"Mas o rio não corre para trás.
O rio corre para sempre.
O rio corre para sempre e nunca mais".
Bia Hetzel, O Menino e o Tempo
Este é um ensaio sobre a faculdade da escrita de guardar e transformar em memória o que o olhar capta e as palavras narram; como essa fixação do visto promovida pelo ato de escrever recria e se perpetua pela leitura. Interessam-nos, sobretudo, as características que aproximam a leitura literária da leitura de paisagens, na medida em que ambas são percorridas por um olhar marcado por uma relação de reciprocidade. A paisagem que olhamos é a que nos olha, da mesma forma que o livro que lemos nos lê. Para fundamentar essa relação dialogaremos inicialmente com algumas ideias expostas por Walter Benjamin, pela historiadora Françoise Choay e pelo escritor Italo Calvino.
Leituras sobre memória
Benjamim ao comentar a obra fundamental de Marcel Proust, A la Recherche du Temps Perdu, afirma que o importante para o autor que rememora “não é o que ele viveu, mas o tecido de sua rememoração, o trabalho de Penélope da reminiscência. (E se pergunta:) "Ou seria melhor falar do trabalho de Penélope do esquecimento?". Contemporizando, nos lembra: "Cada dia, com suas ações intencionais e, mais ainda, com suas reminiscências intencionais, desfaz os fios, os ornamentos do olvido". Nisso reside para Benjamin o porquê de Proust ter transformado seus dias em noites, de modo a não ser interrompido, e assim não deixar evadir nenhum "dos arabescos entrelaçados" (1) (dos fios da memória).
Tomando o sentido de tecido que a palavra texto tinha para os romanos, Benjamim afirma que nenhum texto é mais tecido e de forma mais densa que aquele de Proust, em cujo método de trabalho "a lei do esquecimento se exercia também no interior da obra" (2). Por essas e outras razões dessa ordem, é que Benjamin considera que somente Proust fez do século 19 um século para memorialistas.
Na compreensão de Flávio Kothe, Benjamin privilegia imagens formadas por Charles Baudelaire a respeito da visão de história e da poesia do poeta francês, "como se elas condensassem toda uma época em um pequeno e nítido cristal, a imagem viva da época em miniatura" (3).
Compreendida assim, ao lermos Baudelaire, lemos a memória dessa época a fulgurar no "pequeno e nítido cristal" a que se refere Kothe. Há que observar, porém, que a Paris em que viveu Baudelaire coexistia com uma ininterrupta e rápida mudança; era a Paris da emergência da modernidade. Para Benjamin, a marca ostentada por essa cidade é a da transitoriedade e, em sua visão dela e de Baudelaire, nesse poeta "o conceito de caducidade da grande metrópole está na origem da perenidade dos poemas que escreveu sobre Paris" (4).
Lembremos, a título de mera e rápida contextualização, que essa é a Paris coetânea do projeto de urbanização de Haussmann, cuja obra, de avassaladoras dimensões para a escala da cidade, se inicia em 1859. No ritmo do tropo da cidade, Baudelaire irá se aproximar do personagem das ruas por excelência, o flanêur, e investido desse olhar, flagrará na Paris que muda o instante fugaz que lhe revela uma passante, que talvez nunca mais irá nessa cidade encontrar. Assim, dirá do rápido decurso do tempo na modernidade insurgente.
Essa memória que a poesia de Baudelaire reteve em meio à transformação da cidade, nos remete à noção de memória que evoca a competência humana de transformar o espaço construído, de edificar e, por esse registro construído, dizer de seu tempo. Assim como faz o poeta ao perenizar, com suas palavras, esse repertório construído. Nesses termos é que Françoise Choay, concedendo uma dimensão fundadora à capacidade de edificar, a relaciona à linguagem:
"Por analogia, e para postular sua dimensão fundamental e fundadora, chamarei de competência de edificar a capacidade de articular entre si e seu contexto, com a mediação do corpo humano, elementos cheios ou vazios, solidários e jamais autônomos, cujo desdobramento na superfície da terra e na duração tem um sentido tanto para aquele que edifica quanto para aquele que habita, assim como tem sentido o desdobramento dos signos da linguagem, de forma integrada e indissociável, no espaço sonoro e na duração, para aquele que fala e para aquele que ouve" (5).
