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projects ISSN 2595-4245


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PORTAL VITRUVIUS. Entretenimento cultural e oficinas. Projetos, São Paulo, ano 03, n. 025.01, Vitruvius, jan. 2003 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/03.025/2202>.


Premiação IAB-RS
Menção honrosa como destaque da turma de formandos de 2002/01

Projeto – terreno

O projeto propõe a criação de um centro de entretenimento e oficinas, localizado na área central de porto alegre, próximo ao rio Guaíba, entre a rua da praia, sete de setembro e general portinho. o lote escolhido possui dimensões de 44,6 x 72,6m, a= 3237,96m², tendo à frente a praça Brigadeiro Sampaio, uma área verde com arborização de porte. Apresenta um desnível de quatro metros, com cota inferior no nível 2,6 na rua sete de setembro e cota superior no nível 6,6 na rua dos Andradas, sendo a rua gen. Portinho um plano inclinado que vence tal desnível. o lote é atualmente sub-utilizado pela capitania dos portos e contém pequenas edificações que não constam como elementos de preservação.

Programa – objetivos

O centro proposto contempla diferentes atividades, com um programa que engloba comércio, cinemas, sport bar, gastronomia diversificada, uma livraria de grande porte, espaços para exposições e pequenos eventos, além de um setor da edificação destinado a escritórios. Visa, assim, complementar atividades culturais do bairro, acrescendo às mesmas opções de cultura de lazer, buscando resgatar um pouco da tradição do centro da cidade, como local de convívio, com cafés e cinemas, no conceito moderno de lazer com segurança e proteção da intempérie. o objetivo do empreendimento é qualificar e diversificar o espaço urbano, proporcionando uma área de uso público para a cidade, onde se realizem práticas sócio-culturais e de lazer,de modo viável economicamente. o projeto se desenvolve buscando respeitar o contexto urbano no qual está inserido, configurando o quarteirão ao qual está relacionado, integrando espaço aberto e construído, valorizando as visuais, do terreno para a cidade e o rio, integrando o projeto ao seu entorno.

Além disso, o terreno encontra-se situado no primeiro lote da primeira quadra edificada do lado esquerdo da rua dos Andradas, exercendo posição de destaque e como elemento de transição entre o centro edificado e a ponta do gasômetro e sua orla, sendo proposta então a configuração de um portal de acesso ao centro, no corredor cultural – rua da praia.

Sítio – contexto

A escolha do sítio se dá em função do atual processo de revitalização dos centros históricos, considerando que diversas discussões, em vários países, vêm sendo realizadas buscando soluções para o agravamento dos problemas destes centros das grandes cidades.

Porto Alegre também vive este processo e busca suas soluções. Nota-se, nos últimos anos, um interesse do poder público em implantar e restaurar, no centro da cidade, uma série de equipamentos de uso cultural, a fim de revitalizar esta área. o projeto usina do gasômetro, a casa de cultura Mário Quintana, o museu do trabalho, o projeto eixo cultural rua da praia – que se estende da usina à alfândega, a reutilização dos armazéns portuários a e b como locais para atividades de uso público, são exemplos desse interesse local, em compasso com um processo global de revalorização e requalificação dos centros históricos.

A área de intervenção do projeto está, conforme o 1º PDDUA – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, localizada na região denominada centro histórico, compreendida pela região cidade radiocêntrica. O PDDUA qualifica este segmento urbano como área especial de interesse cultural, merecedora, portanto, de um processo de revitalização e proteção do patrimônio cultural representativo, que esteja em consonância com as metas de miscigenação, diversificação e integração social. isto confere à área um caráter excepcional.

No local onde se situa o terreno escolhido, encontra-se grande concentração de atividades institucionais, de uso público militar federal, não havendo uma apropriação destes espaços pela população, seja para moradia, seja para a realização de atividades públicas. considerando a valorização econômica do local, a importância histórica da área para a cidade de porto alegre e a falta de possibilidades de expansão ou ocupação da península, é relevante a proposta de preservação das unidades significativas ou reutilização dos demais lotes para outras atividades funcionais que permitam maior apropriação do espaço.

O poder público pode impulsionar o processo de mudanças da área central e estimular a iniciativa privada a investir nesta área através de incentivos públicos de caráter administrativo.

Demanda – diversidade

Há uma crescente necessidade de áreas de lazer dentro do espaço urbano não somente por áreas verdes, mas também por “ atividades urbanas de lazer “ (cinemas, livrarias, bares, restaurantes), e que concomitantemente promovam a melhoria da qualidade de vida, a cultura e o convívio social. Partindo destes aspectos, é possível observar que um empreendimento que ofereça comércio, serviços, oficinas e lazer para a população local, bem como, para toda cidade, vem ao encontro das necessidades atuais da área e ao interesse do poder público.

A diversidade de atividades proposta promove ainda a animação urbana ao longo dos mais variados momentos do dia e da semana, representando uma opção de qualificação da área.

