O cigano visionário
O cigano visionário
Vida e obra de Franz Liszt
Lauro Machado Coelho
Algol, São Paulo; 1ª edição, 2009
original title: Lauro Machado Coelho
Índice onomástico, capa com gravura original de Klara Kaiser Mori
edition: português
paperback
512 p
15 x 23 cm
ISBN
978-85-60187-19-5
about the book
Autor de “Anna, a Voz da Rússia”, uma biografia da poetisa russa Anna Akhmátova, publicado anteriormente pela Algol Editora, Lauro Machado Coelho inicia com esta nova obra uma série de biografias de compositores eruditos que, apesar da importância de suas obras, têm sido encarados com certo desdém pela crítica moderna. Estão previstos para comparecer nessa série, Berlioz, Bruckner, Bartók, Mendelsohn e Sibelius.
Durante muito tempo, teve-se de Liszt a imagem pré-fabricada, transmitida mecanicamente de um musicólogo ou historiador para outro, de que ele não tinha passado de um pianista que também compunha. Mas Lauro mostra que esse estado de coisas deve pertencer ao passado. Franz Liszt é o homem de gênio que praticou os mais diversos gêneros musicais, sempre de uma maneira muito livre, sempre repensando as estruturas tradicionais com a mais desenvolta criatividade. O catálogo de suas composições eleva-se a 768 itens.
É o homem, cujo gênio não excluía um quase vulgar exibicionismo; que misturava sensualidade e misticismo; que era de uma generosidade assombrosa, mas podia ser, ao mesmo tempo, vaidoso, arrogante e caprichoso. Mas que, sobretudo, era de uma incansável dedicação à tarefa, por vezes árdua, de impor ao gosto do público o talento de seus contemporâneos: Chopin, Berlioz, Schumann e, principalmente, Richard Wagner. Era profundamente religioso, mas a sua visão da missão da Igreja aproxima-se muito do catolicismo progressista de hoje em dia. Numa época em que o anti-semitismo era muito comum em toda a Europa – e estava, inclusive, fortemente arraigado em pessoas que lhe eram muito próximas – não há, em seus escritos ou em sua vida, nenhum indício de que tivesse qualquer tipo de discriminação de raça, crença ou maneira de pensar.
Quando Liszt morreu, em 1886, era o último sobrevivente de uma grande geração romântica formada por Berlioz, Chopin, Schumann, Mendelssohn, Wagner.
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Lauro Machado Coelho