Choay considera a competência de edificar como fundante e refundante da relação dos seres humanos com o mundo natural e com as regras transcendentes que os unem entre si. À aprendizagem da palavra, essa historiadora relaciona a aprendizagem da edificação, também ela investida do corpo, da presença de todo o organismo; ambas tendo ainda em comum o fato de serem professadas por adultos e pelas instituições. Além das analogias expostas, são também elucidativas, do ponto de vista da memória, as diferenças entre os registros da palavra e da edificação quanto à vulnerabilidade que as coteja.
No respeitante a tal vulnerabilidade, Choay sinaliza para a improbabilidade de catástrofes que ameacem a linguagem na atualidade; por outro lado, a competência de edificar lhe parece declinar consoante ao avanço da afirmação da hegemonia mundial das redes técnicas no circuito de realimentação promotor de uma nova civilização (6). A historiadora, no entanto, assevera a importância da língua e do ato de construir como duas formas de acomodação dos seres humanos no mundo, que se autorrefletem.
Nesse sentido, é especialmente interessante a lembrança da etimologia da palavra monumento, por Choay: a palavra provém do latim monumentum, o qual, derivando de monere (advertir, lembrar), significa aquilo que traz algo à lembrança. Dessa forma, tem o monumento um propósito de natureza essencialmente afetiva. "O monumento assegura, acalma, tranquiliza, conjurando o ser do tempo. Ele constitui uma garantia das origens e dissipa a inquietação gerada pela incerteza dos começos" (7).
Essa visão da memória construída pela competência de edificar, assegurando-nos certa tranquilidade por meio dos monumentos, em muito nos lembra uma escrita urbana, uma poética do lugar, o que de novo nos remete à visão poética da paisagem que almejamos defender neste ensaio. Nossa perspectiva é a de, com olhar poético, flagrar na paisagem os elementos que melhor a sintetizam, sendo por isso constitutivos de uma memória do lugar.
De nossa parte, acreditamos na poesia como uma instância da linguagem literária capaz de sensibilizar o homem para as questões da paisagem natural, construída e humana, pela "presentificação" dessas na síntese que caracteriza a estrutura da poesia. Uma memória que a poesia cristaliza sem reter o rio do tempo, que jamais corre para trás, mas nele pescando, garimpando o que é mais significativo para fundar uma memória poética.
Nossa compreensão aqui, não é, portanto, somente a da memória do poeta, tomada na acepção de uma função psíquica, como a que dela nos oferece a do Vocabulário técnico e crítico da Filosofia: "Função psíquica que consiste na reprodução de um estado de consciência passado com característica de ser reconhecido como tal pelo sujeito" (8). Mas sim a da memória que essa poesia capta do lugar, tomada como uma memória literária. Nessa acepção, concordamos com Calvino, autor que nos oferece preciosa analogia entre a literatura e a condição memorialística das vidas humanas:
"Quem é cada um de nós senão uma combinatória de experiências, de informações, de leituras, de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as maneiras possíveis" (9).
Seguindo sua concepção, podemos concluir que, dado o poder de sintetização da poesia, sua evocação da memória do lugar se valerá sempre das imagens mais pungentes desse lugar, oferecendo-nos uma súmula preciosa dos elementos formadores da paisagem e as respectivas sensações por eles suscitadas nos poetas. Essa reflexão é referenciada na rapidez e concisão que caracterizam o estilo poético, que agradam pelos motivos que Calvino nos expõe claramente:
"Porque apresentam à alma uma turba de ideias simultâneas, ou cuja sucessão é tão rápida que parecem simultâneas, e fazem a alma ondular numa tal abundância de pensamento, imagens ou sensações espirituais, que ela ou não consegue abraçá-las todas de uma vez nem inteiramente a cada uma, ou não tem tempo de permanecer ociosa e desprovida de sensações. A força do estilo poético, que em grande parte se identifica com a rapidez, não nos deleita senão por esses efeitos, e não consiste senão disso" (10).
Entendemos que essas características da poesia são extensíveis a uma ideia de paisagem como figuração poética. Para melhor nos aproximarmos dessa sabedoria poética e podermos ler a paisagem na poesia, tentamos empreender uma conceituação de poesia e das conotações de poético e de poéticas, o que passamos a apresentar no tópico que se segue.
