Visitar coberturas e terraços dos antigos (e novos) edifícios nas áreas centrais das grandes cidades é sempre uma grande atração turística. Não é o caso de São Paulo, onde, em geral, os ícones arquitetônicos são vedados ao turismo.
Quem organiza passeios pelo centro de São Paulo não consegue justificar aos ávidos visitantes a razão da impossibilidade de observar a cidade de seus pontos marcantes ou de adentrar aos edifícios de excepcional valor arquitetônico. Nos finais de semana e feriados a situação fica ainda pior, pois as portas das instituições públicas e privadas estão sempre fechadas, e o “centro velho” fica morto nos “dias inúteis”, ou seja, os dias ideais para o turismo.
Dentre diversos possíveis, listamos alguns exemplos significativos das impossibilidades e/ou dificuldades de acesso ao turista:
Edifício Altino Arantes – antiga sede do Banespa, hoje Banco Santander, concebido à semelhança do Empire State Building, foi durante muito tempo o edifício mais alto da cidade. A visita ao terraço é aberta no horário bancário, nos dias de semana, mas fecha nos finais de semana e feriados. Para honrar o auto-elogio de “banco das idéias”, a instituição – que comprou um dos maiores símbolos da cidade – precisa ter uma que permita aos turistas visitarem seu terraço com maior facilidade.
Edifício Banco de São Paulo – prédio em estilo art-decô, sede da Secretaria de Lazer Esportes e Turismo do governo estadual. O hall do térreo, com uma central de informações, é acessível nos dias de semana, mas o resto da edificação só é possível ser admirada da rua.
Edifício Martinelli – tido como primeiro arranha-céu da América Latina, é atualmente ocupado por secretarias e departamentos da Prefeitura de São Paulo. Não é aberto à visitação, nem mesmo o maravilhoso terraço restaurado recentemente.
Edifício dos Correios – projeto do Escritório Ramos de Azevedo, edifício neoclássico construído no Vale do Anhangabaú para ser a Agência Central dos Correios e Telégrafos em São Paulo. Deveria ser um centro cultural, com projeto vencedor de concurso nacional de arquitetura do escritório UNA, mas também só abre nos dias de semana. Nos finais de semana pode-se entrar no hall – que é o acesso para a agência de plantão –, mas o acesso às exposições no mezanino é vetado.