A entrevista abaixo é parte da pesquisa sobre Moradia e Vida Urbana na cultura de artistas e arquitetos contemporâneos, que teve início em setembro de 2014, como parte das atividades desenvolvidas na Universidade do Texas em Austin, na qualidade de professor/pesquisador visitante do programa CAPES/Fulbright
O ponto de partida da pesquisa é a constatação do fim de dois aspectos cruciais da cultura moderna, presentes ao longo dos debates dos CIAM:
- a questão da moradia, em geral, e, em particular a questão da habitação e
- o relacionamento da arquitetura com as demais artes, a questão da síntese das artes ou da integração.
Da agenda da cultura arquitetônica de vanguarda, o tema da habitação passou para assunto apenas de política pública. Já o problema da síntese das artes parece superado, na medida em que, desde os anos sessenta do século passado, assistimos a uma crescente afirmação e autonomização do campo das artes, sobretudo das artes visuais em relação ao dos arquitetos.
Diante destas constatações, colocamos como questão de pesquisa:
Existiriam novas causas, preocupações ou atribuições de responsabilidade social por parte da nova cultura arquitetônica? Como se estabelece o novo relacionamento entre artistas e arquitetos contemporâneos? Apesar da autonomização dos campos, seria possível verificar elementos comuns às culturas de ambos os campos profissionais? Em que medida estes elementos evidenciariam preocupações de ordem social?
A partir da nossa observação e como aponta a entrevista que nos concedeu o professor Wang, erige-se uma hipótese para a primeira questão. De fato, malgrado a polivalência do termo, uma preocupação parece rondar a cultura arquitetônica: a sustentabilidade.