Poesia e poéticas
"O poema
é sem matéria palpável
tudo
o que há nele
é barulho
quando rumoreja
ao sopro da leitura".
Ferreira Gullar, Barulho
Antes de passarmos à abordagem da ideia de poesia propriamente, cumpre-nos declarar que a síntese que a caracteriza foi uma determinante para nossa opção por ela, como território para explorar suas vinculações com a memória da paisagem. Sem pretendermos enveredar pela complexidade filosófica das ideias de síntese – e de seu oposto, a análise – faremos tão somente uma breve distinção, interessante para os propósitos de nossa abordagem.
A síntese, tomada em sentido geral, é uma "composição; ato de colocar em conjunto diversos elementos, dados de início separadamente, e de uni-los num todo". Metodologicamente, a síntese parte das mais simples noções ou proposições, para as mais compostas; ou ainda, das “proposições certas para outras proposições que são a sua consequência necessária”. Igualmente, a síntese é: "Operação pela qual se remonta dos pormenores ao conjunto; visão geral que resulta desta operação”. = Contrariamente, a análise é "1.º resolução, solução regressiva; 2.º decomposição". Entre os sentidos relacionados à ideia de decomposição por Lalande, destacamos: "Decomposição de um todo em suas partes, quer materialmente [...], quer idealmente: A definição é a análise de um conceito". Consequentemente, segundo esse autor, a análise é “todo método ou estudo que comporta um exame discursivo" mesmo que este venha a dar numa síntese, tomada na acepção de "visão geral" (11).
Entre os sentidos relacionados à ideia de resolução, a análise "consiste em estabelecer uma cadeia de proposições começando na que queremos demonstrar e acabando numa proposição conhecida". Tomando essa acepção de análise, e comparando-a com a síntese em relação ao ordenamento das proposições, da premissa à consequência, este autor nomeia a análise como regressão, e, a síntese, como progressão.
Nesses termos, em seu modo de trabalho, a poesia se nos apresenta como síntese por criar-se, tal como a construção arquitetônica, das partes para a culminação do todo. Nessa criação, a linguagem participa de forma a evitar excessos e extensões desnecessárias. Dessa maneira, uma vez pronta, a poesia afigura-se como um conjunto sintético em sua constituição e forma. Sendo uma síntese, a poesia oferta-nos uma súmula daquilo sobre o que se debruça, sem decompô-lo, sem analisá-lo. Assim é que se nos afigura como território ideal para uma memória da paisagem, porquanto nos apresentará, dentre os atributos dessa, os que melhor a sintetizam. Acreditamos que a poesia a isso atinge, por ser ela a expressão de uma leitura da paisagem pelo olhar que busca a síntese, o olhar do poeta.
Tal como a paisagem, que não se deixa abarcar por definição única, a poesia tampouco se submete a conceito unívoco. Em suas origens históricas, como contextualizado por Massaud Moisés, a poesia está na base do pensamento estético, com Platão e Aristótoles. Foi interpretada, no curso do tempo, por visões concernentes à epistemologia, à ética, à linguagem. Dentro dessa última interpretação, tem sido estudada vigorosamente até os dias atuais, notadamente pelas investigações que recebeu de Wordsworth e Coleridge no Romantismo.
Ainda no respeitante à linguagem, Moisés destaca o pioneirismo de I. A. Richards, no século passado, que teve seguimento nas pesquisas da Estilística, do Formalismo Russo, do new-criticism anglo-norte-americano, do Estruturalismo e da Semiótica. Contudo, embora tão amplamente pesquisada, a poesia persiste irredutível a definições. Para dizer com Massaud Moisés, "No curso da História, teorias e doutrinas sem conta têm sido apresentadas, no afã de emprestar clareza e definição a um terreno infenso a toda sistematização".
Outra semelhança que a poesia guarda com a paisagem é a sua faculdade de expressar o ser humano, sendo ele a um só tempo sujeito e objeto da poesia. Novamente dizendo com Massaud Moisés:
"A poesia corresponderia à expressão do 'eu' por intermédio de metáforas ou vocábulos polivalentes: o 'eu' do poeta, matriz do seu comportamento como artista, se volta para si próprio, adota não só a categoria 'sujeito', que lhe é inerente, mas também a de 'objeto'; portanto, introverte-se, autoanalisa-se, faz-se espetáculo e espectador ao mesmo tempo, como se perante um espelho" (12).
