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research

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architectourism ISSN 1982-9930

Pavilhão da Bienal, Parque do Ibirapuera, São Paulo. Foto Victor Hugo Mori

abstracts

português
O aumento no número de animais em abrigos municipais é alarmante. Este estudo visa analisar as condições às quais estes animais são submetidos, arquitetonicamente, através do estudo de caso na Sociedade Juizforense de Proteção Animal, em Juiz de Fora/MG.

english
The increase in the number of animals in municipal shelters is alarming. This study aims to analyze the conditions to which these animals are subjected, architecturally, through the case study in the Juizforense Society for Animal Protection.

español
El aumento del número de animales en los refugios municipales es alarmante. Este estudio tiene como objetivo analizar las condiciones a las que están sometidos estos animales, arquitectónicamente, a través del caso de estudio en SJPA, en Juiz de Fora MG.


how to quote

ALMEIDA, Karla Carvalho de; MACHADO, Ernani Simplício. Abrigo de animais em Juiz de Fora. Sobre a Sociedade Juizforense de Proteção Animal. Arquiteturismo, São Paulo, ano 16, n. 185.01, Vitruvius, ago. 2022 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/16.185/8720>.


O estudo sobre a qualidade do lugar em abrigos de animais resulta do desejo de unir os conhecimentos adquiridos ao longo da formação em Arquitetura e Urbanismo a uma causa socioambiental que exige estudo e aprofundamento. Essa ponderação tem como objetivo contribuir para a qualidade arquitetônica de abrigos para animais em situação de vulnerabilidade.

Apresenta-se como objeto de estudo a Sociedade Juizforense de Proteção Animal (SJPA), localizada na BR040, na cidade de Juiz de Fora MG. A instituição consiste em uma organização não governamental – ONG sem fins lucrativos, que abriga e conduz à adoção animais em situação de rua desde o ano de 1986. Frequentemente, são realizadas feiras municipais de adoção com esse objetivo.

Atualmente, a ONG abriga mais de quinhentos animais resgatados, entre cães e gatos. Os custos são arcados através de doações, e os salários dos três funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana – Demlurb, que trabalham no abrigo são concedidos pelo poder público. A presidente e fundadora do abrigo, Maria Elisa Souza, trabalha pela causa animal há mais de trinta anos; e organiza campanhas de arrecadação de fundos que viabilizam a compra de ração, vacinas, cirurgias, material de limpeza, energia, combustível e eventuais reformas no espaço.

Arquitetonicamente, é regularizada perante à Prefeitura de Juiz de Fora e se encontra de acordo com as normas urbanas vigentes.

A metodologia se dá pela análise pós ocupação – APO investigação multidisciplinar e sistematizada de edificações ou ambientes construídos após a sua ocupação e utilização.

Tal análise foi realizada através do walkthrough – método desenvolvido por Kevin Lynch e realizado pela primeira vez em 1960, em Boston, e se deu através de um trajeto na edificação registrado por fotografias e plantas-baixa esquemáticas, associados a entrevistas com os usuários e análise crítica de cada ambiente.

Levantamento arquitetônico: SJPA

A SJPA localiza-se em um entorno de rodovia com pouca urbanização, e possui um terreno de aproximadamente 3.000 metros quadrados, como demonstrado na figura 01.

Através do instrumento metodológico walkthrough, apresentado anteriormente, foi analisada a edificação, em relação à sua arquitetura, abordando funcionalidade, conforto, estética, alinhamento com as normas vigentes, entre outros – registrando graficamente. O percurso foi guiado pela presidente do abrigo, Maria Elisa Souza.

Na figura seguinte, consta a setorização atual do abrigo, elaborada pelos autores.

Sociedade Juizforense de Proteção Animal, setorização, sem escala, Juiz de Fora MG
Desenho Karla Carvalho de Almeida / Ernani Simplício Machado, 2019

O acesso principal se dá pela BR040, havendo uma pequena área entre dois portões onde os cães resgatados de situação de vulnerabilidade são deixados.

Sociedade Juizforense de Proteção Animal, acesso, Juiz de Fora MG
Foto Karla Carvalho de Almeida / Ernani Simplício Machado, 2019

Ao entrar no terreno, à direita encontram-se canis limitados apenas por telas, como ilustrado na figura seguinte.

Sociedade Juizforense de Proteção Animal, canis, Juiz de Fora MG
Foto Karla Carvalho de Almeida / Ernani Simplício Machado, 2019

Adiante, está situada a área de serviço, com uma varanda onde ocorre a recepção de possíveis adotantes – com dois canis na lateral –, uma pequena cozinha, banheiro, e sala cirúrgica. As figuras seguintes ilustram a varanda que funciona como recepção.

Sociedade Juizforense de Proteção Animal, bloco de serviço, Juiz de Fora MG
Foto Karla Carvalho de Almeida / Ernani Simplício Machado, 2019

Passando pela área de serviço, é possível ter acesso ao gatil e ao restante dos canis, como ilustrado pelas figuras seguintes.

Sociedade Juizforense de Proteção Animal, gatil, Juiz de Fora MG
Foto Karla Carvalho de Almeida / Ernani Simplício Machado, 2019

O restante do terreno é dividido apenas entre canis, localizados mais internamente no abrigo – alguns limitados por telas e outros por alvenaria, como ilustrado na figura seguinte.

Sociedade Juizforense de Proteção Animal, canis, Juiz de Fora MG
Foto Karla Carvalho de Almeida / Ernani Simplício Machado, 2019

O abrigo foi construído de forma informal, e frequentemente passa por reformas irregulares, construção de anexos e ampliação da área de canis, devido ao número crescente de animais. Alguns animais, com comportamento pacífico, permanecem soltos na área central do abrigo, devido à falta de baias que atendem ao crescente número de animais.

Sociedade Juizforense de Proteção Animal, canis e animais soltos, Juiz de Fora MG
Foto Karla Carvalho de Almeida / Ernani Simplício Machado, 2019

Em relação ao conforto térmico e lumínico, existem algumas áreas que recebem pouca ou nenhuma incidência solar ao longo do dia; tampouco ventilação cruzada, gerando um ambiente escuro e úmido para os animais que lá estão abrigados - por não possuírem janelas ou aberturas suficientes. Os canis que mais se encaixam nessa situação são sinalizados na imagem seguinte.

Sociedade Juizforense de Proteção Animal, áreas com pouca ou nenhuma incidência solar, Juiz de Fora MG
Foto Karla Carvalho de Almeida / Ernani Simplício Machado, 2019

Conclusão

Pela análise do percurso walkthrough, concluímos que o abrigo não possui parte dos ambientes necessários a uma setorização de qualidade, de acordo com as normas vigentes. O conforto ambiental também é precário, devido à insalubridade de alguns cômodos. Através das entrevistas realizadas, foi solicitado entre os participantes, principalmente, maior distribuição de mangueiras e água para facilitar a limpeza e a dessedentação dos animais; além de revelarem que, apesar das condições precárias do abrigo, os funcionários se mostram conformados com a situação atual, de forma geral, apresentando queixas pontuais – como a já citada escassez de água e falta de verba para manter a alimentação dos animais.

O crescente número de animais em situação de rua demonstra a necessidade de políticas públicas que favoreçam os abrigos de animais, a fim de proporcionar uma existência digna e confortável a esses seres. Além disso, é importante uma mudança na mentalidade da população – que comumente ainda os abandona –, através de campanhas de conscientização sobre a responsabilidade que acompanha a posse de um animal: os necessários compromissos de castração, de cuidados com saúde, de moradia segura, alimentação saudável, lazer, atenção, entre outros.

A pesquisa focou no levantamento arquitetônico da SJPA; nas normas que orientam esse tipo de construção e nas intenções projetuais para o caso em questão. A aplicação da metodologia de APO nas visitas exploratórias possibilitou a análise do local, concluindo que a SJPA necessita de uma reforma que leve em consideração os requisitos mínimos para o bom funcionamento de um abrigo de animais.

As entrevistas mostraram, principalmente, a necessidade de um projeto de captação de águas pluviais no abrigo da SJPA. O trajeto walkthrough expôs a importância de uma estrutura arquitetônica otimizada, com área de isolamento para portadores de cinomose, conforto ambiental em todos os ambientes, área de serviço e atendimento veterinário de acordo com as normas, área de lazer para os cães, entre outros.

sobre os autores

Karla Carvalho de Almeida é arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF, 2020), e pós graduanda em Arquitetura da Paisagem pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas). Atua em linha de pesquisa sobre conexões ecológicas em Juiz de Fora e infraestrutura verde.

Ernani Simplício Machado é arquiteto e urbanista pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF, 2001), mestre em arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 2006) e doutor em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 2012). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Juiz de Fora.

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