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português
As técnicas sustentáveis de drenagem buscam minimizar e até mesmo evitar a ocorrência de desastres provocados pela alta impermeabilização do solo.
english
Sustainable drainage techniques seek to minimize and even prevent the occurrence of disasters caused by high soil sealing.
GUTIERREZ, Adriana Idalina Rojas; RAMOS, Ivanete Carpes. Drenagem urbana sustentável. Minha Cidade, São Paulo, ano 21, n. 241.01, Vitruvius, ago. 2020 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/21.241/7863>.
O avanço da urbanização desencadeia exorbitantes taxas de impermeabilização do solo, e consequentemente o aumento do volume de escoamento superficial na macrodrenagem.
Entretanto, a solução encontrada pelos administradores públicos para mitigar os impactos desencadeados pelo aumento da vazão, ocorre através da retificação dos cursos d’água, e representa aumento na velocidade de escoamento, deslocando o “problema” de drenagem à jusante (fundo de vale), sem resolver a causa das inundações e alagamentos urbanos, cada vez mais frequente em cidades brasileiras.
Tendo em vista, que a falta de controle na ocupação à montante provoque aumento da vazão, e a necessidade de ampliar o canal, tal saída acaba tornando-se inviável pela carência de espaço disponível.
Consequentemente, o incentivo à ocupação de suas margens e o aumento das áreas impermeabilizadas a montante ocasiona acúmulo das águas nas áreas a jusante, provocando novas enchentes. Após a execução das obras de drenagem a problemática é maior, já que não existe faixa de permeabilidade considerável em suas margens.
A partir da mudança de paradigma existente, ou seja, o incentivo as práticas sustentáveis em drenagem em detrimento às milionárias obras de macrodrenagem, a população sente-se capaz de transformar a paisagem urbana positivamente. As designações para as técnicas sustentáveis em drenagem urbana (1), que surgiram e são amplamente utilizadas em países desenvolvidos, são:
a) BMP – Best Management Practices;
b) LID – Low Impact Development;
c) SUDS – Sustainable Urban Drainage systems;
d) WSUD – Water Sensitive Urban Design;
e) GI – Green Infrastructure.
Dentre os dispositivos recomendados pelas referidas técnicas: microrreservatório, pavimento permeável, poço de infiltração, jardim de chuva, faixa gramada, vala de infiltração, trincheira de infiltração e telhado verde, os quais, realizam o controle na fonte, contribuem para a retenção no lote, evitando assim inundações a jusante.
Além da execução dos sistemas de drenagem sustentável em áreas públicas e particulares, os projetos de infraestrutura devem ser eficientes, abaixo medidas estruturais e não-estruturais a serem ponderadas para um planejamento urbano verdadeiramente sustentável:
a) estímulo a concepção de parques, reservas e zonas ambientais imprescindíveis para a preservação dos cursos d’água, áreas de recarga do lençol e ampliação da permeabilidade. As áreas verdes interligadas formam corredores ecológicos urbanos que contribuem efetivamente para a qualidade de vida urbana;
b) monitoramento e restrição à ocupação das áreas alagáveis;
c) incentivos fiscais para os imóveis com sistemas de retenção, detenção, infiltração e reuso das aguas pluviais;
d) organização e distribuição periódica das equipes de limpeza e manutenção dos Sistemas de Drenagem Urbana, tanto da microdrenagem (sarjetas, bocas-coletoras, poços de visita), quanto da macrodrenagem (galerias, canais, etc.);
e) incentivo à aprovação de projetos de loteamentos e multirresidenciais com certificação “verde”;
f) implementação das técnicas sustentáveis por meio de campanhas, ações, programas e projetos educacionais divulgando assim a importância dessas técnicas para otimização da rede de drenagem urbana, tornando os cidadãos participativos.
Conclui-se que a publicização das técnicas de drenagem sustentável junto aos profissionais e empreendedores e o respectivo incentivo à aplicabilidade das mesmas pela população gera ações imediatas que garantem a sustentabilidade urbana, incorporando conceitos de qualidade ambiental, uso racional de recursos, e principalmente a aplicação de métodos eficazes que contribuam para o manejo e controle do escoamento superficial, impedindo assim a ocorrência de enchentes, inundações e alagamentos urbanos.
notas
1
Para saber mais sobre o assunto, ler: GUTIERREZ, Adriana Idalina Rojas; RAMOS, Ivanete Carpes. Drenagem urbana sustentável para a concretização de metas de ODS/ONU. ArchDaily Brasil, 04 jul. 2019 <https://bit.ly/2QHpSBG>; GUTIERREZ, Adriana Idalina Rojas; RAMOS, Ivanete Carpes. Manual de drenagem sustentável. Ebook, 2019.
sobre as autoras
Adriana Idalina Rojas Gutierrez é pós-graduada em Gestão da Drenagem Urbana – Programa de Pós-graduação da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Geografia – FAENG da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS.
Ivanete Carpes Ramos é pós-graduada em Gestão da Drenagem Urbana – Programa de Pós-graduação da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Geografia – FAENG/ UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)