efeitos positivos para outras áreas da cidade.
O propósito deste livro é suscitar, a partir das experiências relatadas, o compartilhamento e a reflexão sobre as especificidades desses projetos de intervenção, nas práticas de planejamento urbano, na formulação dos planos financeiros, na participação das comunidades envolvidas, na conjugação de ações entre o setor público e o privado, na maneira pela qual cada cultura lida com o patrimônio histórico e arquitetônico pretérito, sempre muito presente nessas áreas centrais.
about the author
Ephim Shluger
Arquiteto (FAU UFRJ), mestre em Desenho Urbano (Harvard School of Design). Integrou os quadros do Unicef e do Banco Mundial em vários países. No Brasil, presidiu o Instituto de Planejamento do Rio de Janeiro, atual Instituto Pereira Passos.
Miriam Danowski
Arquiteta (FAU UFRJ) e mestre em Planejamento Urbano e Regional (COPPE UFRJ). Atuou nas áreas de planejamento na FUNDREM RMRJ e Secretaria de Urbanismo da Prefeitura de Búzios. Integra a OKNO e atua na SPU-RJ, Ministério do Planejamento.