Essas semelhanças conduzem-nos a uma abordagem das acepções de poesia que subsidiam nossa concepção da paisagem como uma poética visual.
Etimologia, acepções correntes, e a paisagem como poética visual
Começando pela etimologia da palavra poesia, Steiner (13) remete-nos à sua origem grega em poiesis, como "ação de fazer algo", numa definição que a caracteriza como um ato. Na língua portuguesa, a palavra poesia recebe tanto a acepção de “arte de escrever em verso – na qual está clara a noção de ato – quanto o resultado dessa atividade em si mesmo: uma composição em versos.
Em geral, nos sentidos que lhes são atribuídos pelos dicionários, a poesia é apresentada como uma composição cujo conteúdo exibe uma visão emocional e/ou conceitual no trato de ideias, sentimentos, impressões, sendo, na maioria das vezes, manifestadas via associações imagéticas. Num sentido figurado, ou por extensão, a poesia recebe também sentidos como entusiasmo criador, inspiração, encanto, atrativo.
Recebe, ainda, acepções que a vinculam com o que desperta o sentimento do belo; que excita a alma; o que há de comovente nas pessoas ou coisas. Precisamente segundo essas últimas acepções, é que pensamos ser possível falar da paisagem em termos de sua carga poética. Essa constatação provém do fato de que a paisagem, por suas características físicas, morfológicas, e por suas próprias condições narrativas e figurativas, pode despertar o sentimento do belo, e assim, inclusive, se fazer inspiradora da composição literária de poesias.
Parece-nos que podemos corroborar essa constatação inquirindo os sentidos do termo "poético". Etimologicamente, "poético" comporta, entre outras significações, as de: “aquilo que tem a virtude de criar”; inventivo; engenhoso. Na definição que lhe é atribuída pelos dicionários, trata-se de um adjetivo que designa aquilo que encerra poesia, ou qualidades, características dela – sendo assim, algo inspirador.
No lastro dessa acepção, podemos adjetivar uma paisagem de poética. Mais ainda, no caso específico deste ensaio, em que são valorizadas as características figurativas da paisagem, essa noção nos permite atribuir à paisagem o epíteto de uma poética visual; tanto porque privilegiaremos os aspectos que revelam a visualidade paisagística, quanto porque optamos, neste nosso ensaio, por uma poesia eminentemente visual, como é a de João Cabral de Melo Neto, pernambucano da cidade do Recife.
Outras acepções são encontradas no território da compreensão semiótica. O Dicionário de Semiótica de Greimas e Courtés menciona a formulação de R. Jakobsen, que distingue entre as principais funções da linguagem, a função poética, a qual define como "a ênfase [...] posta na mensagem, por si mesma". Esse dicionário apresenta a seguinte conclusão:
"Precisa-se, assim, o estatuto paradoxal do discurso poético: sintaxicamente, é um discurso abstrato, comparável por isso aos discursos praticados na lógica e nas matemáticas; semanticamente, é um discurso figurativo e, como tal, garantia de uma forte eficiência comunicativa Não surpreende, pois, que o efeito de sentido que dele se depreende seja, como no caso do discurso sagrado, o da verdade" (14).
Grifamos a parte relativa à conotação semântica por sua referência ao discurso poético como figurativo, aspecto ao qual esse dicionário tributa a eficiência comunicativa desse discurso. Exatamente nessas características, encontramos uma validação de nossa proposta de leitura da paisagem na poesia, posto que, por sua expressividade figurativa e sua linguagem sintética, nos permite compreender os valores da paisagem que a inspiraram. Mais ainda, sendo nossa intenção evidenciar essa capacidade de expressar a paisagem, justamente por esse aspecto figurativo de sua semântica, exemplificamos com um poeta cuja poesia se caracteriza pela mais absoluta insistência em perseguir a imagem precisa: João Cabral de Melo Neto. Eis um poema seu que forma uma memória do Recife:
Coisas de Cabeceira, Recife
1
Diversas coisas se alinham na memória
numa prateleira com o rótulo: Recife.
