Evento
XXI World Congress – Berlin 2002
Union Internationale des Architectes (UIA)
UNESCO
Tema
Defining an Architecture for the 21st Century
Equipe premiada com o Wolf Tochtermann Prize
Flavio Castellotti
Gabriel Duarte
Juliana Castro
Marcos Figueiredo
Rodrigo Louro
Renata Bertol
Faculdade
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU-UFRJ)
Professores orientadores
Pablo Cesar Benetti
Gustavo Rocha Peixoto
Tapete Cultural – uma arquitetura de conexões
Evitando excentricidades, esta proposta de ocupação do obsoleto pátio ferroviário da Hamburger Bahnhof, hoje no centro expandido de Berlim, baseia-se em um princípio geral: a criação de espaços e traçados anti-hierárquicos, próprios para a convivência das diferentes culturas de uma metrópole.
Um vasto tapete (turco?) que tráz à tona o tema da inclusão cultural (e não apenas social) das minorias étnicas que vivem nas periferias de Berlim.
O terreno tem aproximadamente 40 hectares e apresenta-se como uma tripa, ao longo do Canal Spandauer, em cuja margem leste erguia-se o muro.
Como nos tapetes, pares de opostos (cheios e vazios) compõem a matéria do desenho. A esses elementos adicionaram-se outras camadas (layers) – habitação, escritórios, lazer, água e vegetação. São as peças do desenho. O plano discorre sobre várias escalas a um tempo.
A repetição de um padrão (do centro em direção às margens) confere equilíbrio ao todo. Conceitos de simetria aparente e combinações aleatórias foram empregados na região das franjas (transição entre a malha existente e o novo traçado). Dessa maneira, os vazios sobrepõem-se aos cheios entre o museu (Hamburger Bahnhof) e a nova estação intermodal, assim como o layer verde perfaz a ligação transversal entre o cemitério e o parque, ambos em lados opostos do terreno. Uma sucessão de pontes verdes sobre o canal completa esse caminho.
Na parte noroeste, instituições educacionais (escolas técnicas e cursos de idiomas) e representações culturais de povos imigrantes dialogam com os hotéis e albergues da parte sudeste. Todos no intuito de integrar imigrantes e turistas ao tecido de Berlim. Diferentes estágios de relação com a cidade. A permanência, a transitoriedade e a permanência transitória.
Os fios da trama – ciclovias, ruas, alamedas e caminhos – fazem as conexões, por onde flui o movimento. Fios mais generosos (banda larga) definem os cortes transversais que atravessam o canal, devolvendo a faixa de terra à cidade que a rodeia. No geral, não há hierarquia. Pedestres, carros, bondes, moradia, escritórios e comércio fundem-se numa trama intrincada que sugere encontros, sobreposições e coincidências.
Fundamentalmente uma arquitetura de conexões, uma arquitetura que entrelaça espaços públicos, ruas, parques, instituições e culturas.