Estratégias – partido

O partido adotado busca a configuração do quarteirão e a criação de um pátio de convívio, coberto, iluminado e ventilado, para o qual se voltam as atividades propostas e se distribuem os sistemas de circulação que conectam o edifício. Na esquina, entre a rua da praia e a rua general portinho, a estratégia adotada é a configuração de um pórtico “acesso ao centro”. Busca-se também, transpor o desnível entre as ruas da praia e sete de setembro, de forma integrada ao pátio.

A edificação é predominantemente envolvida por vidro, acrescido de sistemas de proteção solar quando necessário, diferenciando-se do entorno existente, conferindo caráter à obra e permitindo leveza visual além de transparência e permeabilidade diurna e noturna. Além disso, buscou-se o uso de diversos materiais como pedra, metal, concreto e madeira proporcionando um contraste entre elementos artificiais e naturais.

O pátio central é o local para o qual todas as atividades se voltam tendo seus acessos ou saídas ligados diretamente a ele. Buscou-se trabalhar com diferentes materiais e pés-direitos, explorando ângulos visuais e utilizando poucos elementos para definir o espaço do pátio. os pisos em pedra portuguesa e basalto, os cubos em decks de madeira, as grelhas de iluminação junto ao piso marcando o acesso ao boliche e a água, seus sons e ritmos proporcionados pela manipulação de fontes, são alguns destes elementos.

O uso de espaços de interatividade de atividades como feiras, exposições, convívio visa atender uma tendência atual dos empreendimentos comerciais contemporâneos.

O projeto se distribui em faixas de atividades principais, sendo a “colada” na divisa predominante comercial, a voltada para a praça predominante gastronômica ficando as pontas do terreno com atividades de maior porte, como a internet no último pavimento e o sport bar – boliche e o cinema que se encontram mimetizados sendo o primeiro enterrado e o segundo circundado por circulações. Adotou-se modulação de 125 cm no projeto com vãos máximos de 10m.

Percurso – distribuição

O edifício permite diversas possibilidades de percurso. Apresenta duas linhas principais de circulação, uma com escadas rolantes e outra com escadas fixas e elevador. Além disso apresenta opções de duas circulação de emergência e acessos independentes para equipamentos como o cinema e o edifício comercial. Há ainda a possibilidade de circular pelo exterior do edifício junto à fachada da praça em um platô na cota superior do terreno natural – denominado segundo pavimento – e deste descer ao pavimento térreo. sob este platô localiza-se o principal acesso de serviço que atende as atividades de maior demanda.

Entrando no edifício pelo pavimento térreo – rua gal. portinho, sete de setembro – ingressa-se no pátio central circundado por pequenas lojas, sport bar e bares – com dois pavimentos e terraços exclusivos voltados para o pátio.

No segundo pavimento, , na cota superior do terreno, acessado pela edifício ou rua da praia, ou pelo pátio anteriormente citado, chega-se a um espaço de uso múltiplo comum ao hall de acesso para o cinema e o edifício comercial (seis pavimentos tipos e um duplex). deste pavimento pode-se também acessar a livraria e a praça de alimentação e cafés.

No terceiro pavimento desenvolve-se o setor de exposições, auditório, autógrafos da livraria, bem como o restaurante com terraço externo e visual para o rio Guaíba, o acesso a internet / jogos virtuais. A saída do cinema nos horários em que o empreendimento se encontra aberto ao público também se localiza neste pavimento.

No quarto pavimento desenvolvem-se as mesmas atividades do pavimento inferior além de um setor de infraestrutura que complementa o localizado no pavimento térreo.

O edifício apresenta dois níveis de subsolo para estacionamento sendo necessário prever um sistema de bombeamento de água devido ao nível do lençol freático, para o pavimento de subsolo mais enterrado.

Técnica – materiais

Adotou-se uma modulação de 125 cm no projeto estrutura de pilares em concreto armado moldado in-loco, lajes de concreto planas leves armadas bidirecionalmente e, para maior rapidez executiva e leveza estrutural, trabalhou-se com elementos pré-moldados, como placas de concreto nos revestimentos de fachada, paredes de gesso internas, esquadrias moduladas em vidro, sendo alguns insulados para proteção do frio no inverno.

Também para melhor conforto térmico utilizou-se sistema de brises solares com espaçamentos variados conforme a orientação solar. na cobertura do pátio central, de estrutura composta por treliças metálicas que vencem vãos de vinte metros, contraventadas por peças transversais menores, a solução arquitetônica encontrada se resume em duas camadas de vidro independentes e dois sistemas de ventilação: um constante, na separação entre estas, e outro com termostato. além disso usa-se chapas metálicas para iluminação e diminuição do ofuscamento. Conceitualmente, a intenção da cobertura foi proporcionar uma espécie de caleidoscópio com diferentes tipos de vidro e reflexões formando planos ora inclinados ora horizontais.

O projeto tem a intenção de contribuir, através da adoção de estratégias de arquitetura que permitem a construção de um espaço significativo para a cidade, com o processo de resgate do centro como referência urbana de intercâmbio social, cultural e de lazer, presente no imaginário social.

ficha técnicaOrientador: arq. Paulo Almeida
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

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025.01 Institucional
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original: português

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Lúcia Camargo Melchiors
Porto Alegre RS Brasil

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