Coisas como de cabeceira da memória,
a um tempo coisas e no próprio índice;
e pois que em índice: densas, recortadas,
bem legíveis, em suas formas simples.
2
Algumas delas, e fora as já contadas:
o cobogó, cristal do número quatro;
os paralelepípedos de algumas ruas,
de linhas elegantes mas grão áspero;
a empena dos telhados, quinas agudas
como se também para cortar, telhados;
os sobrados, paginados em romancero,
várias colunas por fólio, imprensados.
(Coisas de cabeceira, firmando módulos:
assim, o do vulto esguio dos sobrados) (15).
João Cabral de Melo Neto
Assim como é o poeta quem nos revela quais aspectos da paisagem recifense constelam a sua memória dessa cidade, o próprio reconhece que há nessa memória um matiz particular, reconhecível tão somente por ele mesmo.
"Em quase tudo de que escreve,
como se ainda lá estivesse,
há um Pernambuco que nenhum
pernambucano reconhece" (16).
Considerações finais
A isso que se refere o poema acima, consideramos uma sábia característica da poesia: saber relatar os aspectos da paisagem que são partilháveis e reconhecíveis por uma coletividade, mas também, distinguir aqueles que, dentro do todo percebido, configuram uma paisagem íntima.
Acreditamos que a paisagem, mais que infundiosa da memória do poeta, e de sua obra, foi o estruturante mesmo da própria forma lhana e exata com que João Cabral deu-nos a vê-la. Daquela paisagem franca sob lúcida copa celeste incoam, pois, a visibilidade, a exatidão, a lucidez do modo cabralino de dar a ver, da própria constituição de sua poética.
Uma poética que, concernindo tanto à lucidez e à realidade, jamais se permite a fabulação, a fantasia, e sobretudo, em momento algum deixa transparecer qualquer idealização da paisagem. Ao contrário, toma-a em sua cabal realidade e assim no-la entrega. Precisamente essa sua não-idealização da paisagem será, pois, a lição primeira que a poética cabralina concede-nos para a compreensão, expressão e projetação da paisagem.
Além de encarar tão realisticamente a paisagem, endereçando-a um olhar poético, buscando nela mesma os elementos de sua síntese, o poeta dá-nos a vê-la por linguagem acurada, precisa na expressão de sua lucidez. Assim o consegue, pelo investimento de um olhar detido e aliado de seu denodo em buscar as mais verdadeiras ideias e palavras para expressá-la. Desse modo, decifra-a, e então pondera, planeja a forma que melhor dê-nos, leitores, a vê-la.
notas 1
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. São Paulo, Companhia das Letras, 1985. p. 37.
2
Idem, ibidem, p. 37.
3
KOTHE, Flávio. Walter Benjamin: Sociologia. São Paulo, Ática, 1991, p. 19.
4
Idem ibidem, p. 107.
5
CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo, Unesp, 2001, p. 250.
6
Idem, ibidem, p. 251.
7
Idem, ibidem, p. 18.
8
LALANDE, André. Vocabulário técnico e crítico da Filosofia. São Paulo, Martins Fontes, 1999, p. 662.
9
CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio: lições americanas. São Paulo, Companhia das Letras, 1991, p. 138.
10
Idem, ibidem, p. 55.
11
LALANDE, André. Op. cit., nota VII, p. 60 et passim.
12
MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo, Cultrix, 2002, p. 405.
13
STEINER, George. Nenhuma paixão desperdiçada: ensaios. Rio de Janeiro, Record, 2001.
14
GREIMAS, Algirdas Julien; COURTÉS, Joseph. Dicionário de semiótica. São Paulo, Editora Contexto, p. 340. Grifo do autor.
15
MELO NETO, João Cabral de. A educação pela pedra. Madri/ São Paulo, Alfaguara /Objetiva. 1999, p. 337.
16
Idem, ibidem, p. 532.
sobre a autora Eliane Lordello é arquiteta e urbanista (UFES, 1991), mestre em Arquitetura na área de Teoria e Projeto (UFRJ, 2003), doutora em Desenvolvimento Urbano na área de Conservação Integrada (UFPE, 2008). Arquiteta e urbanista da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo.