Proposta: Matriz Ativa com o objetivo de potencializar e relacionar a área da Represa Bortolan a processos arquitetônicos já existentes na cidade de poços de caldas, porém de forma mais ampla do que atualmente.
A Represa Bortolan, desde sua criação, adquiriu importância fundamental para os habitantes de Poços de Caldas, tanto pelo seu caráter potencial de geração de energia, quanto pelos seus aspectos turísticos e de lazer.
Por muito tempo, a região de entorno da represa encontrou-se desocupada, visto que se tratava de um lugar relativamente distante do centro de nossa cidade. No entanto, com o crescimento da cidade, houve uma ocupação descriteriosa da região, onde a maioria das construções estabelecidas acabou invadindo as áreas inundáveis do espelho d’água.
Fazendo-se uma análise do local, percebemos que, apesar da área da represa apresentar uma circularidade, pela compreensão da planimetria, as margens apresentam, visualmente, uma característica linear, como uma enorme margem cujos extremos nunca se interligam. Além disso, não existe percepção da totalidade do lago por parte de quem passa pela avenida João Pinheiro.
Levando-se em consideração este aspecto linear, fizemos uso das margens da represa e criamos configurações de franjas (gradientes), formadas a partir da inter-relação de diferentes agentes de acontecimento (atratores, condensadores e mediadores).
Estes agentes de acontecimento não são uma setorização ou zoneamento das áreas urbanas, mas são os produtos das interfaces reais e fictícias, uniformes (sem costura).
Nesta proposta, é imprescindível que haja a inserção de um edifício ou mesmo da gestão do construído para fazer a leitura dessas interfaces que acontecem também no solo virtual (interface de forma vertical), promovendo o entrelaçamento, tanto do edifício com a paisagem, quanto do edifício com o solo.
Este edifício, ou construído, deverá abrigar os diversos usos estabelecidos conforme as atividades previamente estipuladas no desenho morfológico. O edifício poderá ser interrompido quando se deparar com a cidade existente.
Baseamo-nos no entrelaçar dos dedos de nossas próprias mãos, como exemplos das franjas propostas no tema, e como estas franjas interagem entre si. Nosso projeto foi realizado de modo homogêneo, levando em consideração a idéia das microvilosidades. Há também um jogo: o desenho da margem que, nas inversões e rotações, brinca de pedra, tesoura e papel.